Começo com uma pergunta: o que aconteceu hoje foi surpresa? Houve algum benfiquista que tenha ficado genuinamente surpreendido com o facto do Benfica ter sido incapaz de ganhar ao Moreirense? É que para mim era bastante previsível, e depois de mais uma hora e meia de uma inaptidão desesperante, ainda mais natural foi.
O onze apresentado pelo Benfica foi bastante previsível, talvez com a pequena novidade do António Silva ter regressado à titularidade no lugar do Tomás Araújo. O regresso à titularidade do Di María era esperado, sobretudo depois da lesão do Aursnes, tal como era previsível que o Kökçü jogaria encostado à esquerda. Obviamente que não é isso que explica o mau futebol praticado pelo Benfica, os nossos problemas vão muito para além de uma simples invenção por parte do nosso treinador e não seria por o turco se deslocar para o meio que magicamente passaríamos a jogar bom futebol. Mas no meio de tanta coisa, o pormenor da teimosia em colocar um jogador fora da sua posição apenas contribui para aumentar ainda mais a minha irritação - já escrevi que hoje em dia para mim a experiência de ver o Benfica jogar significa alternar entre dois estados de espírito possíveis: aborrecimento ou irritação, e a irritação é o pior dos dois. O jogo foi mais daquilo que se esperava. Domínio territorial quase completo por parte do Benfica, com o adversário acantonado junto da sua área e a tentar sair em contra-ataque sempre que o Benfica perdia a bola. O domínio do Benfica, como vem sendo habitual, foi pífio, porque salta à vista de qualquer um que não parece existir um plano para o futebol jogado pelo Benfica (e se existe, então os jogadores são incapazes de o colocar em prática). A equipa não aparenta ter uma estratégia definida para chegar ao golo. E sendo isto por demais evidente, depois é ainda pior quando no final ouvimos o nosso treinador dizer que '[...]não sei porque temos tantos problemas a marcar golos' (sic). Se não sabe, então é porque já perdeu a capacidade para ser solução e por isso faz parte do problema. A estratégia do Benfica para marcar golos é, para mim que me limito a ver jogos, 'andar por ali com a bola'. Não há rotinas, movimentações que aparentem ser trabalhadas, simplesmente levamos a bola para as imediações da área adversária, metemos uns jogadores por lá e depois andamos por ali a trocar a bola, na esperança de que alguma sobre para nós, ou que um adversário cometa uma asneira qualquer. E para não estar só a bater no negativo, até achei que o Benfica esteve relativamente bem na parte da recuperação da bola - houve agressividade e capacidade para quase sempre recuperar rapidamente a bola, ainda em posições bastante adiantadas, o que permitiu manter o tal domínio territorial durante a maior parte do jogo. Mas se depois não sabemos o que fazer com esse domínio e essa posse de bola, de pouco serve. E para piorar, das poucas vezes que permitimos espaço ao adversário, quase sempre isso resulta numa jogada de perigo para a nossa baliza. Levámos logo com um aviso a acabar a primeira parte, em que só não fomos a perder para o descanso porque o golo do Moreirense, num contra-ataque após uma perda de bola no meio campo, foi anulado por falta evidente sobre o Barreiro.
