E vão seis seguidas. O bom início de época do Benfica continua apesar de toda a instabilidade criada em redor do clube. A vitória frente ao Boavista acabou por ser tranquila, apesar da boa réplica oferecida por um adversário que nunca baixou os braços, mesmo quando a superioridade do Benfica no jogo parecia ser difícil de contrariar.
A maior parte do onze mais forte do Benfica já é relativamente fácil de adivinhar, restando sempre alguma dúvida em relação aos jogadores que alinharão no sector ofensivo. Ontem foram o Rafa, o Yaremchuk e o Darwin, com este último a cair diversas vezes sobre a esquerda e o Yaremchuk a vir mais para a direita. Mas em posse de bola vi muitas vezes o Benfica a jogar com um triângulo no meio campo, onde o Weigl era o vértice mais recuado e o Rafa, que jogou com bastante liberdade, fazia de interior esquerdo, com o João Mário a fazer o mesmo mais sobre a direita. Os laterais projectavam-se no ataque e os dois pontas-de-lança ficavam em zona de finalização, o que permitia maior presença na área para finalizar - a estes juntava-se muitas vezes um ou mesmo os dois 'interiores'. O Benfica iniciou o jogo naturalmente muito por cima, praticamente não permitindo ao Boavista ter bola. As ocasiões de golo não eram muitas, mas quando marcámos o primeiro ainda relativamente cedo (aos treze minutos) o Boavista ainda mal tinha entrado no nosso meio campo e antes disso já o Darwin tinha desperdiçado uma flagrante ocasião de golo, quando apareceu solto na área para finalizar um passe da direita do Yaremchuk. No golo, o Darwin estava mais uma vez solto de marcação bem no meio para cabecear o cruzamento perfeito do Diogo Gonçalves, sendo de destacar que também o João Mário estava naquela zona a criar uma situação de superioridade numérica sobre o defesa central do Boavista. Já sabemos que nestas coisas nunca se pode facilitar e bastou o Benfica relaxar um pouco por volta da meia hora para sofrer as consequências. No espaço de um minuto o Boavista, que até aí não tinha feito um remate, teve um primeiro remate de fora pelo Sauer, ao qual o Vlachodimos se opôs, e logo a seguir um passe mais arriscado do Otamendi para o Weigl permitiu ao Boavista pressionar e desarmar o alemão logo à entrada da nossa área, para depois o mesmo Sauer desferir um remate de primeira que não deu qualquer hipótese ao nosso guarda-redes. Foi um grande golo mesmo. Mas a reacção do público foi óptima no apoio à equipa e a reacção da equipa foi ainda melhor. No minuto seguinte beneficiámos de um livre sobre a direita e o João Mário cruzou largo para a zona do segundo poste, onde o Otamendi ganhou nas alturas e devolveu a bola para o primeiro poste e permitiu o cabeceamento precisamente do Weigl para voltar a colocar-nos em vantagem. De uma assentada a equipa recuperava a relativa tranquilidade da vantagem no marcador e o Weigl redimia-se do erro cometido instantes antes. Depois disso não voltámos a permitir qualquer aproximação do Boavista à nossa área até ao intervalo.
Durante o descanso fizemos uma alteração forçada, tendo entrado o Lázaro para o lugar do lesionado Diogo Gonçalves. O Boavista veio para a segunda parte mais agressivo e a tentar pressionar mais alto, pelo que apesar do Benfica estar por cima no jogo nunca deu para me sentir completamente confortável com o resultado, isto apesar de a nossa defesa ter conseguido quase sempre manter o perigo longe da nossa baliza - até porque a partir de uma determinada altura o nosso velho 'amigo' Hugo Miguel começou a querer ganhar mais protagonismo e a enervar quer o público, quer a nossa equipa, permitindo o endurecer do jogo por parte do Boavista (o ponta-de-lança Musa, por exemplo, andou por ali alegremente a distribuir pancada até que finalmente viu um amarelo a quinze minutos do final). Era fundamental marcarmos um terceiro golo de forma a colocarmo-nos a salvo de qualquer contratempo. O Yaremchuk tinha dado o primeiro aviso, obrigando o guarda-redes do Boavista a uma defesa mais apertada, e pouco depois foi o Lucas Veríssimo a cabecear por cima após um cruzamento do Grimaldo, quando parecia ter tudo para marcar. O golo surgiu mesmo a fim de um quarto de hora jogado, e num lance aparentemente simples. O Benfica aliás tentou por diversas vezes este tipo de lances, em que um dos centrais colocava a bola longa nas costas da defesa adversária, sobre uma das faixas laterais. O Yaremchuk foi um dos jogadores que explorou estes lances sobre a direita, mas desta vez foi o Rafa quem aproveitou o grande passe do Lucas Veríssimo. O controlo da bola foi perfeito, e depois foi só entrar na área e soltá-la para o lado oposto, onde o Darwin apareceu à vontade para a empurrar para a baliza. O jogo ficou então muito bem encaminhado, e até poderíamos ter construído um resultado ainda mais confortável: o Darwin perdeu uma boa ocasião para o hat trick, quando se isolou pela esquerda depois de um bom passe do Grimaldo mas permitiu a defesa ao guarda-redes, e pouco depois foi o Everton, que tinha entrado para o lugar do Yaremchuk, a ver o mesmo Braccali negar-lhe o golo depois de um bom cabeceamento. Mas parece-me que um quarto golo talvez já fosse um castigo demasiado pesado para aquilo que o Boavista fez, sobretudo durante a segunda parte. O Benfica foi mais forte, mas o Boavista deixou uma boa imagem e fiquei especialmente impressionado com o médio Makouta.
O Darwin acaba por ser o destaque pelos dois golos marcados, mas poderia ter marcado outros tantos já que teve ocasiões para isso. Apesar do erro que resultou no golo do Boavista, ainda assim achei que o Weigl foi um dos melhores, tal como o Otamendi (que também teve algumas responsabilidades nesse lance). O Lucas Veríssimo voltou a exibir-se num nível muito alto e o Rafa foi mais uma vez decisivo - é surpreendente pensarmos que só à sexta jornada foi titular pela primeira vez, mas mesmo saltando do banco tem sido sempre um jogador importantíssimo neste bom arranque.
Com a sexta vitória noutros tantos jogos ficámos ainda mais confortáveis no topo da tabela, já que o segundo classificado (Estoril) perdeu. A almofada pontual é agora de quatro pontos, o que significa que aconteça o que acontecer, continuaremos isolados no primeiro lugar no final da próxima jornada. Teremos uma deslocação difícil a Guimarães, e será fundamental continuarmos no registo de competência que temos tido até agora. Por cada semana que passamos no topo da tabela aumenta a nossa confiança e o nervosismo dos nossos adversários.
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