VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2015

Importante

Conseguimos um resultado importante depois da desilusão na Madeira. Mas tal como na Madeira fizemos uma primeira parte muito sofrível, e apesar da justiça da nossa vitória ser incontestável, dá para nos perguntarmos porque motivo, tendo tido domínio territorial e superioridade na posse de bola evidentes, revelámos uma dificuldade tão grande para ganhar.

 

 

Houve uma única alteração no onze, que foi a troca do Samaris pelo Fejsa. Samaris que, como começa a ser habitual acontecer com os nossos médios defensivos, jogue ele ou o Fejsa, depressa foi brindado com um amarelo à primeira falta, e ficou suspenso para o próximo encontro. Mas antes disso já o Benfica tinha começado o jogo da melhor forma possível, inaugurando o marcador logo aos quatro minutos, pelo inevitável Jonas. O primeiro remate, a passe do Pizzi, ainda foi defendido pelo guarda-redes, mas a bola regressou-lhe aos pés depois de um toque do Gonçalo Guedes, e já não perdoou. O jogo estava aberto, já que o Rio Ave apresentou-se a jogar num 4-3-3 descomplexado, e a boa entrada do Benfica quase deu frutos outra vez logo de seguida, mas o remate do Renato passou um pouco ao lado. Mas o Rio Ave reagiu, e chegou ao empate ao treze minutos, através de um livre directo em posição frontal, marcado de forma exemplar pelo Bressan. O Benfica pareceu acusar o golo, e o resto da primeira parte foi mal jogado da nossa parte, revelando muitos dos problemas e maus hábitos que o nosso futebol tem mostrado esta época. Lentidão de processos, pouco envolvimento ofensivo por parte de pelo menos metade da equipa, muita gente parada a ver o colega transportar a bola (perdi a conta às vezes que vi hoje um jogador do Benfica a correr com a bola e a esbracejar por não ter nenhum colega a movimentar-se para dar linhas de passe) e uma insistência absolutamente exasperante em despejar (não posso nem consigo chamar aquilo de cruzamento) a bola para a área assim que entrávamos no último terço do campo perto de uma das laterais. O André Almeida então parecia um autómato: qualquer bola que apanhasse nos pés era prontamente despejada para a área. O resultado prático disso foi, obviamente, nulo. Até porque as bolas eram metidas sem qualquer critério, e raramente conseguiam sequer cair na zona de acção dos (poucos) jogadores do Benfica que eventualmente se encontrassem dentro da área. Como seria de esperar, todos estes factores conjugados deram um resto de primeira parte indescritivelmente mau e com pouquíssimos motivos de interesse, que levou o empate até ao intervalo.

 

 

Na segunda parte pareceu-me que houve mais vontade da parte do Benfica em imprimir uma maior velocidade ao jogo. Qualidade no futebol jogado continuou a não haver muita, até porque alguns jogadores também não dão mais do que aquilo, mas o Rio Ave foi remetido para o seu próprio meio campo e praticamente deixou de existir no ataque, enquanto que o Benfica se instalava definitivamente nas imediações da área adversária. O problema era mesmo encontrar uma fórmula para chegar ao golo que procurávamos, porque a insistência nos despejos da bola para a área sem grande critério persistia, e não parecia haver ideias para muito mais. A mais do que esperada troca do Gonçalo Guedes pelo Carcela aconteceu mais cedo neste jogo, quando ainda tínhamos meia hora para jogar, e juntamente com a troca, dez minutos mais tarde, do Mitroglou pelo Jiménez, veio dar mais velocidade e mobilidade ao nosso ataque. Mas apesar das tentativas dos nossos jogadores, a verdade é que ocasiões de verdadeiro perigo eram quase nenhumas. Apenas me recordo de um grande remate de meia distância do Renato Sanches, que obrigou o Cássio a aplicar-se. O jogo caminhava a passos largos para o final e parecia mesmo que o Benfica acabaria por ser castigado com mais um empate devido a muita inoperância no ataque, até porque o Rio Ave nem aparentava estar a ter muitas dificuldades para suster o nosso ímpeto. Mas a dez minutos do final desatou-se o nó, e ironicamente foi através de um cruzamento para a área. A diferença terá talvez estado no facto de ter sido um verdadeiro cruzamento, e não um despejo. O Carcela, sobre a direita, levantou a cabeça, viu que o Jonas tinha a frente ganha ao defesa adversário, e colocou a bola para o cabeceamento certeiro. A perder, o Rio Ave tentou subir as linhas e pagou imediatamente por isso. Ainda mal nos tínhamos sentado e já nos levantávamos outra vez para celebrar o terceiro golo, da autoria do Jiménez. Isolado pelo Jonas com um passe para as costas da defesa, rematou rasteiro e com violência para o fundo das redes, de nada valendo o toque que o Cássio ainda deu na bola. Já mesmo sobre o final, foi por muito pouco que o Pizzi não marcou o que seria o golo mais bonito do jogo, vendo o remate em arco desferido à entrada da área fazer a bola embater na barra, com o guarda-redes já batido.

