VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Terça-feira, 30 de Janeiro de 2018

Sombra

Um empate comprometedor e arrancado no último suspiro do jogo, já nos descontos sobre os descontos, mas que acaba por ser um castigo lógico face ao que se assistiu durante os noventa minutos. Hoje fomos uma sombra da equipa que nas últimas semanas nos chegou a deslumbrar com a qualidade do futebol que produziu. 

 

 

Uma primeira parte praticamente deitada fora, níveis de desperdício inaceitáveis na segunda e uma progressiva perda de lucidez à medida que o tempo avançava ajudam muito a explicar este resultado. Este jogo era o primeiro teste à ausência do Krovinovic e a avaliação que se pode fazer não é positiva. O escolhido para o seu lugar foi o João Carvalho, e a dinâmica da equipa durante a primeira parte depressa mostrou que a mudança se fazia notar. Não conseguimos fazer a pressão alta com a qualidade do costume, e a dinâmica a atacar foi quase inexistente: praticamente não criámos ocasiões de golo, e quando conseguíamos construir alguma coisa mais bem feita, a decisão deitava tudo a perder. Ou os centros quando se entrava na área e ganhava a linha de fundo iam sempre direitinhos para um adversário, ou então demorava-se demasiado para fazer o remate e este acabava interceptado - um exemplo flagrante foi uma situação em que o Pizzi tinha o Salvio ao lado completamente isolado, mas nem levantou a cabeça e acabou por rematar contra um adversário. De uma forma geral, fomos quase sempre demasiado previsíveis no ataque e uma presa demasiado fácil para um Belenenses preocupado sobretudo em defender e queimar tempo, com os seus jogadores a parecerem particularmente empenhados em entrar em discussões e arranjar quezílias com os jogadores do Benfica.

 

 

Exigia-se muito melhor na segunda parte e esta foi de facto melhor do que a primeira, parecendo-me que a atitude foi melhor. Mas neste período o que começou infelizmente a evidenciar-se foi o tremendo desperdício das ocasiões que se iam criando. A primeira alteração feita pareceu-me uma boa opção: a troca directa do João Carvalho pelo Zivkovic. Foi dos pés do sérvio que saiu o passe que desmarcou o Cervi, para este ser derrubado dentro da área do Belenenses. Mas o Jonas marcou-o pessimamente, com um remate denunciado e para o lado oposto daquele que lhe costuma ser mais habitual, deitando assim fora a melhor ocasião que tivemos para passar para a frente do marcador. Pouco tempo depois vimos o Cervi a correr isolado em direcção à baliza, mas a finalização foi simplesmente desastrosa: com o corpo completamente inclinado para trás, atirou a bola para a bancada. Num jogo em que até nem estávamos a jogar particularmente bem, desperdiçar ocasiões destas só podia ser um péssimo presságio para o que estava para vir. Até porque voltámos a assistir a um cenário relativamente familiar: à medida que o tempo passa e o golo não surge, a equipa vai perdendo lucidez e a resposta vinda do banco não ajuda, pois consiste quase sempre em colocar cada vez mais avançados em campo por troca por jogadores com capacidade para criar e construir. E o que começou a tornar-se previsível aconteceu mesmo. Já perto do final, e praticamente no primeiro remate que acertou na baliza, o Belenenses marcou. O remate até nem foi nada de especial e o seu autor escorregou na altura em que o fez, mas a bola saiu muito colocada para o poste mais distante e o Varela só conseguiu ficar a vê-la entrar. Parecia que era a confirmação de uma derrota, mas a equipa ainda encontrou forças para lutar e já para lá do tempo de compensação atribuído, no último lance da partida, o Jonas redimiu-se parcialmente do penálti falhado e na marcação de um livre à entrada da área fez o empate.

 

 

Não o responsabilizando directamente pela quebra de qualidade do futebol da equipa neste jogo, o João Carvalho terá que fazer bastante melhor do que aquilo que fez hoje para confirmar ser a opção mais válida ao Krovinovic. Em particular no que diz respeito à agressividade e trabalho defensivo, que foi o aspecto em que fiquei menos satisfeito hoje. É preciso lutar pela bola, e ir buscá-la aos espaços vazios oferecendo linhas de passe - é sobretudo isso que tem evidenciado o Krovinovic. Não dá para se ficar quase parado à espera que a bola chegue aos nossos pés. Mas toda a equipa em geral esteve abaixo daquilo que se espera deles. O Pizzi, por exemplo, fez um jogo lamentável sob todos os aspectos, e no entanto manteve-se os noventa minutos em campo. Talvez o Cervi tenha sido dos melhores, mas aquela ocasião flagrante desperdiçada com um chuto para a bancada é uma mancha indelével na sua exibição.

