A eliminatória teve o desfecho natural e passou a equipa mais forte, mas acho que podemos todos sentir orgulho na réplica que o Benfica conseguiu oferecer a uma das equipas mais fortes do mundo. Lutámos com as armas que temos, mesmo perante diversas contrariedades fizemos o melhor que podíamos, não foi suficiente para passar, mas caímos de cabeça levantada.
Já tinha escrito no final da primeira mão que o Bayern continuava a ser o grande favorito na eliminatória e que, aliás, o resultado desse jogo quando muito apenas reforçaria esse mesmo favoritismo. Mas nada nos impedia de lutar para sermos felizes. A tarefa para esta segunda mão de repente afigurou-se ainda mais difícil quando fomos obrigados a apresentar um ataque totalmente novo, já que à suspensão do Jonas juntaram-se as ausências por limitações físicas do Gaitán e do Mitroglou. Não as vou lamentar, porque os dois jogadores ficaram nestas condições depois da batalha que foi a conquista dos três pontos em Coimbra. Mais batalhas semelhantes virão, e não faria sentido arriscar pô-los a jogar e depois perdê-los por um período mais prolongado. Além disso já nos habituámos a que os que são chamados a substituir os ausentes normalmente dão boa conta do recado. Jogaram então o Jiménez e o Carcela no lugar dos lesionados, e o Pizzi no lugar do suspenso, indo o Salvio ocupar a vaga na direita. O jogo foi o que se esperava, com o Bayern a impor o seu futebol de muita posse de bola e pressão a toda a largura do campo. Em posse de bola os extremos permanecem sempre bem abertos e os laterais sobem no campo não para jogarem como médios ala, mas sim como médios interiores. Se os nossos laterais cumprem a obrigação de fechar o espaço entre si e os centrais, os extremos ficam sem marcação. Se são atraídos pela marcação aos extremos, então abre-se um espaço enorme entre eles e os centrais, que pode ser explorado pelos laterais adversários. Têm que ser os nossos alas a ter especial atenção com os extremos adversários, e isso raramente aconteceu. Outro problema foi a quase completa liberdade que o Xabi Alonso teve para jogar. Ele joga a passo, mas se lhe derem espaço coloca a bola onde quer. E espaço foi coisa que nunca lhe faltou neste jogo.
O primeiro remate do jogo até foi do Benfica, num livre marcado pelo Eliseu. O Bayern tinha controlo quase total do jogo e da posse de bola, mas o Benfica mantinha uma boa organização defensiva que ia evitando grandes calafrios e ocasiões de remate para os alemães. O jogo foi-se mantendo nesta toada, quando aos vinte e sete minutos, numa rara ocasião em que apanhámos a equipa do Bayern desposicionada, marcámos. Depois de uma mudança rápida de flanco, o Eliseu ficou com muito caminho livre à sua frente para progredir, e depois fez um passe em profundidade para a área, onde o Jiménez se antecipou aos defesas e ao guarda-redes para cabecear para a baliza. A eliminatória ficava empatada e o Estádio da Luz explodiu. E logo a seguir, não marcámos o segundo porque se calhar até o Jiménez ficou surpreendido com tantas facilidades, já que depois de uma insistência do Salvio pela direita recebeu a bola quase à vontade no meio da área, e acabou por rematar frouxo e à figura do Neuer. O Benfica parecia estar melhor no jogo durante esta fase, mas o Bayern não se impressionou e chegou à igualdade dez minutos depois do nosso golo. Depois de uma investida do Lahm pela direita, o Ederson afastou o cruzamento para a entrada da área, onde surgiu o Vidal solto de marcação para fazer o golo com um remate indefensável de primeira. A nossa equipa acusou o golo, que dificultava exponencialmente uma tarefa que já à partida era extremamente difícil. Perdeu-se por isso aquele ímpeto que tínhamos revelado logo a seguir ao golo, e algum do entusiasmo com que as bancadas tinham empurrado a equipa.
