Apanhámos um valente susto esta tarde, mas uma boa reacção final acabou por poupar-nos a males maiores e evitar uma derrota que durante uma boa parte do jogo chegou a parecer um cenário muito provável.
Apenas uma alteração, na baliza, em relação à equipa que tem sido utilizada nos últimos jogos, onde se estreou o Júlio César. Sobre a primeira parte acho que há muito pouco a dizer, e nada de positivo. O pior de tudo foi mesmo a forma como os jogadores pareceram encarar o jogo, porque a sensação com que fiquei foi que houve demasiada sobranceria e falta de atitude. Há jogos em que é um tanto ou quanto evidente perceber desde cedo que vamos ter dificuldades, e isso acontece quando vemos um jogador conduzir a bola e o resto da equipa a ficar praticamente a olhar para ele, sem que os jogadores se movimentem para criar opções de passe. Foi isso que aconteceu hoje, com o resultado de vermos os jogadores insistirem em iniciativas individuais quase sempre condenadas ao fracasso. Para complicar mais as coisas, do outro lado surgiu um adversário nada interessado em facilitar-nos a tarefa, sempre muito bem organizado a defender e bastante agressivo e eficaz a pressionar o portador da bola. Eficácia foi também o que o Moreirense revelou na altura de atirar à baliza: imediatamente a seguir a uma perdida escandalosa do Lima (que está realmente numa fase em que praticamente não acerta uma), na primeira e provavelmente única ocasião de golo que criou durante todo o jogo, chegou ao golo. Após um cruzamento da direita, o Eliseu deixou fugir o seu adversário directo, que cabeceou para o golo. E nem este golo (que surgiu ainda cedo, pouco depois do primeiro quarto de hora) acordou a equipa, que continuou a mostrar um futebol lento, sem ideias e desconexo. A substituição operada ainda na primeira parte, em que o Derley entrou para o lugar do Samaris para reforçar a presença na frente, pouco conseguiu mudar.
O início da segunda parte também não foi propriamente promissor. Mas à entrada para a última meia hora o Talisca teve uma iniciativa individual em que ultrapassou vários adversários até ser derrubado à entrada da área, o que resultou no segundo amarelo para o jogador do Moreirense que fez a falta. A partir daqui o jogo foi completamente diferente. O Benfica acelerou o ritmo, as oportunidades começaram a surgir, e houve ainda a substituição forçada do Talisca pelo Ola John, que fixou o Gaitán no centro e acabou por contribuir também de forma positiva para a qualidade do nosso jogo. O empate surgiu de forma espectacular, num remate cruzado do Eliseu a uns trinta metros da baliza que levou a bola a entrar junto ao poste, sem qualquer possibilidade de defesa. Faltavam pouco mais de vinte minutos para o final e nesta altura o assalto do Benfica à baliza do Moreirense era constante: a expulsão e a incapacidade para continuarem a pressionar-nos da forma que o tinham feito durante a primeira parte encostaram o Moreirense à sua área, com o jogo a disputar-se exclusivamente em metade do campo. Por isso não espantou que fosse necessário esperar apenas cinco minutos para vermos o segundo golo (e com mais algumas oportunidades claras pelo meio). Depois de um cruzamento do Gaitán na esquerda, que o guarda-redes atacou mal e não conseguiu afastar, a bola sobrou para o Maxi no poste oposto, que matou no peito e atirou a contar. O jogo parecia estar resolvido, pois o Moreirense estava praticamente entregue e incapaz de criar qualquer perigo no contra-ataque. Mais cinco minutos se passaram e num penálti cometido sobre ele mesmo (e sim, é penálti mesmo porque o defesa dá um toque no pé do Lima que depois o leva a tropeçar em si próprio) o Lima aproveitou para acabar com o jejum de golos e acabar com quaisquer dúvidas que pudessem haver sobre o vencedor - mas pelos vistos não terá acabado completamente com o seu desacerto com a baliza, porque até final ainda voltou a falhar mais uma ocasião flagrante de golo.
Depois de uma primeira parte paupérrima qualquer destaque na nossa equipa deve-se apenas ao que fizeram na nossa melhor fase do jogo. Gostei do Enzo (irrita-me que às vezes pareça que as pessoas insistam em querer ver fantasmas onde eles não existem) e do Maxi, e achei que a entrada do Ola John foi bastante útil, pois dinamizou o nosso jogo pela esquerda. Destaque óbvio também para o golo fabuloso do Eliseu, mas contra si a falha de marcação no golo adversário. Quanto ao estreante Júlio César, é difícil dizer o que quer que seja porque praticamente não teve trabalho. Pelo menos pareceu sentir-se seguro a jogar com os pés. O Lima, pelo que já foi dito, continua extremamente desastrado na finalização (o falhanço imediatamente antes do golo do Moreirense é inacreditável) mas a seu favor o facto de nunca baixar os braços ou virar a cara à luta.
A equipa que os 'especialistas' condenaram à partida ao fracasso, e para a qual previram as maiores desgraças apanha-se isolada no topo da tabela logo à quinta jornada, à frente de maravilhas que iriam limpar isto tudo sem sequer terem que suar. Para mim não deixa de ser irónico que até agora este esteja a ser ser um dos melhores arranques de campeonato da era Jesus. Já não há respeito nenhum pelos entendidos da bola que peroram pela comunicação social.
bola nossa
-----
-----
Diário de um adepto benfiquista
Escolas Futebol “Geração Benfica"
bola dividida
-----
para além da bola
Churrascos e comentários são aqui
bola nostálgica
comunicação social
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.