Perder contra o Sporting é sempre uma vergonha em qualquer condição, e muito mais em casa. Perder desta forma então é inadmissível. E o pior de tudo é que o que aconteceu era completamente previsível.
Perdemos e perdemos bem, porque eles têm muito melhor equipa (e treinador). Podemos ter melhores individualidades, que ajudam a resolver muitas situações, mas se apanham pela frente uma boa equipa é muito mais complicado. Aconteceu exactamente aquilo que eu achava que iria acontecer. O Sporting é uma equipa com um futebol vertical e objectivo. O Benfica consegue ter muito mais bola do que o adversário, mas como habitualmente não sabe muito bem o que fazer com ela e tem um futebol quase sempre inconsequente. E depois neste jogo defendeu de uma maneira que uma equipa de iniciados não invejaria. Houve muito mais agressividade e vontade da parte do Sporting do que da nossa equipa. Marcaram praticamente na primeira ocasião que criaram, e depois ficaram como mais gostam no jogo, a esperar o Benfica atrás para depois fazer transições rápidas em futebol vertical e de ataque ao espaço, enquanto que no Benfica se joga de pé para pé em circulações inúteis e a progressão vertical é quase sempre feita através de iniciativas individuais. O Benfica chegou a ter quase 70% de posse de bola durante a primeira parte e ao intervalo o que tinha para apresentar era UM remate. Um único remate, do Grimaldo de cabeça e à figura do guarda-redes. O Sporting marcou, atirou uma poste, e ainda teve um golo anulado quase em cima do intervalo. Na segunda parte o sistema foi alterado para 4-4-2 e o Benfica até conseguiu ser mais perigoso, mas depois do Darwin ter acertado no ferro e logo a seguir o João Mário ter rematado frouxo quase à figura quando estava completamente sozinho no meio da área, o Sporting fez dois golos de rajada - numa demonstração atroz de como não defender da parte da nossa equipa - e matou o jogo. Mais duas transições feitas em dois ou três passes, com a nossa defesa a deixar autênticas avenidas por onde os jogadores do Sporting puderam entrar como quiseram. Os três golos adversários nascem de buracos entre o lateral e o central. É incompreensível como é que se pode defender assim a este nível. Até final os nossos jogadores continuaram sempre a tentar chegar ao golo (e a deixar espaço atrás para que se pensasse que o Sporting poderia não ficar por ali) e depois de um falhanço inacreditável do Rafa (acertou na barra quando só tinha o guarda-redes pela frente) e um golo anulado ao Darwin por seis centímetros, já nos descontos o Pizzi acabou por reduzir num remate cruzado. Não que fizesse grande diferença, porque a derrota foi indiscutível. Não há justificações ou outra explicação aceitável para além da profunda incompetência do homem que orienta a equipa de futebol principal do Benfica. O que é ainda mais preocupante é que ouvindo as declarações dele no final do jogo fica-se com a ideia de que ele continua sem perceber como o perdeu e porque é que o perdeu. Para ele, tudo se resume à diferença de eficácia.
Já por diversas vezes escrevi aqui a minha opinião sobre o nosso treinador. Não gosto dele, nunca desejei o seu regresso, e quero vê-lo porta fora. Mas nunca tive uma opinião tão negativa sobre ele como neste momento. Está estagnado no tempo. É um treinador completamente ultrapassado, preso a processos que já não se usam e que usa de uma forma de comunicar e de tratar os seus próprios jogadores digna dos anos 70 - é um péssimo gestor humano. Tem o melhor e mais caro plantel em Portugal, e ao fim de um ano e meio a trabalhar com um plantel que foi construído à sua medida não se vê qualquer tipo de evolução. Não sou, por norma, defensor de despedimentos a meio da época, mas a sensação que tenho é que cada semana que o Jorge Jesus passa no Benfica não é apenas uma semana perdida; é sim mais uma semana em que o Benfica é ainda mais prejudicado no seu futuro.
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