O Bayern entrou para a segunda parte tranquilo e a impor o seu jogo, agora com confiança acrescida, e bastante mais perigoso do que durante a primeira parte. E não demorou muito tempo a chegar ao segundo golo, através de um canto. A bola foi enviada para a zona do segundo poste, onde o Javi Martínez ganhou nas alturas e a devolveu para o lado oposto, para a finalização do Müller à boca da baliza. Fiquei com a sensação de alguma passividade da nossa defesa neste lance, já que os jogadores do Bayern vêm de trás e os nossos defesas ficaram algo estáticos, sem atacar a bola. A eliminatória estava agora praticamente resolvida e nos minutos que se seguiram o Benfica mostrou alguma desorientação, com a equipa a esquecer a disciplina e organização defensiva com que tinha iniciado o jogo, e a tentar diversas vezes sair sem grande critério para o ataque, em iniciativas individuais, que resultavam em perdas de bola e consequentes ocasiões de contra-ataque para o Bayern. Nos minutos a seguir ao golo, só por mérito do Ederson e alguma dose de sorte é que o Bayern não ampliou o resultado, tendo até atirado uma bola ao poste. O Benfica fez entrar o Talisca e o Gonçalo Guedes, poupando o Pizzi para outras lides e retirando também o Salvio, que continua longe da forma ideal. O jogo arrastava-se neste pendor, com mais um golo do Bayern a parecer o cenário mais provável, quando de repente o Gonçalo Guedes escapa-se em direcção à baliza e é derrubado quase no limite da área (o Javi Martínez viu o amarelo, mas parece-me que o cartão deveria ter sido de outra cor). Do livre resultante, o Talisca marcou um golão, enviando a bola ao ângulo, e a Luz reacendeu-se. Uma reviravolta na eliminatória era altamente improvável, mas a equipa lutou como se isso estivesse mesmo ao virar da esquina, e o público seguiu-a nessa crença. Foi portanto debaixo de um apoio impressionante que se jogaram os minutos até final, durante os quais o Benfica poderia até ter marcado por duas vezes, em mais um livre do Talisca e num remate do Jovic (tinha entrado para o lugar do Eliseu), e o Bayern também poderia ter marcado, mas o Ederson correspondeu mais uma vez bem quando tinha o Lewandowski isolado à sua frente.
Não vou elogiar ninguém em particular, apenas e mais uma vez a equipa num todo. Estão todos de parabéns, representaram o nosso clube condignamente nesta competição e caíram aos pés de uma das mais fortes equipas do mundo. Quando se dá tudo o que temos, temos que nos sentir orgulhosos do nosso esforço. Da minha parte, só tenho a dizer um enorme 'Obrigado!' por tudo o que fizeram nesta edição da Champions.
Apesar da eliminação, a parte positiva disto é o reforço da confiança desta equipa, e da comunhão entre ela e os adeptos. Quem esteve no Estádio da Luz esta noite e pôde testemunhar o ambiente que se viveu durante todo o jogo, e em especial nos minutos finais do jogo e após o fim do mesmo percebe que a nossa confiança em nada ficou abalada com este resultado. Acreditamos nesta equipa, e estamos incondicionalmente ao lado dela até ao fim. Agora, vamos à luta por aquilo que ainda temos para conquistar.
De jorge a 14 de Abril de 2016
Sabemos que o dinheiro não é tudo na vida, mas no futebol, conta muito.
Também é lógico que a FIFA/UEFA queira os clubes poderosos nas meias e finais. Há sempre o peso dos patrocinadores.
Finalmente, um orgulho enorme em pertencer ao GLORIOSO.
De Sérgio a 14 de Abril de 2016
Ser eliminado não é bom. O que ficou desta participação na Champions é que conseguimos discutir os jogos com equipas como Atlético de Madrid, Bayern, Zenit. Contra estas equipas tivémos 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas e as vitórias e as derrotas foram sempre pela diferença de 1 golo. Isto significa que mantendo a equipa técnica e a quase totalidade dos jogadores no próximo ano teremos "peito" para ainda fazer melhor.
Agora devemos pensar no jogo mais importante da época: o próximo contra o Setúbal.
De antonio fonseca a 14 de Abril de 2016
Bom dia,
Comentário correcto. Direi que também eu e todos os benfiquistas devem estar orgulhosos da prestação da nossa equipa na liga dos campeões. Obrigado por me fazerem acreditar cada vez mais em vós.
Passou o colosso Bayern , quiçá a melhor equipa da Europa e uma das melhores do mundo. Perder a eliminatória com uma equipa destas não nos pode deixar tristes, embora tivéssemos acalentado algumas esperanças quando o Raul empatou a eliminatória. Os golos deles deixaram-me um gosto amargo, porque houve alguma passividade da nossa defesa conforme você afirma. De facto as alas do Bayern tiveram muito espaço dado pelos nossos laterais, permitindo os centros com muita facilidade ao adversário. O Renato tal como em Munique não soube acompanhar o Vidal permitindo a este o remate vitoriosos para o 1º golo. No 2º o Martinez cabeceou sem oposição da nossa defesa que subindo após o cabeceamento deixou o adversário á vontade para marcar.
