E num jogo louco, conseguimos mesmo ir ao Mónaco recuperar os três pontos perdidos em casa para o Feyenoord. Foi um jogo de altos e baixos, em que passámos muito depressa da euforia à depressão e vice-versa, mas a recompensa surgiu no final para o deleite de uma enorme quantidade de benfiquistas presentes (a maior parte do tempo mais parecia que estávamos a jogar em casa) e o cenário de apuramento volta a ser bem mais real.
O onze apresentado foi aquele que neste momento parece ser o onze base em que o Bruno Lage assentou. Ao contrário do que tem sido habitual, entrámos bastante mal no jogo. Parecemos surpreendidos com a forma muito agressiva de pressionar por parte do Mónaco e fomos de imediato submetidos a uma intensa pressão, o que resultou numa quantidade enorme de passes errados da nossa parte e uma quase total incapacidade de sair para o ataque por causa disso mesmo - apenas uma situação de maior emoção num bom remate do Di María de fora da área, mas que saiu à figura do guarda-redes. A resposta do Mónaco foi uma situação perigosíssima, em que um jogador do Mónaco apareceu em boa posição em frente à baliza mas acabou por rematar para fora pressionado pelo Bah. Não foi surpresa portanto o golo do Mónaco ainda na fase inicial: aos treze minutos o Mónaco chegou à nossa área numa transição rápida em que conseguiram ultrapassar a nossa tentativa de pressão em zonas adiantadas. A bola mudou de flanco desde a esquerda até à direita e o Trubin ainda defendeu o primeiro remate cruzado, com a bola a seguir para a esquerda onde um Golovin, que tinha iniciado a jogada a captou e serviu o Ben Seghir em zona frontal para empurrar para o golo, perante alguma passividade da nossa defesa. Foi só após o golo sofrido que o Benfica pareceu despertar, respondeu bem ao golpe e foi melhorando progressivamente até passar mesmo a estar por cima no jogo. O Mónaco deixou de criar perigo e fomos nós quem teve as melhores ocasiões para marcar e empatar o jogo: Carreras, Di María, Otamendi e Aktrkoglu tiveram todos oportunidade para marcar. A melhor ocasião destas foi a do Di María. Depois de um mau atraso de um defesa, apanhou-se completamente isolado frente ao guarda-redes, mas acabou por permitir-lhe a defesa com a ponta do pé. Podemos também agradecer ao árbitro não ter expulsado o Carreras com um segundo amarelo nesta fase, tendo o Florentino também andado também muito tempo a arriscar depois de um primeiro amarelo forçado que viu logo aos quatro minutos, até porque os jogadores do Mónaco andaram claramente a forçar à procura de lhe arrancar o segundo amarelo. Mas acabaram por ser dois os jogadores do Mónaco a ver o amarelo por pedir o segundo amarelo para o Carreras.