Para a segunda parte regressou o Renato no lugar do Florentino e até esteve bem no jogo, que melhorou um pouco. Ainda tivemos algumas situações de finalização durante a fase inicial do segundo tempo (sobretudo nos pés do Pavlidis) mas com o mais do que expectável nervosismo a aumentar à medida que o nulo se arrastava fomos perdendo cada vez mais lucidez e criando cada vez menos perigo. As substituições foram também mais ou menos previsíveis, deu para adivinhá-las quase todas - a começar pela entrada do Marcos Leonardo para segundo avançado, e depois do Rollheiser e do Cabral já na fase de desespero. O brasileiro acabou por entrar para o lugar do Pavlidis, o que gerou descontentamento, mas se o grego ficasse em campo ficaríamos a jogar com três pontas-de-lança. O que seria inútil, porque a falta de ideias por parte do Benfica sobre como chegar ao golo é de tal forma absurda que nem sequer somos capazes de jogar no chamado chuveirinho na fase do desespero. Precisamos desesperadamente de marcar, e a bola raramente entra na área e anda ainda e sempre a circular, e a esbarrar na floresta de adversários que está plantada em frente à sua área. As excepções foram quase sempre dadas pelo Carreras, que por diversas vezes conseguiu furar pelo lado esquerdo e entrar na área. Infelizmente, o número de vezes em que conseguiu fazer isto foi exactamente igual ao número de vezes em que depois decidiu mal e ou fez um cruzamento para ninguém, ou colocou a bola directamente nos pés de um adversário. As bolas paradas foram também o costume - nem um lance de perigo resultou delas. E como quando as coisas correm mal, depois é sempre tudo a ajudar a empurrar para baixo, perto do final o Carreras fez mais um passe directamente para os pés de um adversário, só que desta vez fê-lo no nosso meio campo defensivo e quando a equipa tentava sair para o ataque. Fomos apanhados em contra-pé, e depois de progredir até à área o nosso adversário fez um remate que parecia não ir causar grande perigo, mas seguindo a regra de que tudo corre mal, a bola conseguiu ressaltar no António Silva e trair o Trubin, indo entrar mesmo encostadinha à base do poste. O jogo parecia irremediavelmente perdido, e só não o foi porque em período de descontos caiu-nos um penálti do céu, arrancado pelo Barreiros, que o Marcos Leonardo converteu. O penálti é ainda mais surpreendente porque foi assinalado depois de mais uma arbitragem ao nível da do fim-de-semana passado, com um critério completamente desequilibrado contra nós, sobretudo no que diz respeito à disciplina - o Moreirense teve carta branca para bater à vontade, o Benfica à sexta falta já tinha quatro amarelos. É indiferente, o empate é tão vergonhoso como a derrota o teria sido, e uma demonstração cabal da actual incompetência da nossa equipa e da falta de qualidade do nosso futebol.
Tenho muitas dificuldades em escolher alguém para destacar. Talvez uma menção ao Renato, que conseguiu com a sua entrada melhorar um bocadinho o que já tão mau era. O Pavlidis lutou na frente mas parece cada vez mais um homem só, quase nunca servido em condições. O António Silva, que agora parece andar muita gente mortinha por queimar, fez um bom jogo, e não merecia de todo a infelicidade de ser nele que a bola bateu para acabar no golo do Moreirense.
Acho que de uma forma fria, olhando para o que está a ser produzido face ao que está a ser investido e à qualidade individual dos jogadores que compõem o nosso plantel, me parece cada vez mais evidente onde está o problema. Não me quero alongar mais sobre este assunto, parece-me é que é daquelas coisas que não se podem continuar a empurrar com a barriga à espera que magicamente as coisas melhorem, porque aquilo que temos visto é precisamente o contrário, uma tendência para o problema se agravar. Em quatro jogos já perdemos cinco pontos e não somámos uma única exibição convincente, isto contra quatro adversários de qualidade manifestamente inferior. Qual é o ponto a partir do qual chegaremos à conclusão de que a época está irremediavelmente perdida? Estamos à espera dele para agir? Nada me move pessoalmente contra o actual treinador do Benfica, eu apenas desejo um treinador que saiba colocar a equipa a jogar bom futebol. E o nosso actual treinador parece neste momento ser não só incapaz de o fazer, como mesmo de perceber que a equipa joga mau futebol - normalmente no final dos jogos vem dizer que a equipa jogou bem. É que é ainda mais difícil resolver um problema quando não se consegue reconhecer que temos um problema.
Obrigado por tudo, mister.
O futebol apresentado foi um bocadinho melhor do que contra o Casa Pia, mas a vitória acabou por acontecer por números mais escassos. O que creio que no entanto continua a ser extremamente frustrante para a maioria dos benfiquistas é que continuamos a ser uma equipa incapaz de colocar em campo e de materializar a superioridade que temos sobre os adversários em termos de plantel e de valia individual dos nossos jogadores.