A arbitragem parece que copiou os maus desempenhos dos nossos árbitros , e fez um trabalho que eu estava á espera. O beneficio é sempre a favor dos mais endinheirados.
Mas, perante um adversário com esta categoria que controla o jogo como querem temos que enaltecer a postura da nossa equipa que lutou até ao fim em busca de um melhor resultado.
Acabou a champions , venha a nossa liga e já na 2ª feira mais uma final a caminho do almejado 35º. Esperam-se dificuldades postas pelo Setúbal , mas a aplicação tem que ser a mesma dos últimos jogos.
Saudações benfiquistas.
De moleculasdeamorpelobenfica a 14 de Abril de 2016
ESTA EQUIPA É ENORME!
De Benfiquista a 14 de Abril de 2016
Tudo dito.
Esperemos que o Nico e o Mitroglou recuperem até segunda, mas se não recuperarem, fico com a ideia de que quem os substituir dará boa conta do recado.
CARREGA, BENFICA!
RUMO AO TRI(NTA E CINCO)!!!
De Manuel Afonso a 14 de Abril de 2016
Por partes
Bayern de Munique; o respeito que tenho por esta instituição, é proporcional ao quanto desgosto da mesma. Muito.
Por isto mesmo fico satisfeito por ver sair o Guardiola. Um dos meus jogadores favoritos de todos os tempos, para mim o melhor treinador do mundo, e um senhor. Um grande senhor.
Jogam muito estes Alemães. Ontem, num jogo em que deram tudo o que têm, em que mostraram tudo o que sabem, que ninguém duvide, eu estive lá e vi, deu para perceber isto mesmo. Jogam muito estes Alemães.
E nós também. Nós também jogamos muito. Só um bocadinho menos do que eles.
Falta-nos só um bocadinho mais de qualidade no plantel, que já a tivemos, um bocadinho mais de tempo com o Rui Vitória, um treinador a sério, e um bocadinho mais de experiência destas andanças, um bocadinho mais de habituação a estes jogos, que nos permita acreditar um bocadinho mais, por vermos dentro de campo que eles são homens como nós, que suam como nós, que se cansam como nós, que sangram como nós, sendo que nós queremos muito mais do que eles.
E é esta a essência do Benfica. Não nos podemos voltar a esquecer disto.
É para estes jogos que estamos talhados, foi nesta competição que nos tornamos enormes, e é nesta competição que temos que ganhar. É este o nosso lugar, e tem que ser este o nosso legado.
Portugal é pequeno demais para os nossos sonhos. Ontem a catedral pegou fogo, como não acontecia há décadas.
Não porque lá estava o Bayern. Não porque queríamos perder por poucos. Mas porque acreditámos. Porque nos fizeram acreditar. Porque queríamos ganhar, e porque agora sabemos que vamos voltar a ganhar. Contra o Bayern, contra o Real, contra o Barça, contra o Inter, contra quem for, nós vamos voltar a ganhar.
Não podemos voltar a cair nas tentações de falsos profetas, que a única coisa que têm para nos oferecer é a pequenês tacanha, a pequenês provinciana, a pequenês pacóvia, ou ainda pior, a pequenês sportinguista.
A pequenês de quem não perde porque nem sequer chega a tentar. A pequenês de quem acha que não vale a pena. A pequenês de quem se contenta por ser o melhor da rua dele.
A pequenês de quem não percebe nem pode perceber. Nem que treinasse o Benfica 60 anos.
Mas agora temos um treinador a sério. Um treinador que não só percebe como sente. E ainda mais importante do que isto, um treinador que sabe e que quer. Que quer ganhar.
Não o título de maior lá da terra dele, mas ganhar o mundo. Porque o mundo é o seu palco. E é o nosso palco.
Em conjunto com o nosso presidente, que vai anunciar como grande objectivo desportivo do seu próximo mandato a conquista do título de campeão Europeu, não tenho quaisquer dúvidas, e em conjunto com uma massa adepta que sente novamente o que é ser Benfiquista, e que como tal acredita, nós vamos voar.
Vamos voar nas asas de uma águia e conquistar a glória.
Eis o Benfica.
Mas agora, com os pés bem assentes na terra, com todo o respeito e humildade, que venha o próximo. E o próximo é o adversário mais difícil que vamos ter pela frente, o Vitória que vem de Setúbal.
