Está feito, acabou o jejum na Taça da Liga e conquistámos a oitava taça, reforçando a estatuto de equipa com o melhor palmarés nesta competição, a larga distância do segundo.
Depois da boa exibição contra o Braga, foi sem surpresas que apresentámos o mesmo onze desse jogo. Não tivemos uma entrada tão fulgurante como contra o Braga, mas foi completamente diferente do espectáculo deprimente que tínhamos dado no jogo anterior contra este mesmo adversário, para a liga. O jogo foi geralmente equilibrado. Tentámos pressionar alto, nem sempre com grande sucesso, enquanto que o Sporting jogou mais na espera para depois tentar surpreender em transições rápidas, tendo sempre a opção de num momento para o outro esticar o jogo com bolas directas para o Gyokeres. Isto é uma opção a que infelizmente não podemos recorrer, porque o Pavlidis continua a defraudar expectativas e parece cada vez mais afastado do golo - o falhanço que ele tem na primeira parte, de cabeça depois de ser servido pelo Tomás Araújo quase na pequena área, é difícil de acreditar. Vendo o tipo de jogo que se desenrolava, em que ambas as equipas pareciam conseguir encontrar espaços com alguma facilidade atrás da primeira linha de pressão, acreditei que quem chegasse primeiro à vantagem teria uma vantagem muito decisiva, porque certamente que juntaria linhas a seguir e os espaços passariam a escassear. Foi portanto com enorme satisfação que vi o Benfica colocar-se em vantagem sobre a meia hora de jogo. O Di María progrediu pelo meio e rodeado de adversários abriu para o Schjelderup na esquerda, que na área flectiu para o meio e marcou com um remate cruzado para a poste mais distante. Infelizmente, o Sporting ainda chegou ao empate perto do intervalo numa jogada típica deles - cair em qualquer bola dividida, que normalmente dá brinde. Por exemplo, é impossível pressionar o Hjulmand porque à menor possibilidade de perder a bola ele atira-se para o chão e deve ter sacado, à vontade, mais de meia dúzia de faltas sobre ele neste jogo, quase todas iguais: agarra-se à bola, um adversário pressiona-o e mete o pé, e ele imediatamente procura o chão. Ainda por cima é um rapaz pequenino e fraquinho, é natural que caia com tanta facilidade. Foi sem grande surpresa então que os vi beneficiar de mais um penálti, assinalado numa bola dividida entre o Florentino e o Maxi na área (e quem se quiser divertir, que vá ver a forma como o Benfica foi eliminado da taça o ano passado, com este mesmo árbitro, e em particular o penálti não assinalado do Coates sobre o Rafa) e o ponta-de-lança sueco conseguiu continuar a trabalhar para o seu rácio de perto de 40% dos seus golos serem de penálti (o Trubin ficou bastante perto de defender o remate feito para o meio da baliza, tendo tocado com o pé na bola, mas o remate foi feito com muita força). Excepcionalmente, o sueco foi hoje completamente controlado pelos nossos centrais e não representou o perigo do costume (a estatística mostra que perdeu 100% dos duelos individuais contra qualquer um dos nossos centrais).
A segunda parte foi muito mais mal jogada, e não me parece que o cansaço tenha sido alheio a esse facto. Começou com a (para mim) enorme surpresa de ver o Schjelderup não regressar do balneário, para entrar o Aktürkoglu. A não ser que tenha sido por motivos físicos, a alteração não fez qualquer sentido porque o norueguês estava a ser um dos melhores na primeira parte e o turco há mais de um mês que literalmente não dá uma para a caixa. Acho que perdemos bastante como equipa com a troca. Logo no início houve um lance em que me parece evidente que a bola chega a tocar no braço de um jogador do Sporting, mas nestas coisas dá sempre jeito ter um gajo das nossas cores na cabine do VAR - siga. À medida que o tempo foi avançando pareceu-me que as equipas passaram a ter mais receio de cometer algum erro e perder o jogo, e por isso arriscaram muito menos no ataque - não me recordo de muitas ocasiões de golo para qualquer uma das equipas. As alterações que fizemos durante o jogo pouco ou nada mudaram, e foram mais para ir refrescando a equipa. O desempate por pontapés da marca de penálti depressa passou a ser o cenário mais provável, que se verificou mesmo. E olhando ao que se passou no jogo, o empate final acabou por ser o resultado mais ajustado. Na altura nem me pareceu que as nossas substituições tivessem sido feitas a pensar especificamente nos penáltis, mas a verdade é que a maioria deles foi mesmo marcada por jogadores saídos do banco - Aktürkoglu, Renato, Amdouni e Barreiro, com os outros a serem marcados pelo Di María, Otamendi e Florentino). Tinha bastante confiança no Trubin para este aspecto do jogo, mas só mesmo ao sétimo penálti alguém finalmente falhou. Esse alguém foi o Trincão, que rematou rasteiro para a esquerda do Trubin (que se lançou para esse lado praticamente em todos os pontapés) e o nosso guarda-redes defendeu e garantiu-nos o troféu.
Gostei das exibições dos nossos centrais. Continuo a achar que o António Silva é o nosso defesa que melhor sabe como defrontar o Gyokeres, o que fez com que, ao contrário do habitual, ele até fugisse muito do lado esquerdo e tentasse a sua sorte pelo lado do Otamendi, felizmente também sem grande sucesso. O Florentino esteve bem na luta do meio campo, e o Carreras também esteve num bom nível, sobretudo na primeira parte, quando teve o Schjelderup à sua frente. O norueguês seria certamente um candidato a melhor em campo caso não tivesse sido surpreendentemente substituído ao intervalo. Ainda gostaria de compreender qual o motivo ou a lógica dessa substituição.
Foi agradável acabar com o interregno e voltar a conquistar este troféu, e consequentemente fazendo-o imediatamente reverter a um estatuto sem a menor importância. Espero que estes dois jogos sejam aproveitados como factor de motivação para nos afastarmos definitivamente do péssimo mês que atravessámos no que diz respeito a resultados e exibições. E que o seja já no próximo jogo porque acabarmos com um jejum quase tão longo quanto este, que é o que temos actualmente na Taça de Portugal, tem também que ser um dos objectivos da época.
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