Ainda acordámos na segunda parte, mas depois de uma primeira parte pobre e pouco ambiciosa acabámos mesmo por ceder um empate em casa frente a uma das equipas mais mal classificadas nesta edição da Champions e deixar a questão do apuramento ainda em suspenso.
Até entrámos a todo o gás e logo ao segundo minuto tínhamos a bola dentro da baliza italiana. Mas o golo foi marcado pelo Pavlidis, e só por isso a probabilidade de haver posição irregular era elevadíssima, o que veio a confirmar-se. O nosso avançado parece ter bastante dificuldade em prestar atenção à posição dos defesas, mantendo os olhos constantemente na bola, e por isso acaba por cair repetidamente nesta armadilha. O golo anulado foi enganador, porque durante a maior parte da primeira parte o que vimos foi um Benfica encolhido e quase que a convidar a pressão do Bolonha. Linhas muito recuadas, uma quase ausência de pressão sobre o portador da bola e jogadores desligados uns dos outros significaram que os italianos conseguiam manter a posse com relativa facilidade, ter tempo para pensar as jogadas, e nas ocasiões em que o desarme era conseguido, as segundas bolas eram quase sempre deles. Isto porque o Bolonha apostou claramente em colocar muita gente no meio e o Benfica jogava pouco pelas faixas, com os laterais demasiado retraídos. O Kökçü regressou à equipa mas teve um jogo muito apagado, e por via disso o Benfica quase nunca conseguiu fazer boas transições para o ataque. Desinspirado esteve também o Aktürkoglu, que apesar de mostrar sempre a vontade do costume acabava sempre por receber mal a bola e perdê-la. A juntar a isto as cada vez mais evidentes limitações técnicas do Pavlidis, a quem a bola parece queimar os pés, e sobrava o Di María para dar sequência a lances de ataque. Por outro lado, o Bolonha mostrou também o motivo pelo qual está tão mal classificado, porque com tanta posse de bola não tiveram quase nada para mostrar em termos ofensivos, já que praticamente não criaram qualquer situação de perigo para o Trubin - uma grande excepção, quando a tradicional casa monumental do Otamendi deixou um adversário isolar-se, mas o Trubin soube esperar e cair aos pés do adversário na altura certa para o desarmar. Só nos dez minutos finais da primeira parte é que o Benfica pareceu despertar um pouco e libertar-se do colete de forças que quase voluntariamente vestiu, colocando um pouco mais de velocidade no jogo e subindo as linhas para mais perto do meio campo adversário. Corolário disso, uma investida do Carreras pela esquerda e centro atrasado desde a linha de fundo para um remate de primeira do Di María sem deixar a bola cair que seria um golo monumental caso entrasse, mas o remate saiu demasiado à figura do guarda-redes. E depois disso conseguimos uma boa transição que libertou o Carreras para aparecer na área para rematar, mas apareceu um defesa italiano para fazer o corte no limite.
A atitude regressou para a segunda parte, que foi completamente diferente da primeira. Fomos uma equipa transfigurada, muito mais agressiva na procura da bola e da baliza adversária, de linhas de pressão muito mais subidas, fazendo com que o Bolonha não fosse capaz de pressionar como o fez na primeira parte e acabando por se limitar, de forma algo incompreensível, a jogar para o empate. Não percebi o objectivo porque o ponto de nada lhes serviu e saíram da Luz matematicamente eliminados da competição. Infelizmente, a melhoria não foi suficiente para conseguirmos os três pontos. As oportunidades de golo apareceram, mas fomos frequentemente desastrados em frente à baliza - e nesse particular, o Pavlidis continua a acumular situações dignas daqueles compêndios que se mostram no final do ano com situações absurdas - e para além disso o guarda-redes adversário engatou e foi defendendo tudo o que lhe foi atirado. O Amdouni, que entrou mais tarde, ainda veio dar alguma animação ao ataque e teve alguns remates perigosos, mas o guarda-redes opôs-se sempre com sucesso. Tivemos também que lidar com uma arbitragem extremamente infeliz por parte do romeno que foi nomeado para este jogo. Não escrevo isto por me querer queixar do Benfica ter sido especificamente prejudicado pela arbitragem, apenas me pareceu evidente que o árbitro não tinha categoria para um jogo da Champions, o que significou estar constantemente a interromper o jogo, abusar de cartões por não conseguir ter mão no mesmo, e conseguir irritar toda a gente (em particular os jogadores de ambas as equipas) com os critérios quase aleatórios com que assinalava faltas para um e outro lado, ou deixava passar situações que pareciam ser claramente falta. Acabámos o jogo quase instalados na área do Bolonha, com os dois laterais a jogar de forma bastante ofensiva e a causar frequentes desequilíbrios para os quais o Bolonha parecia não conseguir encontrar solução - a entrada do Beste para o lugar do Aktürkoglu na esquerda permitiu ao Carreras subir muito mais frequentemente - e a deixar-me a perguntar porque motivo estivemos tão retraídos durante metade de jogo. A desperdiçar quase metade de um jogo e a falhar assim na segunda parte, acabámos naturalmente por ser punidos e perdemos dois pontos.
Mais uma vez tenho alguma dificuldade em escolher um jogador para destacar, mas acho que a escolha acaba por cair no Di María, por ser aquele que a equipa procurou sempre para criar desequilíbrios. O Aursnes também esteve num bom nível, e os dois laterais subiram bastante de rendimento na segunda parte.
Uma vitória teria quase de certeza garantido o apuramento. O empate acaba por deixar-nos numa situação relativamente confortável, mas ainda teremos que ficar na expectativa do que poderá acontecer até ao final. Gostei da segunda parte que fizemos, mas a primeira veio reforçar a minha preocupação com o nível exibicional da nossa equipa, porque veio na sequência dos jogos pouco conseguidos contra o Arouca e o Vitória. Espero que seja a atitude da segunda parte a entrar em campo na Vila das Aves, para que consigamos manter o ímpeto positivo na liga e atacar a liderança.
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