De Taintedlove a 14 de Abril de 2016
Sem Gaitán, Jonas, Mitroglou, e Júlio Cesar, e com Luisão, Lisandro Lopes, Nelson Semedo e Salvio ainda em recuperação, não era fácil, senão impossível, fazer melhor. Mas mesmo assim, estivemos perto de o conseguir. Muito mérito do grupo. E muita concentração no jogo mais importante: o próximo.
De RedRyan a 14 de Abril de 2016
De cabeça erguida ou humilhados, saímos da Champions league. Uma competição em que a UEFA só se interessa por um punhado de clubes. Os outros sao figurinos. E neste figurino da competição irrita-me que desde que foi refundada poucos clubes a ganharam e os tais clubes mais pobre. Variedade parece que e coisa de que não se gosta no topo do futebol Europeu.
Quanto ao jogo em si. Ja tínhamos menos um de repente ficarmos com menos dois jogadores importantes fez alguma diferença mas mesmo assim conseguimos fazer algo de muito bom e que me surpreendeu mais uma vez.
O interessante em tudo isto e que um jogador a menos o substituto tem de provar ao povo e sobretudo ao treinador de que tem estatuto de primeira equipa. Quando isso acontece parece-me que será sempre bom para o jogador, em primeiro lugar, e depois para a equipa. A alegria que tive a jogar final da liga Europa e a mesma que teria se chegássemos a fase seguinte da champions.
Agora só nos resta crescer e afirmar na Europa. Boas decisões financeiras e sobretudo desportivas serão sempre necessárias.
De Henrique Teixeira a 14 de Abril de 2016
Orgulho, muito orgulho, é aquilo que sinto e aquilo que devem sentir todos os Benfiquistas com esta admirável equipa e este glorioso clube.
Obrigamos a melhor equipa do mundo a dar tudo o que tinha e a sofrer imenso para nos eliminar. A incontida alegria com que Guardiola comemorou os golos do Bayern é bem demonstrativa do receio e do respeito que o Benfica lhe mereceu. De facto jogar sem Júlio César, Luisão, Gaitán, Jonas e Mitroglou e ter que jogar com Salvio muito condicionado pela prolongada lesão e ainda com Ederson, Lindelóf e Renato Sanches desde o início e depois também com Gonçalo Guedes e Jovic, todos com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos vindos da formação ou da equipa B, e mesmo assim fazer tremer o colosso alemão era coisa que nem os mais optimistas pensariam ser possível.
Esta equipa e este treinador estão a superar todas as expectativas. Parabéns a todos e ao Presidente que contra a vontade de quase todos os Benfiquistas apostou em Rui Vitoria. Tenho pena que haja alguns ditos Benfiquistas que só aqui aparecem quando as coisas não correm bem, para falarem mal.
Agora temos que continuar a vencer; o Vitória de Setúbal é o próximo e certamente não será fácil.
De António Madeira a 15 de Abril de 2016
Saudações benfiquistas.
Ontem, ao contrário de finais europeias e outros grandes jogos a que assisti, vi o desafio com uma estranha e inédita calma. Se de um lado tínhamos a melhor equipa do mundo da actualidade, do nosso, e apesar de tantas ausências, tínhamos uma nação que acreditava que era possível, embora soubesse que era muito difícil.
Não vou falar do jogo, porque o D'Arcy e outros já o descreveram na perfeição, quero apenas partilhar o sentimento que renasceu em mim e em muitos benfiquistas de que o Benfica está de volta. Sem medo, sem hesitações, sem desculpas e com muita união, a união do nosso lema. Isto foi o que se viu ontem, e a minha tranquilidade no início do jogo adveio do facto de que, fosse qual fosse o resultado, ninguém nos roubaria o orgulho e a alegria de ver um clube renascer das cinzas e erguer-se como gigante que é.
Ganharam os melhores, os mais experientes e os mais ricos, mas ontem a Europa e o mundo voltaram a falar de nós, não numa nota de rodapé, mas com o reconhecimento que já tivemos outrora de que nos batemos de igual para igual com qualquer um.
Não estive lá, infelizmente a vida levou-me para outras paragens, mas sorte a dos que estiveram e puderam ver para recordar e contar um dia que viram o jogo em que o Benfica voltou ao lugar que conquistou no passado: o de um dos grandes da Europa.
Saiba o grupo retirar daqui forças para a próxima batalha, porque do nosso lado, nada lhes faltará.
Obrigado, Benfica!
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