O Sportém, agremiação que muito faz pelo humor neste país e que é presidida por um antigo membro de uma claque (e que se continua a comportar como lá estivesse no meio) - legalizada e apoiada oficialmente pela direcção do Sportém, que incendiou parte do Estádio da Luz, que se comportou como gado bovino com o cio durante os minutos de silêncio em honra do Bento, do Eusébio e do Coluna, e que todas as semanas mostra faixas ordinárias, que apelam à violência e descem à mais baixa condição humana (e que sim, brincam com a vida humana, já que agora se fala muito nisto) - resolveu cortar as relações com o clube que norteia as suas vidas (o que demonstra no mínimo ingratidão) por este não repudiar uma faixa (também ela ordinária) exibida por meia dúzia de adeptos parvos do Benfica, de forma individual, sem o patrocínio do Benfica, e que não representam, decididamente, os seus adeptos. Isto nem sequer é ironia e, decididamente, não é fina. É hipocrisia, e da grossa.
Esta estratégia de vitimização hipócrita e manipulação da imprensa desportiva amestrada por parte da lagartagem tem sido ao longo dos anos a principal estratégia para a abordagem a, bom, basicamente, quase tudo. É de uma “ridicularidade” que nem o Presidente da Liga dos Bombeiros (que queimou as finanças municipais de Vila Nova de Poiares - e isto sim, é fina ironia) consegue atestar. O Presidente da Liga dos Bombeiros e Vice-Presidente do Sportém, esse exemplo vivo de coerência que, como bom bombeiro, condenou veementemente o incêndio causado por adeptos do Sportém no Estádio da Luz. Ah, esperem, dizem-me que afinal não...
Podia vir aqui falar dos pirómanos instigados pela direcção da lagartagem que colocaram gente e a estrutura de um estádio (construído sem favores da banca nem esmolas da Câmara) em perigo (pode-se considerar isto também tentativa de homicídio, Parvalho?), dos castigos e multas que isso nem sequer gerou, da factura desses estragos que está por pagar, dos depósitos canhestros em contas de fiscais de linha para incriminar outros, das faixas repugnantes a ofender o Eusébio depois da sua morte, da extrema elegância das publicações no twitter oficial da lagartagem (em provocações sistemáticas ao Benfica, e a responder - porra, é incrível, isto - a adeptos individuais do Benfica), das declarações sistemáticas e ordinárias do Burro Parvalho sobre o Benfica, do vandalismo a estabelecimentos comerciais de árbitros que resolvem arbitrar sem favores ao Sportém, do vandalismo e destruição de murais e a estátuas alusivas ao Benfica (tanto em residências particulares, como em Casas do Benfica), da proibição do uso de cachecóis do Benfica no alvalixo sem ser na zona destinada às claques (desafio-vos a dizer que alguma vez viram isso no Estádio da Luz), das agressões a adeptos com símbolos do Benfica no alvalixo com a conivência dos seguranças (desafio-vos a dizer que alguma vez viram isso no Estádio da Luz), das t-shirts ordinárias da claque da lagartagem que estiveram na génese deste escalar de palhaçada. Podia, mas não tenho tempo, percebem? Porque material, ui, disso há muito. Não estou para isso, a hipocrisia é de difícil cura, e os lagartos estão em fase terminal, muito para além de ajuda médica.
É de uma bizarra desonestidade intelectual pensar que se pode continuar a invocar um incidente trágico de 1996 – praticado por um indivíduo que não se pode confundir com a massa adepta do Benfica ou com o Benfica - para desculpar toda o festival de produto intestinal que a lagartagem faz a toda a santa hora. Ou que se pode vomitar agora que “não têm moral para falar” porque um palhaço resolveu lançar petardos no jogo de Domingo. É como argumentar, por exemplo, que os tibetanos não têm moral para se queixar das agressões da República Popular da China porque houve um tibetano que uma vez deu um tiro num chinês. Percebem o quanto esta linha de raciocínio é ridícula? Não fui eu, não foi a massa adepta do Benfica, nem foi o Benfica que lançaram o very light em 96 ou que lançaram petardos no Domingo, e dizer que não temos moral para falar e denunciar os comportamentos imbecis do Parvalho e discípulos por causa disso é não perceber nada, é confundir tudo, é ser estúpido.
É estúpido confundir a filhadaputice oficial e ratificada pela direcção de um clube na recepção a outro – as ameaças a quem tenciona ir para a tribuna do alvalixo, a omissão do 11 do Benfica, o “hino” (slb slb sblb fds slb) do Sportém, a palhaçada do “visitante”, a ordinarice do speaker, as faixas das claques legalizadas a ofender o Eusébio e adeptos falecidos do Benfica, e a desejar a morte aos demais - com a bestialidade de animais que não têm lugar dentro de um estádio de futebol. Bestialidade essa que é semelhante à de animais que começam a incendiar estádios, instigados, aí sim, por elementos da direcção de um clube que deviam ser responsabilizados.
Não fui eu nem foi o Benfica que atiraram petardos, foram idiotas a título individual. Mas é o Sportém que apoia oficialmente as suas claques e foi a direcção do Sportém que promoveu a inacreditável recepção de Domingo, foi a direcção do Sportém que foi moralmente responsável pelo incêndio no Estádio da Luz (pela mão do Cristóvão dos depósitos de 2.000 euros), foi a direcção do Sportém que nunca repudiou esse incidente, foi a direcção do Sportém (que é quase a mesma coisa que uma claque) que não repudiou nunca faixas ofensivas sobre a morte do Eusébio, foi a direcção do Sportém que nunca repudiou faixas ofensivas sobre a morte de adeptos do Benfica.
Moral? Enganam-se, não têm moral nenhuma para invocar rigorosamente nada. Nunca tiveram, desde os tempos de clube do regime no Estado Novo (ao invés da ideia que hipocritamente tentam fazer passar há anos pela comunicaçao social amestrada), dos dirigentes que acumulavam cargos no Sportém e na PIDE/DGS, passando pelos tempos em que tentaram fazer acordos com o porto para acabar com o Benfica. Nem nunca hão-de ter, porque nasceram tortos e nunca se endireitaram. Por isso, pseudo-lições de moral vindas de quem vem, não as aceito. Não as aceito e devolvo-as, com a dignidade tranquila de quem vive em função de um caminho próprio e de quem sabe o que é justo, seja ao minuto 92, ao minuto 94 ou pela eternidade fora.
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