Para começar de uma forma absolutamente clara: a vitória do Benfica não tem qualquer contestação. Fomos imensamente superiores a um Estrela sem grandes argumentos para nos contrariar, e a única equipa a merecer ganhar este jogo. Somos muito mais fortes do que o Estrela, e acho que isso foi por demais evidente durante os noventa minutos de jogo. No entanto, chegámos ao fim do jogo com uma magra vantagem de um golo, muito por culpa da falta de critério e organização do nosso futebol. Os jogadores mostraram vontade, apenas não pareceram saber muito bem como chegar ao objectivo. Houve três alterações no onze em relação ao último jogo: na defesa, o Carreras rendeu o lesionado Beste e o nosso capitão Ota 'a selecção é a minha prioridade' mendi relegou o António Silva para o banco. Na ausência do João Mário, há sempre mais um médio centro para colocar numa ala, e desta vez calhou a sorte ao Kökçü. Mantemo-nos portanto fiéis ao paradigma dos quatro médios centro, com dois a ocuparem as alas e outros dois serem médios defensivos/de recuperação. O Kökçü começou o jogo sobre a esquerda, e o Aursnes sobre a direita. Perante um Estrela orientado por um treinador que faz questão de jogar de forma negativa contra o Benfica (valeu-lhe um ponto caído do céu o ano passado pelo Casa Pia), começámos o jogo com a falta de cortesia da troca de campo em relação ao que é tradicional, e com o Benfica a ir imediatamente para cima do adversário, dando o mote para aquilo que seria quase o jogo todo. Só que para um jogo disputado quase em exclusivo na metade do meio campo junto da área do Estrela, não conseguimos criar muitas jogadas de perigo. Até houve mais dinâmica e velocidade no nosso jogo, e muito por culpa dos nossos defesas laterais houve mais largura e exploraram-se as alas, mas os muitos cruzamentos pareciam sempre conseguir encontrar um dos vários jogadores do Estrela que povoavam a área. A melhor notícia foi que o Benfica desbloqueou o marcador ainda relativamente cedo, aos dezanove minutos, evitando assim um acumular de nervosismo que costuma vir naturalmente associado ao prolongar do nulo no marcador e que poderia ter complicado mais o jogo. Na zona frontal da área o Pavlidis desmarcou o Kökçü sobre a esquerda que, de ângulo já apertado, fez um remate cruzado e com pouca força que parecia ser relativamente fácil para o guarda-redes do Estrela, mas este acabou por deixar a bola passar por baixo das mãos. Ainda na primeira parte, mais más notícias no campo das lesões para nós, com a saída do Aursnes com aquilo que aparentou ser nova lesão muscular. Entrou o Tiago Gouveia, que foi para a esquerda, e o Kökçü foi recambiado para a direita. A primeira parte tem pouca história mais a contar, foi sempre o Benfica a comandar o jogo, o Estrela a mal passar do meio campo, e as ocasiões de golo a escassearem - o Pavlidis ainda meteu a bola na baliza à beira do intervalo, mas o eventual golo foi anulado por falta.
O início da segunda parte mostrou um Benfica quase avassalador. Houve vontade de chegar ao segundo golo para dar a necessária tranquilidade a uma equipa que dela necessita quase desesperadamente, e durante os primeiros minutos assistimos quase a um massacre, em que o Estrela mal conseguia sair da sua área - a bola era imediatamente recuperada pelo Benfica ainda na zona defensiva do Estrela para lançar mais uma vaga de ataque. Estivemos muito perto de marcar nesse período, com a melhor ocasião a surgir num remate do Tiago Gouveia que o guarda-redes do Estrela defendeu para canto numa altura em que já muitos gritavam golo. Infelizmente, com o segundo golo a não surgir, fomos perdendo critério e passámos a jogar de forma mais desgarrada. O Estrela aos poucos resolveu arriscar um pouco mais para tentar chegar ao empate, mas ficou-se mesmo pelo tentar porque não mostrou capacidade para mais - o Trubin foi um espectador durante todo o jogo e não fez uma única defesa, porque não houve um único remate na direcção da sua baliza. Mas ao arriscar mais, o Estrela também passou a dar mais espaço ao Benfica para atacar, e começou a ser frustrante a incapacidade do Benfica para o aproveitar, com a má definição das jogadas a levar muita gente ao desespero. Depois com o aproximar do final do jogo há sempre aquele nervosismo que se vai instalando perante a possibilidade de num qualquer lance fortuito o adversário chegar ao golo do empate, mesmo que até aí nada tenha feito para o justificar. Pela altura habitual (entre os vinte e os vinte e cinco minutos da segunda parte) o nosso treinador fez as suas substituições, assistindo-se ao (aplaudido) regresso do Renato Sanches à Luz, por troca com o Florentino, e também à troca directa do Prestianni pelo Di María. Directa porque o Di María foi jogar nas costas do avançado, e o Kökçü continuou a explorar a sua nova carreira como médio ala. Novas más notícias para o Benfica perto do final, com mais uma lesão, desta vez do Tiago Gouveia, que ficou mal tratado de um ombro. Aproveitou o Benfica para colocar o Cabral e o Rollheiser nos lugares do lesionado Tiago Gouveia e do Pavlidis, e também para fazer o Kökçü completar o périplo das alas e regressar ao ponto de partida, a esquerda. Sempre com um médio ala de origem em campo, o turco conseguiu começar o jogo na ala esquerda, passar para a ala direita, e regressar à ala esquerda. A justificação dada pelo nosso treinador no final foi que aparentemente ainda não está em condições físicas para conseguir jogar no meio. Por isso foi para as alas, porque como sabemos os médios ala/extremos são jogadores que têm que correr pouco. O Cabral ainda conseguiu cabecear uma bola ao poste logo a seguir a ter entrado, mas o lance foi imediatamente invalidado, e foi assim que chegámos ao final do jogo.
