O caldinho foi bem cozinhado e estava muita gente à espera que o resultado fosse o Benfica perder a liderança nesta jornada. Mas o Mitroglou acabou por estragar o arranjinho e o Benfica saiu da batalha de Braga com uma vitória fundamental para as nossas aspirações.
Sem Jonas, a aposta para o substituir foi a mais esperada, Rafa. O Júlio César defendeu a nossa baliza na suspensão do Ederson, e o Zivkovic regressou à titularidade no lugar do Carrillo. O jogo foi acima de tudo quase sempre bastante equilibrado, com muita disputa de bola a meio campo e sem que nenhuma das equipas se conseguisse impor claramente à outra. O Benfica entrou melhor, mas depois o Braga equilibrou o jogo e terminou a primeira parte com sinal mais. Não houve muitas ocasiões de golo de parte a parte, embora o Braga tenha sido mais rematador, mas nenhum dos guarda-redes foi obrigado a defesas de elevado grau de dificuldade. Houve uma grande ocasião para cada equipa, tendo o Braga enviado uma bola ao poste na sequência de um pontapé de canto e o Mitroglou atirado por cima quando estava muito perto da baliza, traído por um ligeiro desvio que o Marafona conseguiu fazer à bola. A segunda parte foi o inverso da primeira, com o Braga a entrar melhor e a ser mais perigoso, mas depois o Benfica foi conseguindo recuperar a bola em zonas mais adiantadas do terreno e passou a conseguir estar mais tempo perto da área do Braga. Foi importante a alteração que fizemos, quando trocámos o Zivkovic (jogo anormalmente discreto hoje) pelo Jiménez. O Rafa tem as suas qualidades, mas não me parece que esteja particularmente preparado para fazer a posição de segundo avançado, pelo menos de forma semelhante à do Jonas. O Rafa é um jogador talhado para o contra-ataque, e a jogar naquela posição posiciona-se quase sempre em zonas adiantadas, encostado à defesa adversária, oferecendo poucas possibilidades para construção de jogo - o melhor é receber bolas para aproveitar a sua velocidade. Com a entrada do Jiménez o Rafa foi para a ala e o mexicano conseguiu fazer melhor a ligação com o meio campo, e ajudar a desequilibrar a luta naquela zona. O golo que acabou por decidir o jogo surgiu a dez minutos do final, depois de uma recuperação de bola do Pizzi no meio campo. A bola seguiu para o Jiménez, que a fez chegar ao Mitroglou mais na direita. O grego entrou na área, ficou com a bola nos pés aquilo que parecia ser demasiado tempo, já que entretanto toda a defesa do Braga se tinha reposicionado, e quando parecia que a jogada já não iria dar em nada teve um trabalho individual que de alguma forma e com alguns ressaltos acabou com ele a passar no meio de quatro ou cinco adversários e a rematar para o fundo da baliza. Um lance ainda mais surpreendente quando todos sabemos que a técnica individual nem é um dos pontos fortes dele. E não tive qualquer dúvida que o jogo estava ganho, porque para além do pouco tempo que faltava até ao intervalo este era claramente um daqueles jogos em que quem marcasse ganharia.
Disse no início que o caldinho tinha sido cozinhado, e isso passou pela completa falta de senso na nomeação do Tiago Martins para este jogo, tendo em conta o episódio recente com o nosso treinador. Mas percebo a nomeação. Nem vou estar a analisar concretamente as decisões que tomou hoje e se as considero certas ou erradas, porque já disse várias vezes que o trabalho dos árbitros não é fácil. Mas registo isto: houve cinco lances duvidosos na área do Braga: um golo anulado ao Mitroglou por eventual posição irregular e quatro lances de possível penálti (queda do Salvio, puxão ao Mitroglou, e dois contactos entre a bola e o braço de um defesa do Braga). Em todos eles - todos - o Tiago Martins decidiu contra o Benfica. E são 'coerências' destas que me ajudam, e muito, a perceber a nomeação. Nem quero começar a imaginar o escarcéu a que assistiríamos caso os referidos lances tivessem acontecido na nossa área.
O homem do jogo é o Mitroglou porque marcou o golo que fez o resultado. De resto foi um árduo trabalho de equipa - sim, de equipa, porque achei patética a forma como a gente da SportTV imediatamente começou a querer fazer passar a mensagem, tendo inclusivamente feito a pergunta ao nosso treinador e ao Pizzi, de que tinha sido uma individualidade a resolver aquilo que o colectivo não tinha conseguido resolver, ou seja, uma forma suja de tentar retirar mérito à equipa do Benfica e ao seu treinador. Podia destacar um ou outro jogador como o Nélson Semedo ou apontar pormenores menos positivos noutros, mas parece-me que será mesmo mais justo realçar o trabalho de toda a equipa.
Para grande pena de muita gentinha e gentalha, a anunciada ascensão do Porto ao topo da tabela não se deu hoje. Temos pena. As tentativas para que isso aconteça, sobretudo através de manobras fora do campo, irão certamente continuar. Temos que manter a união e a cabeça fria para resistir às provocações e impor o nosso futebol. Sobretudo em jogos como este, em que não sendo possível jogar bom futebol conseguimos lutar pelo resultado e conquistar os três pontos. É de muitos jogos assim que se faz a conquista de um campeonato.
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