No final do jogo o empate a três acabou por ser um mal menor, e o resgate de um ponto foi um minimizar de estragos num jogo que chegou a parecer irremediavelmente perdido. Mas acaba por saber a pouco porque durante o período em que houve igualdade numérica o Benfica foi sempre a melhor equipa e parecia mesmo poder caminhar para uma vitória tranquila.
Diogo Gonçalves, Weigl, Rafa e Seferovic de início foram as novidades. Gilberto, Gabriel, Waldschmidt e Darwin tiveram direito a descansar um pouco e começaram no banco. Não podia ter começado melhor o Benfica, que marcou logo no primeiro minuto de jogo. Insistência do Rafa pela direita, e o cruzamento atrasado para o Seferovic acabou por ser desviado para a própria baliza por um defesa do Rangers. Jogava bem o Benfica, sempre em cima do adversário e com o controlo quase completo do jogo, impedindo que os escoceses conseguissem ter bola e saíssem para o ataque. Até que aos vinte minutos de jogo, absolutamente do nada, um pontapé para a frente quase desde a entrada da área do Rangers encontrou um jogador escocês atrás da nossa linha de defesa, o Otamendi tocou-o quando ele se escapava em direcção à baliza, e foi expulso. O Jardel teve que entrar para o lugar do Pizzi e o jogo mudou como do dia para a noite, com a nossa equipa demasiado desnorteada. Tanto que, cinco minutos depois, já estávamos atrás no marcador. No espaço de um minuto o Rangers fez dois golos, o primeiro num desvio infeliz do Diogo Gonçalves para a própria baliza depois de um cruzamento, completamente à vontade, da esquerda, e o segundo num remate rasteiro à entrada da área que fez a bola entrar junto ao poste, num lance em que me pareceu haver demasiada passividade por parte de toda a equipa, guarda-redes incluído. Termos atingido o intervalo apenas a perder por 1-2 nem foi mau de todo, porque o Benfica praticamente não existiu a partir da expulsão. Para a segunda parte trocámos os laterais, entrando o Gilberto e o regressado Grimaldo. Os dois que saíram não tinham estado particularmente felizes, mas outros jogadores como o Seferovic ou o Taarabt foram quase inexistentes. O Rangers ampliou a vantagem bem cedo, cerca de cinco minutos após o reinício, num lance em que o Benfica defendeu muito mal. Em desvantagem numérica, ter os dois jogadores da ala esquerda (Grimaldo e Everton) a atacar o portador da bola só poderia mesmo resultar numa avenida por aquele lado por onde o lateral direito Tavernier progrediu à vontade (aproveitando que o Vertonghen estava a meter toda a gente em jogo) e perto da linha de fundo cruzou a bola rasteira para o Morelos encostar quase em cima da baliza, tendo o Gilberto esquecido-se que se calhar era melhor marcar em cima o adversário. Com uma hora de jogo finalmente entrou o Darwin para o lugar do Seferovic e o Benfica lá começou pelo menos a dar um pouco mais de luta na frente, sobretudo quando cinco minutos depois entrou também o Waldschmidt, substituindo o Everton. Ainda passámos por mais um par de sustos, com um remate ao poste e uma boa defesa do Vlachodimos aos pés do Morelos, mas à entrada para o último quarto de hora conseguimos reduzir para um golo de diferença e a esperança renasceu. Uma jogada em esforço do Darwin, a passe do Waldschmidt, em que não desistiu do lance, aguentou a carga de um defesa, evitou o guarda-redes, e mesmo sobre a linha de fundo conseguiu fazer o passe atrasado para o Rafa marcar. Com a dupla habitual de avançados em campo ainda era possível acreditar no empate, e este surgiu já no período de descontos. Novamente o Waldschmidt a fazer o passe que desmarcou o Darwin entre os centrais adversários, e depois este ganhou em velocidade e à saída do guarda-redes finalizou com aparente facilidade.
O homem do jogo tem que ser o Darwin, por ter conseguido em meia hora ressuscitar um Benfica que parecia morto e enterrado. A sua entrada foi decisiva, o golo do Rafa só foi possível pela raça que mete em cada lance, e só podia mesmo ter sido ele a fazer o golo do empate. Este jogador foi uma grande contratação e tem tudo para ser um caso muito sério no futebol mundial. Vamos esperar para ver quanto tempo o conseguiremos segurar. Foi bem ajudado pelo Waldschmidt, e o entendimento entre os dois é cada vez melhor. Dos que alinharam de início, o maior destaque foi o Rafa. Foi sempre o jogador em mais alta rotação, a procurar levar a equipa para a frente mesmo quando poucos o ajudavam. Fabricou o primeiro golo e marcou o segundo, e reforçou a minha ideia de que para jogar na direita ele é a melhor opção, e não o Pizzi. De resto, foram exibições bastante cinzentas, em particular da defesa, e mesmo assim na minha opinião o Taarabt e o Seferovic conseguiram ser ainda piores do que a média.
Tenho a firme convicção de que teríamos ganho este jogo até com alguma facilidade caso não tivesse havido a expulsão. Mas deixarmo-nos surpreender por uma bola longa metida da entrada da área adversária é simplesmente defender mal. E também não é admissível tanto desnorte logo a seguir à expulsão. Deixar o adversário dar a volta ao resultado ao fim de cinco minutos, com dois golos sofridos no espaço de um minuto não tem cabimento, sobretudo quando continuámos a jogar com a defesa e meio campo completos, já que quem saiu foi o Pizzi, que estava a jogar no apoio ao avançado. Parece-me que neste momento urge acertar o processo defensivo, porque não é normal nem o Benfica, nem as equipas treinadas por Jorge Jesus sofrerem tantos golos.
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