A visita a Vila do Conde é tradicionalmente difícil para o Benfica. Mas perante a possibilidade de abrir um fosso de cinco pontos para o segundo classificado, o Benfica não deu quaisquer hipóteses e a qualidade da nossa equipa tornou muito fácil aquilo que se antevia complicado. Foram três golos marcados, mais dois anulados pelo VAR e ainda um penálti revertido só para contrariar a tese dos lunáticos do Lumiar, que resolveram meter-nos ao barulho no arrufo conjugal que tiveram este fim-de-semana.
Com uma máscara protectora a permitir o regresso do Vertonghen à titularidade e o Taarabt ainda lesionado, o Benfica apresentou o onze que era esperado, mantendo o Pizzi a titularidade no meio campo. Entrada a todo o gás do Benfica, com pressão constante sobre os defesas do Rio Ave, cortando logo à nascença as tentativas de sair a jogar. A defesa em linha do Benfica também jogou de forma bastante agressiva e muito bem coordenada, encurtando o espaço e conseguindo quase sempre deixar os jogadores mais avançados do Rio Ave em posição irregular, o que impedia os passes longos para as costas da defesa. Antes de completado um minuto já o Benfica tinha conquistado um canto, e ao fim de seis minutos quase todos jogados no meio campo do Rio Ave chegou o golo. A pressão deu resultado, e depois de mais uma tentativa do Rio Ave sair a jogar o Gabriel antecipou-se ao Geraldes e interceptou o passe. Cruzamento largo e imediato do Rafa, ligeiro desvio de cabeça do Darwin já na área, e toque de classe do Everton quando se esperava que ele rematasse, a deixar a bola para o estouro do Waldschmidt. Cinco minutos depois, uma nota negativa com a lesão do André Almeida numa bola dividida, que pareceu ser grave e obrigou à sua substituição pelo Gilberto. A pressão do Benfica continuava a dar resultado e novo erro na saída de bola permitiu ao Waldschmidt recuperá-la e oferecer o golo que o Darwin há muito merece. Infelizmente o VAR interveio e o golo foi anulado por alguns centímetros. Mas da forma como estávamos a jogar nem deu para ficar muito preocupado, porque o jogo só dava Benfica mesmo. O Vlachodimos era um mero espectador e o segundo golo do Benfica era apenas uma questão de tempo. Meia hora de jogo, e mais uma vez a bola dentro da baliza do Rio Ave, desta vez com os papéis invertidos: o Darwin assistiu o Waldschmidt, que correu para a área e com calma evitou os defesas do Rio Ave para finalizar à saída do guarda-redes. Mas novamente o VAR anulou o golo por posição irregular de alguns centímetros. Apesar do resultado nunca parecer estar em perigo, porque o Benfica dominava completamente, dois golos anulados em meia hora já eram motivo para alguma irritação. Foi preciso esperar até ao período de compensação da primeira parte para finalmente vermos o Benfica chegar ao merecido segundo golo. O Rio Ave beneficiou de um livre perto da linha do meio campo e mandou toda a gente lá para a frente - de assinalar o facto do Benfica ter formado a linha de defesa bem longe da sua área, em vez de cair naquele comportamento irritante de fazer o favor à equipa que marca o livre e colocar toda a gente dentro da área. A bola foi recuperada, o Pizzi fez um balão para a frente, e a partir daí o Darwin fez quase tudo. Ganhou a bola no corpo a corpo com o defesa, progrediu até à área, e depois deixou-a para o Waldschmidt, com toda a calma do mundo, colocar a bola onde quis. É também de realçar que para além do Waldschmidt, também o Rafa e o Everton apareceram na zona de finalização.
Na segunda parte o jogo baixou um pouco de intensidade, mas o Benfica continuou sempre a ter um controlo quase absoluto do mesmo. Apesar das várias alterações feitas o Rio Ave nunca conseguiu criar-nos grandes problemas - recordo-me apenas de uma ocasião de perigo, na qual o Vlachodimos defendeu o remate do Piazon. O Benfica, mesmo sem forçar muito, ainda assim esteve sempre mais próximo do terceiro golo, e havia a nítida sensação que se quisesse forçar um pouco mais o resultado poderia facilmente disparar. O Darwin continuou a trabalhar muito e a procurar o golo, tendo talvez perdido a ocasião de oferecer o hat trick ao Waldschmidt quando optou pelo remate ainda de fora da área e tinha o colega em melhor posição para finalizar. Aos sessenta e oito minutos, nova jogada de insistência do Darwin, pela esquerda, terminou numa grande penalidade cometida sobre ele. Infelizmente o VAR voltou a intervir e descortinou novo fora-de-jogo de centímetros no início do lance e a decisão foi revertida - depois do que vi nas repetições, desconfio que o tempo que o VAR esteve a analisar o lance foi mais para conseguir encontrar um frame qualquer em que o Darwin estivesse adiantado. Reparei no entanto num pormenor: o Darwin foi pedir ao Pizzi, que se aprestava para marcar o penálti, para o deixar marcar e o Pizzi pelos vistos não aceitou. Estas coisas até são decididas no banco, mas é tão evidente que o Darwin está a procura do seu primeiro golo pelo Benfica (e merece-o) que teria sido um gesto bonito do Pizzi como capitão deixá-lo marcar. Mesmo que depois o JJ não deixasse. Enfim, são apenas pormenores. O jogo precisava mesmo de um terceiro golo do Benfica para dar uma expressão mais justa ao resultado, e a cinco minutos dos noventa isso finalmente aconteceu sem que o VAR encontrasse motivos para o anular. Uma boa combinação pela direita permitiu ao Pizzi cruzar para a tentativa de cabeceamento do Seferovic, que já tinha entrado para o lugar do Darwin, com o ressalto a sobrar para um remate de primeira quase à queima-roupa do Gabriel. Imparável, e bastante merecido que pelo jogador, quer pela equipa.
Por via dos dois golos, o Waldschmidt é o homem do jogo. E ainda ofereceu um golo ao Darwin, que foi anulado. O Darwin continua à procura do seu primeiro golo, mas entretanto vai somando assistências. É incansável na frente, ganha a maioria dos duelos individuais, incluindo pelo ar, e está constantemente em movimento. Ontem teve o azar de ver um golo, uma assistência e um penálti sobre ele cometido todos anulados pelo VAR. Mas é uma boa indicação do quanto ele está em jogo e dos problemas que causa às defesas. Grande jogo também do Gabriel. É um jogador que eu sempre apreciei e considerei fundamental para o Benfica, mas com o JJ está a evoluir tacticamente a olhos vistos - basta ver o quanto se começa a alargar a sua área de acção - e, com as devidas distâncias, se pode começar a considerar como um Matic na nova versão do Benfica de JJ.
Depois do soluço exibicional que foi o último jogo contra o Farense, foi bom ver a equipa regressar ao trilho certo. Uma vitória convincente e contundente num jogo e num campo onde seria normal esperar maiores dificuldades, e liderança isolada à quarta jornada com um pleno de pontos conquistados. Não se podia pedir muito melhor.
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