Em termos de destaques individuais, gostei dos nossos dois laterais. O Bah está em muito boa forma e consegue dar uma grande dinâmica ao lado direito, aparecendo muito em jogo por aquele lado e até mesmo na área em lances aéreos. Do outro lado, o Carreras continua a crescer a olhos vistos e a ganhar confiança. Parte decidido para cima dos adversário com a bola nos pés e tenta frequentemente combinar com o jogador do seu lado, deixando o adversário na incerteza sobre se irá atacar a linha de fundo ou progredir para o meio, um bocado à imagem daquilo que o Grimaldo costumava fazer. O outro jogador em evidência foi o Kökçü, que fez o golo da vitória e que mesmo a jogar claramente fora da sua posição mostrou alguma da qualidade que tem. Fiquei a desejar tê-lo visto trocar de posição com o Prestianni ou com o Di María mas o nosso treinador teve outras ideias. O Tiago Gouveia entrou e deu dinâmica ao lado esquerdo, mas tal como em outras ocasiões voltou a mostrar-se por vezes trapalhão e com alguma dificuldade em definir jogadas, o que talvez ajude a explicar as dificuldades que tem em assumir-se como uma alternativa muito fiável para titular.
Não vou utilizar o chavão do 'melhor o resultado do que a exibição' porque conforme disse, a vitória do Benfica era o único resultado que se ajustava a este jogo. Poderia e deveria era ter sido mais tranquila, porque o Benfica é muito melhor do que este Estrela, e o que se exige é que pratiquemos um futebol que mostre isso mesmo - é possível fazer muito mais e melhor com a matéria prima que o nosso treinador tem à disposição. E terá sido por isso que se ouviram assobios quando o árbitro apitou para o final, porque o futebol apresentado simplesmente soube a pouco. E por falar em árbitro, uma arbitragem simplesmente medonha do Hélder Malheiro ontem à noite na Luz. É preocupante sobretudo ver a diferença de atitude dos árbitros entre os nossos jogos e os dois outros. Deferente e submissa para os outros (são penáltis à menor oportunidade, e um deles vai prolongando aquilo que é capaz de já ser um recorde, que são sete jogos consecutivos para a liga com o adversário a ter um jogador expulso), prepotente e arrogante em relação a nós - alguns dos cartões ontem mostrados aos nossos jogadores foram patéticos. Não que isto tenha algo a ver com o futebol que jogámos, fica apenas a nota.
Depois de darmos mais de uma hora de avanço, com mais uma repetição dos velhos clássicos, o emendar de mão do nosso treinador acabou por dar resultados quase imediatos e permitir-nos somar uma vitória por números tranquilos, mostrando também que não é necessário inventar muito para conseguir espremer mais futebol deste plantel.