A segunda parte teve um início de loucos. Resumindo rapidamente: o Mónaco acertou no poste, a seguir o Benfica empatou o jogo, na resposta o Mónaco voltou a marcar e o golo foi anulado por fora-de-jogo, e depois foi o Benfica a ter uma grande ocasião para marcar numa cabeçada do Pavlidis, defendida pelo guarda-redes, e a seguir a marcar e a ver o golo ser anulado também por fora-de-jogo. Tudo isto em apenas nove minutos. O remate do Mónaco ao poste ocorreu mal a segunda parte começou, num bom trabalho do Embolo na área. O golo do empate foi marcado pelo Pavlidis, que antecipou bem a decisão do defesa de atrasar a bola para o guarda-redes e ganhou a dividida para depois empurrar para a baliza deserta. Literalmente na resposta, o Mónaco marcou numa bola metida nas costas da nossa defesa, mas havia fora-de-jogo. Depois, o Di María trabalho muito bem dentro da área pela esquerda e colocou a bola na boca da baliza, onde o Bah se antecipou a um adversário para marcar, mas o golo foi também anulado por um fora-de-jogo milimétrico no início da jogada. Estava bem lançado o jogo, e ainda antes do primeiro quarto de hora o Singo viu o segundo amarelo e foi expulso. Agora o cenário parecia ser-nos muito favorável, e poucos minutos depois fizemos as primeiras alterações, mais ou menos expectáveis: troca de pontas-de-lança, entrando o Cabral para o lugar do Pavlidis, e saída do Florentino, ainda em risco do segundo amarelo, para a entrada do Amdouni, passando o Benfica a jogar no esquema táctico que tinha testado na fase final do jogo contra o Estrela da Amadora (4-2-3-1). Paradoxalmente, quando se esperava um domínio do Benfica à procura da vitória, foi o Mónaco quem renasceu e tomou completamente conta do jogo. A saída do Florentino criou um vazio muito grande no meio campo defensivo que nem o Aursnes, nem o Kökçü pareciam capazes de compensar, e o Mónaco chegou mesmo ao golo aos sessenta e sete minutos quando uma bola colocada precisamente desde a linha de fundo para a cabeça da área foi encontrar um jogador do Mónaco (Magassa) completamente à vontade para escolher onde colocar a bola. Seguiu-se a isto um período de completo desnorte do Benfica, onde se notava cada vez mais a ausência de um médio de cobertura. Apesar de reduzidos a dez, o Mónaco até parecia ter mais jogadores. Aproveitando o facto da equipa do Benfica estar completamente partida, assim que recuperavam a bola faziam rapidamente a transição e surgiam frequentemente em situação de igualdade numérica ou às vezes mesmo em superioridade perante a nossa defesa. E estava o jogo neste pendor, com o cenário bastante pesado para nós, até que nos minutos finais surgiu o génio do Di María. Aos oitenta e quatro minutos, sobre a esquerda, fez o cruzamento para uma entrada fulgurante de cabeça do Cabral no centro da área empatar. O Mónaco acusou muito o golpe, e acho que a imediata reacção do Benfica, que trocou o esgotado Aursnes pelo Barreiro também ajudou, já que parecemos recuperar o controlo do meio campo. A partir daqui o Mónaco pareceu perdido em campo e encostado às cordas, enquanto que o Benfica finalmente fazia a superioridade numérica notar-se e carregou em busca da vitória. O Di María, de regresso à direita, atirou às malhas laterais, para depois, a dois minutos do final, daquela zona arrancar um cruzamento perfeito para o Amdouni se antecipar à defesa e aparecer na zona frontal a cabecear para a vitória. E só não chegámos ao quarto golo porque o Amdouni, mesmo a terminar, conseguiu rematar contra o guarda-redes depois de correr meio campo isolado.
Mais uma vez, destaque maior para o Di María. Inventou os dois cruzamentos que nos deram os dois golos da reviravolta, já tinha oferecido o golo ao Bah que foi anulado. Dos pés dele surgiram a maior parte das situações de maior perigo que criámos. Desta vez não foi possível fazer a gestão física, teve mesmo que ficar em campo quase até final até construir a vitória, mas o esforço foi recompensado. Para atingir a perfeição só faltou mesmo ter marcado naquela ocasião flagrante que teve na primeira parte. As mudanças feitas a partir do banco acabaram por ser decisivas, com o Cabral e o Amdouni a marcarem e mesmo apesar de ter jogado poucos minutos, a entrada do Barreiro reequilibrou a equipa na fase final e permitiu o assalto em busca da vitória.
Estes três pontos significam que se conseguirmos vencer o Bolonha em casa na próxima jornada ficaremos com o apuramento praticamente garantido, e poderemos encarar os dois jogos finais com maior tranquilidade. Estamos a atravessar uma fase boa e a equipa parece bastante motivada, apesar de neste jogo termos tido períodos preocupantes, em especial aqueles minutos que se seguiram à expulsão do jogador do Mónaco. Agora é levar esta atitude para Arouca.
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