 

Foram dois pontos que não podíamos perder, porque era importantíssimo manter o bom momento e acima de tudo mostrar que a perda de um jogador que estava a ser fundamental não abanava a equipa. Infelizmente não conseguimos dar a resposta que se exigia, e agora tudo ficou muito mais complicado.

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publicado por D'Arcy às 01:39
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De Dias Pereira a 30 de Janeiro de 2018
Bom dia.
(São os meus votos, e não a constatação de que o dia esteja a ser bom; bem pelo contrário...)
Estou profundamente desiludido, depois do desastre que ontem a equipa construiu no Restelo. Todos os méritos do dito foram apenas nossos...
O Belenenses não joga a ponta de um chavo. E nós sermos capazes de não vencer um adversário daqueles, é uma coisa quase do reino da ficção...
Infelizmente confirma-se que, o que foi excepção foram (vá lá, com alguma condescendência...) os últimos 2 ou 3 jogos. Tal como se confirma que esta será uma época ao nível do pior de que há memória. Estamos em Janeiro, e já não há, objectivamente, nenhuma prova que possamos vencer.
Nem os viscondes falidos, nas suas tradicionais épocas desportivas, conseguiam estar na posição em que nós estamos agora. Habitualmente, pela altura do Natal já estavam fora da disputa do campeonato, mas lá se iam mantendo de cabeça fora de água numa ou noutra competição. Nós, este ano, em Janeiro, já não temos nada...
A exibição, ontem, voltou aos níveis que apresentámos, com alguma constância, durante esta época, e pré-época. Uma capacidade ofensiva que se fica pelos habituais rodriguinhos e que desemboca, geralmente, em finalizações que envergonham qualquer equipa que se assuma como profissional; uma eficácia defensiva de arrepiar, com os nossos atletas a apreciarem os atacantes adversários a progredir com todo o à vontade e a rematar sem oposição; um estilo de jogo que varia entre a saturação extrema de jogar para o lado e para trás, mesmo quando a jogada se desenrola nas proximidades da área adversária, e o tradicional pontapé para a frente, a ver se os nossos fisicamente potentes atacantes se conseguem sobrepor aos anões das linhas recuadas dos adversários. E não faltaram, também, as assistências dos nossos defesas para os adversários, permitindo-lhes lançar perigosas jogadas de ataque, nem um guarda redes a ficar a meio caminho entre o nada e coisa nenhuma, no lance que deu o golo adversário...
Mantenho a sensação, que já retinha, de que uma parte significativa dos nossos insucessos e da inegável miséria que está a ser a presente época, se deve aos jogadores, designadamente à sua postura em campo, que revela laivos de vaidade e vedetismo, sobranceria, pouco comprometimento com o jogo colectivo e uma grande falta de entrega física. Há excepções, mas a esmagadora maioria dos nossos meninos afina por esse diapasão.
(Sem querer tornar redutora a análise, para comprovar o que escrevi atrás basta olhar para o que fez ontem João Carvalho; e isto depois de, supostamente, ter andado a "reclamar" mais oportunidades e, quiçá, a titularidade...)
Uma outra (grande!) quota parte da responsabilidade tem de ser, inevitavelmente, atribuída ao treinador e à sua equipa técnica, que já provou, à saciedade, que não consegue dar conta da situação nem inverter o actual estado de coisas. Rui Vitória não é, decididamente (na minha opinião, obviamente...) treinador para o Benfica. É educado, tem bons princípios, e expressa-se com alguma fluência, embora diga sempre o mesmo. Só que, para nos levar aonde queremos estar, não chega.
Claro que este estado de coisas tem um responsável comum: Luís Filipe Vieira. Ninguém poderá ficar indiferente ao trabalho que já desenvolveu, com a sua direcção e colaboradores, mas nesta altura está aburguesado, acomodado à posição que ocupa, e não marca positivamente a vida do clube. Dá-se ao luxo de se ausentar com uma frequência assustadora, supostamente para tratar de negócios, deixando a casa ao Deus dará. E gere cada vez numa perspectiva comercial, notoriamente em prejuízo da vertente desportiva, embora se assista a uma estagnação, ou até agravamento, da situação financeira do clube. Por outro lado, quer no clube, quer na SAD, todos actuam como se não se passasse nada, continuando todos a assobiar para o lado, permitindo-se, mesmo, falar de coisas que não acrescentam nada ao universo benfiquista, como foi o caso recente do Rui Costa, na comparação de Eusébio e Ronaldo.
Claro que continuam a existir aqueles que vão tentando passar lixívia na situação, acusando de tudo e mais alguma quem vê a realidade como ela é. Continuando a bater palmas e a defender o grande líder, só prejudicam o Benfica...
Saudações benfiquistas!
Viva o Benfica!
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