 

 

Melhor jogador do Benfica neste jogo, para mim, Jonas. Dois golos, uma assistência, e um dos que mais tentaram durante os noventa minutos remar contra a maré e fazer a equipa jogar com algum critério, vindo atrás buscar jogo e puxar a equipa para a frente com ele - nem sempre o conseguiu, e por diversas vezes acabámos por vê-lo a conduzir a bola sozinho e a esbracejar à procura dos colegas. O Pizzi também foi dos mais activos, mas este jogo não lhe correu tão bem como outros anteriores. O Renato Sanches já é neste momento um jogador imprescindível no nosso meio campo pela dinâmica que lhe confere, mas parece-me que talvez estejamos a dar-lhe excessivas responsabilidades, o que o leva a assumir mais riscos e consequentemente a falhar muito mais do que quando joga simples. O Gonçalo Guedes voltou a mostrar que uma passagem pelo banco era capaz de lhe fazer bem. O André Almeida levou-me ao quase desespero com o processo robótico de chutar a bola para a área à primeira oportunidade que apanhava para o fazer. Mas custa-me acreditar que ele passasse noventa minutos a fazer aquilo se não tivesse instruções para o fazer.

 

Graças ao facto dos crónicos campeões antecipados do mestre da táctica terem conseguido a proeza de fazer ainda pior do que nós na Madeira, o mau resultado com o União foi como que anulado e ficámos a cinco pontos do primeiro lugar. Será agora muito importante conseguir vencer o próximo jogo, para tirarmos a maior vantagem possível do embate entre os dois primeiros classificados. Ainda em relação ao jogo de hoje, a arbitragem voltou a confirmar uma tendência que me parece por demasiado óbvia esta época. A eleição do Proença ainda está a ser paga.

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publicado por D'Arcy às 01:28
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De Manuel Afonso a 21 de Dezembro de 2015
Quando os jogadores se ligam à terra o jogo da equipa flui. Se assim não fosse não teríamos o melhor ataque da prova.
O problema é que ontem, mais uma vez, os jogadores passaram 60 minutos do jogo a pensar no tempo que faz em Marte, ao ponto de não conseguirem fazer um passe, uma recepção, uma desmarcação, um corte ou um cruzamento com pés e cabeça. Estamos a falar do Bê-à-bá que miúdos dos juniores sabem de cor.
Não sei o que se passa naquelas cabecinhas nem sei se quero saber. Mas sei que tem que haver alguém dentro do clube que os ponha na linha. Nem que seja ao estalo.
Mas depois do que se passou ontem na Luz não é altura para abordar esta questão.

Mais uma arbitragem absolutamente escandalosa, vergonhosa, porca, que vai ser branqueada pela comunicação social.
Bem o Presidente, a falar na altura certa e com a legitimidade acrescida de quem o faz depois de uma vitória incontestável.
E por muito que os junta-letras e pés de microfone assobiem para o lado, por muito que estas caricaturas que se disfarçam de jornalistas finjam que não perceberam, o recado maior era mesmo para eles.

Onde está a ética desta gente que almoça alegremente e constantemente com dirigentes de clubes sobre os quais fazem comentários?
Onde está a ética editorial de pasquins que dão colunas de opinião a presidentes de clubes que disputam as competições que cobrem?

Dizem-me o quê? Que já não há ética e que agora é tudo negócio?
Pois muito bem. Assim seja. Mas como os negócios são para dar lucro, eu quero saber quem são os donos.
É que lucro pode ser muita coisa, como passar uma mensagem do seu interesse.
No caso do desporto, que não será único nem o mais relevante, pode ser favorecer a estratégia comunicacional de um competidor no qual tenham uma participação económica, um exemplo...
Ou tudo fazer para denegrir um rival desse mesmo competidor, outro exemplo...

E não haverá nisto incompatibilidades que deveriam até ter tratamento legal?
No mínimo estes interesses paralelos deveriam ser de conhecimento obrigatório por lei dos leitores, ouvintes e telespectadores.
Mas cá está, pode até dar-se o caso de os poderes que são donos de jornaleiros e cúmentadeiros, serem também os donos de grande parte da nossa classe política.
Num mundo sem ética, tudo está à venda.



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