Terça-feira, 24 de Maio de 2016
O prometido é devido e cá está o post a fazer o balanço final da época. Como isto ia ficar quilométrico, resolvi excepcionalmente dividi-lo em dois: balanço a nível pessoal e balanço a nível desportivo.
1) A nível pessoal
Uma das pessoas mais brilhantes deste país já disse muito daquilo que eu queria dizer. Para quem esteve em Marte e ainda não viu, cá está:
De tudo o que o grande RAP disse (incluindo obviamente o tom em que o disse), eu só alteraria uma coisa: no meu caso, não é a saúde das miúdas, é a saúde dos miúdos. Tudo o resto subscrevo integralmente.
Também eu deixei muito claro (uma e outra vez) que, se ganhássemos o campeonato, teria “todo o gosto em vir aqui no final da época dizer que eu afinal não percebo nada disto e que sou um idiota por não ter acreditado nos tricampeões.” Pois bem, eu sou um IDIOTA porque não acreditei (absolutamente NADA) que pudéssemos ser tricampeões! Quem se satisfizer com esta explicação (aliás, completamente verdadeira), pode ficar por aqui.
Para todos vocês, os cinco, que não se satisfizeram, continuarei. O facto de eu me assumir como idiota, não faz com que me arrependa do que escrevi (um leitor perguntou por este, este e ambos os posts do parágrafo anterior, e eu ainda acrescento este e este). Incoerência? Talvez não. Porque eu posso ter muitos defeitos, mas assumo sempre tudo o que escrevo e detesto quem reescreve ou oculta propositadamente a história para favorecer um determinado argumento. São ridículos aqueles posts à luz de hoje? Claro que sim! Eram-no na altura? Claro que não! A não ser por quem não tem espírito crítico ou tinha uma fé incomensurável fundada… em coisa nenhuma! Quantas pessoas, depois do empate na Choupana frente ao União, seriam capazes de apostar que iríamos ganhar 20 dos 21 jogos seguintes…?! Pois…! Meus caros leitores, é muito mais fácil fazer o Totobola à 2ª feira ou nunca expressar opiniões vinculativas para não sermos apanhados na curva. Mas eu não fui, não sou e jamais serei assim. Não é por um qualquer Patrick ou Pesaresi vestir a camisola do Benfica que se torna imediatamente no melhor lateral do mundo. Eu não sou abutre, mas também não sou foca. Critico quando acho que tenho que criticar e elogio quando acho que tenho de elogiar. Nunca tive feitio para defender publicamente aquilo em que não acredito. Pode ser um grande defeito no mundo contemporâneo, mas é como eu sou. Só defendo com unhas e dentes aquilo em que acredito profundamente e já estou velho demais para mudar. Agora, se me garantirem que, se eu fizer figura de idiota, ganharemos o campeonato todos os anos, vamos lá embora a isso, então: o Paulo Almeida foi indiscutivelmente um dos melhores trincos que passaram pelo campeonato português!
Não, o RAP sabe que não estava sozinho. Eu também não via mesmo luz nenhuma ao fundo do túnel desta época. Manifestei-o publicamente e não me arrependo de o ter feito. Arrepender-me-ia é se tivesse estado na posição confortável de nada dizer ou de fingir que a pré-época era ‘apenas’ a pré-época ou que chegar à 8ª jornada com quatro vitórias e três derrotas era ‘normal’ em período de transição. E porque é que me arrependeria? Porque, caros leitores, citando o grande RAP, estamos a falar da minha vida! Tal como ele diz, não se trata de querer ou desejar que o Benfica ganhe: trata-se de PRECISAR que o Benfica ganhe. Porque muita da minha vida está organizada à volta do Benfica e, se o Benfica não ganhar, ela nunca fará sentido na totalidade. Digo-vos sinceramente que eu poderia estar com o Euromilhões ganho que, se estivéssemos a fazer uma época tal como as dos finais dos anos 90, eu não estaria nada realizado. Acredite quem quiser, mas quem me conhece sabe bem que é verdade. Eu não pretendo evangelizar, nem ser modelo para ninguém, mas também ninguém me dá lições de benfiquismo. Não sou menos benfiquista por criticar, nem mais benfiquista por apoiar as decisões de quem representa o Benfica. E, por muito que até possam merecer, também não passo cheques em branco a ninguém. Se eu critico decisões que dirigentes, treinador e/ou jogadores do Benfica tomam, é porque acho que aquele não é o melhor caminho para o sucesso. FELIZMENTE que me engano às vezes (não sou como o outro que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas…). No entanto, tal como referiu igualmente o RAP, o princípio que motivou as minhas críticas no início da época estava errado. E continua a estar hoje: em teoria, não se deixa ir para o rival um treinador bicampeão. No fundo bem fundo, isso sempre me pareceu (e ainda continua a parecer) que era o presidente Luís Filipe Vieira a querer provar a toda a gente que poderia ganhar sem o Jorge Jesus. E AINDA BEM(!) que o conseguiu e que tudo correu ao contrário da teoria (também com a ajuda do próprio Jesus, mas isso fica para a segunda parte deste post), porém isso só aconteceu porque fizemos história. Nunca uma equipa campeã tinha feito tantos pontos num campeonato, nunca tinha marcado tantos golos e, principalmente, nunca tinha recuperado de uma desvantagem de sete pontos à 13ª jornada. Está explicada a razão pela qual a prática superou a teoria. Teve de haver história. E, graças a Eusébio, que houve! E, como houve, o mérito do LFV é total e é ele o principal responsável por este título, porque tenho a certeza que houve alturas em que ele era mesmo o único a acreditar que isto seria possível.
Dos 338 jogos (oficiais e particulares) que se disputaram na nova Luz desde que foi inaugurada, eu faltei a dois (este e este), já fiz pausas em casamentos, o jantar do 89º aniversário da minha avó teve de ser adiado por um dia, a celebração de um aniversário da minha mulher teve de ser ao almoço, porque ao jantar não podia ser, o segundo aniversário de um dos miúdos teve de ser lanche ajantarado, porque à tarde era impossível. Estes factos não servem para mostrar que sou mais benfiquista do que o próximo, porque comparações de benfiquismos sempre me pareceram muito estúpidas. A maioria de nós faz coisas pelo Glorioso que (incompreensivelmente) muitas pessoas não acham “normal”. Se eu conto isto, é para que se perceba que o Benfica não é uma brincadeira para mim. Eu levo isto muito a sério e, por consequência, ganhar ou não ganhar não é indiferente. Eu nunca gozo com amigos dos rivais no momento em que perdem, porque não admito que eles gozem comigo em caso inverso. Isso fazem todos aqueles que levam isto na desportiva. Eu não levo, portanto nenhum amigo tem sequer a veleidade de começar esse tipo de conversa comigo. Tendo o Benfica a importância que tem na minha vida, eu não o consigo viver sem paixão. E isso faz com que eu não me consiga calar quando acho que as coisas estão a ir por maus caminhos ou que estamos na iminência de cometer erros. Históricos ou não.
No entanto (e termino esta primeira – e longa - parte deste post, tal como a comecei), ainda bem que eu sou um idiota e que me enganei!
VIVA O BENFICA!
De Joao a 24 de Maio de 2016 às 11:39
Da minha parte escusas de escrever a parte II. Benfiquistas como tu e o RAP dispensam-se. Só tenho uma dúvida? Ligaste ao JJ a dar-lhe os parabéns pela conquista da Taça Rui Santos?
De
AMC a 24 de Maio de 2016 às 11:49
No dia em que me casei, em 2005, o Benfica perdeu com o sporting em Setembro...
Noventa e tal minutos numa divisão qualquer do restaurante a ver o jogo! :-))))
Penso exactamente o mesmo S.L.B.
Saudações TRIGloriosas
De
Pedro a 24 de Maio de 2016 às 11:50
A minha crítica ao RAP e a muitos que partilham da opinião dele era a ideia que sem JJ o SLB estaria condenado ao fracasso. Foi isso que RAP quis dizer com o "erro histórico" e foi em relação a isso que nada disse. E nem tem que dizer mas já que fez esta declaração apaixonada podia muito bem ter referido isso.
Há vida para lá de JJ. E muita vida mesmo. Sempre o disse, sempre o defendi e aí sim digo claramente que esta época isso prova. E tenho sérias dúvidas que este caminho fosse possível com JJ no SLB. Tenho sérias dúvidas (para não dizer certezas) que com JJ o SLB não teria conseguido sair por cima de todos os problemas de lesões que teve esta época.
De Anónimo a 24 de Maio de 2016 às 11:55
e há uma coisa que continua a ser verdade:
com JJ, o sporting deixou de ser uma anedota. pois, só ganhou a supertaça. mas antes dele chegava a dezembro a cumprir calendário na liga. estamos bem, batemos record de pontos - mas demos ao sporting uma arma que não pode ser menosprezada.
De Águia Gloriosa a 24 de Maio de 2016 às 14:16
Depois do que escreveste devias ter vergonha de vir chorar o teu Benfiquismo e colocares-te ás cavalitas de um qualquer rap para justificares o que não tem justificação.
Um Glorioso não ataca o seu clube e os seus dirigentes (com os quais não concordo em muitas coisas) da forma como o fizeste, tu e o tal "ilustre" rap, que sendo para ti um exemplo, não passa (para muitos) de mais um cócó que pretensiosamente se julga um astro do fazer rir. Era o que mais faltava, tu e ele, passarem a opinião da maioria dos Benfiquistas. Não passam de duas viúvas do "merdas" que ao aperceberem-se de que há vida no Glorioso para além do dito merdas, aparecem a verterem lágrimas de crocodilo sem terem a dignidade de pedirem desculpa ao Treinador e Presidente que tanto "elogiaram" no período (difícil) que foi o inicio da época. É nesses períodos que mostramos o que somos, o que queremos e para onde vamos.
Ah, já agora, também sou Benfica, também já adiei muita coisa para sofrer com o Glorioso, sou como milhões que têm orgulho em dizer: SOU BENFICA!
Para que não me acusem de anonimato - J.O.M
De Manuel Afonso a 24 de Maio de 2016 às 16:59
Não percebo o porquê da necessidade/vontade de se colar ao que disse o cómico.
A sua atitude é bastante mais louvável.
Reconhecer que estava errado, e atribuir todo o mérito a quem o provou errado.
O que está escrito e dito, está escrito e dito. Não se apaga. Ou não se deve apagar.
Relativamente ao que agora escreveu, é de homem.
Já o cómico dedicou-se a um exercício patético digno de uma criança mimada.
Afirma ser uma besta pelo que disse, para de seguida manter orgulhosamente tudo o que disse.
Acrescentou ainda que se as suas previsões acertadíssimas não se verificaram, foi apenas porque o Benfica ganhou com sorte.
E justifica esta aberração intelectual com a paixão clubística, algo que o distingue não percebi bem de que Benfiquistas, se de algum, e também com o facto de muitos terem pensado o mesmo.
Esta última parte percebe-se. A imbecilidade gosta de companhia.
De O GLORIOSO BENFICA a 24 de Maio de 2016 às 17:30
Caro Sergio algumas criticas que se fizeram ao RAP e que parece querer que também sejam para si não são um sinal de Benfiquismo que tão bem tem revelado ao longo dos anos.
Em 1º lugar não existem mais ou menos Benfiquistas e estar-se a gabar de em 13 anos ter perdido 2 jogos na Catedral não faz de si mais Benfiquista que outros que não têm vida, nem disponibilidade financeira para por exemplo ser sócios. Eu que tenho RED PASS há 7 anos e apesar disso já ter perdido alguns jogos não admito receber lições de Benfiquismo de ninguém seja do Presidente, do RAP ou do carissimo pois repito o Benfiquismo não se mede.
O que aqui se fala é sobre a esteria que em Junho de 2015 se via em muitos Benfiquistas como se só com 1 homem, só com 1 caminho se podia ganhar e sem ele vinha aí o caos. Estou há vontade pois também fui contra a saída do Cerebro, também tive duvidas se Rui Vitória era o homem certo mas por isso ficar louco, andar a publicar post´s anunciando o apocalipce, ir a TV´s malhar em tudo e todos, principalmente no Presidente isso é que é exercer um Benfiquismo sádio como todos o reconhecem.
RAP no sabado foi hipocrita, ingrato e tentando ser engraçado enterrou-se ainda mais, sendo até falso um muitas coisas (por exemplo ao dizer que Vieira queria em 2020 ter 60% de jovens da formação no plantel não disse que tinham de ser putos de 18 anos mas ter jogadores como o Paulo Lopes, ou o Silvio que como se sabe ainda são tenagers inconscientes) isto acho que percebeu a argolada que tinha cometido. Ao gabar-se do seu Benfiquismo referindo o aborrecimento que era ser Campeão, ao cobardemente referir que Vieira em 15 anos só ganhou 5 titulos esquecendo-se como estava o clube em 2001 (certamente o nome da Damásio e Vale Azevedo o RAP não conheçe) é inqualificável. Ele mais do que tudo veja a nosa história ou não sabe que o penultimo TRI foi feito por 3 treinadores diferentes, Pavic, Mario Wilson e Mortimore, vejam bem ganhamos mexemos e continuamos a ganhar que horror, que Pavic depois foi para a lagartada (quase que o oferecemos é verdade) e ganhou "bola, antes no antepenultimo TRI com Haggan foi despedido por causa de um jogo de homenagem ao KING Eusébio, vejam que horror mexemos, que vergonha e continuamos a ganhar imagino o que na altura RAP poderia dizer. Provamos que não há só 1 maneira de ganhar, que atravessar a autoestrada se calhar era o que tinhamos feito nos 6 anos anteriores e em 3 deles fomos atropelados por culpa própria. Gozar com uma estrutura que de facto é eficiênte e muito competente, que ajudou o Cerebro a ganhar 3 titulos, como ajudou agora Rui Vitória também a ganhar é ressabiamento não mais que isso pois ter que fazer mea culpa realmente não é para todos.
Ter a noção que o Benfica não depende de ninguém parece-me que é algo que muita gente não entende que continuam em 2016 a ver salvadores da patria em todo lado.
P.S - Essa do ganhamos "só aconteceu porque fizemos história" não entendo como se fosse uma coisa que nunca poderia acontecer. O endeusamento de 1 treinador que treinando clubes grandes em 7 anos ganha 3 titulos perdendo outros com 3 quando tem vantagens confortáveis já na 2ª volta nunca perceberei mas sei de certeza que nada tem a ver com exerçer e mostrar um grande Benfiquismo
De pge a 24 de Maio de 2016 às 18:13
Realisticamente ninguém acreditou.
A minha questão não são nunca as opiniões, que isso é como o outro diz, são como as vaginas...
As opiniões, tal como os actos, devem é ser medidas se ajudam ou se só servem para poluir o ambiente e nisto Rui Vitória passou as passas do algarve e isso eu posso afirmar que nunca contribui.
Não sei se estou a ser injusto, mas acho esta época a mais brilhante que já vivi.
Esta diga-se o que se disser é uma vitória de quem arriscou imensamente na mudança e de Rui Vitória que aguentou como eu não achava possivel.
Não se podem esquecer os jogadores, que além de craques foram de um profissionalismo exemplar.
Só uma nota final para a converseta de campeões do melhor futebol. O Benfica até chegarem os jogos da LC andou a despachar adversários por 4 e 5 ás pázadas, outros lembraram-se tarde de fazer o mesmo, mas parece qe ficou melhor vincado na memória dos jornaleiros
Quando foi preciso tivemos pragamatismo que tanto falta já nos fez em anos anteriores.
De antonio fonseca a 24 de Maio de 2016 às 21:34
Boa noite,
Nada a acrescentar a este balanço final que fomos brindados pela argúcia e sagacidade do D Arcy , Brilhante.
Contra todos os que apoiaram o outro lado da barricada (viscondes calimeros com a sua trupe metralha) só tenho que dizer, vão carpir para o wc do outro lado da av Eusébio da Silva Ferreira, juntem-se aos lagartixas que para o ano cá os esperamos.
Saudações benfiquistas.
Caríssimos,
A competência de Rui Vitória esta época, uma vez que conseguiu que a equipa "engatasse", fez História!
Ainda assim, há que fazer a diferenciação entre quem enxovalhou e quem criticou Rui Vitória pelo que a equipa que gere apresentava em campo. Eu, por exemplo, fui dos que critiquei no momento devido com o mesmo fundamento que agora o elogio.
Se o futuro ditar nova crítica, assim será, se continuar a merecer o elogio, assim se manterá - isto é Benfica, ninguém tem lugar cativo e há sempre competência a demonstrar! :-)
Atente ao caso de Germano de Figueiredo, o nosso Histórico central, que já campeão europeu com provas dadas internacionalmente, foi remetido às reservas e treinou e jogou com o mesmo brio e dedicação como se estivesse na equipa principal. Ele, Benfiquista por inteiro, percebeu que não se tratava de um enxovalho jogar nas reservas, mas de uma crítica para que melhorasse.
Digo tudo isto, porque penso que neste final de época, houve muita gente que confundiu uma postura de crítica fundamentada que foi apropriada a certa altura da época, com o enxovalho - mas lá que também houve enxovalho, houve, o que é inaceitável.
Cumprimentos,
Isaías
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