Foi um daqueles jogos em que bastou olhar para a constituição do onze para saber o que tínhamos pela frente. Depois da paupérrima exibição, com a consequente e natural derrota em Famalicão, a única alteração no onze foi a troca do Morato (cujo mau posicionamento teve influência no primeiro golo do Famalicão) pelo António Silva. Significou portanto a manutenção dos quatro médios centro de raiz - dos quais dois médios defensivos que acabam por sobrepor-se frequentemente - e jogar sem um extremo de origem contra uma equipa que, como habitualmente, encheu a zona central de jogadores e fechou-se atrás. A derrota não afectou a motivação dos adeptos, que praticamente encheram o estádio para a estreia em casa na Liga. Mas a sua expectativa optimista saiu previsivelmente defraudada, pois vimos o Benfica durante a primeira parte a ter muitas dificuldades para levar a bola até zonas de finalização e quase a não conseguir criar lances de perigo. O lance mais perigoso acabou por ser um remate de fora da área do João Mário, porque a bola simplesmente nem sequer chegava ao Pavlidis. As tentativas de inovar ou fazer algo para agitar o jogo vinham do Prestianni e do Aursnes, que saíam frequentemente das suas posições e andavam a deambular muito pelo campo, em especial o argentino. Na direita o Bah tentou dar profundidade, mas o João Mário não foi um bom parceiro para isso, pois frequentemente fazia o jogo parar quando a bola chegava aos seus pés, optando por vir para dentro e passar a bola para o meio ou para trás em vez de explorar as subidas do Bah. Cedo ficámos também sem o Beste, que sofreu uma lesão muscular quando tentou um sprint e foi substituído pelo Carreras. O alemão a época passada fez uma época inteira na Bundesliga quase sem lesões (perdeu um total de dois jogos durante toda a época) e no Benfica sofre uma lesão muscular ao segundo jogo. A insatisfação por parte do público foi aumentando perante a incapacidade da nossa equipa em criar perigo, e apesar do apoio quase constante, já foi com uma assobiadela notória que a equipa saiu para intervalo.
A pobre primeira parte não foi suficiente para se proceder a alterações imediatas, já que reentrámos exactamente com os mesmos onze jogadores. Durante os primeiros minutos, pareceu-me com vontade de jogar com maior velocidade e assim mudar alguma coisa, mas depressa se voltou ao cenário inicial, com o Casa Pia a encaixar bem no nosso jogo e a não revelar grandes dificuldades para nos ir contendo e arrastando o nulo no marcador. O cenário parecia condenado a mais uma noite frustrante, até que aos sessenta e cinco minutos tudo mudou. O Benfica fez três alterações de uma vez, e passámos a ver um jogo completamente diferente. As alterações feitas foram, do ponto de vista de quem assiste na bancada, lógicas. Saiu um dos dois trincos (Barreiro) e entrou um médio de construção (Kökçü); saiu um dos médios centro a actuar na ala (João Mário) e entrou um extremo (Tiago Gouveia, que se foi encostar à esquerda, passando o Aursnes para a direita); e finalmente saiu o Prestianni e entrou o Marcos Leonardo, que foi jogar mais perto do Pavlidis na frente. Logo na primeira jogada após as alterações vimos uma coisa que nunca tinha acontecido em todo o jogo: um passe em profundidade, do Carreras, para as costas da defesa adversária, a solicitar a desmarcação do Marcos Leonardo (que depois acabou por rematar contra um defesa). Não foi uma jogada de grande perigo, mas foi um sinal de verticalidade que quase não se tinha visto até então. Com um extremo à frente, o Carreras soltou-se muito mais e começou a ser bastante incisivo pelo seu lado. Foi nele que nasceu o lance do primeiro golo, aos setenta minutos: progrediu com a bola direito à defesa adversária, aguentou uma carga nas costas e soltou a bola mais na esquerda, no Tiago Gouveia. Este puxou a bola para o pé direito, levantou a cabeça, e colocou-a com exactidão na zona do segundo poste para a entrada do Pavlidis de cabeça, que se tinha desmarcado nas costas do marcador directo. Cumprida a tarefa mais complicada de derrubar a resistência do Casa Pia, o Benfica continuou a jogar de forma mais solta e completamente diferente do que tinha feito antes das substituições. O segundo golo, dez minutos depois do primeiro, nasce num pontapé de baliza do Trubin. A bola foi até ao Pavlidis na direita, que virou o flanco para o Gouveia. Este combinou com o Carreras, que ganhou a linha de fundo e colocu a bola na área, com esta a sobrar para um remate cruzado do Gouveia que só parou no fundo da baliza. Jogo resolvido a nosso favor e agora a sensação era a de que o resultado não iria ficar por ali. Só não se avolumou antes porque o Marcos Leonardo, apesar de estar com muita vontade, mostrou-se também trapalhão na finalização. Teve que ser o Aursnes a mostrar como finalizar, numa jogada que mais uma vez teve a intervenção do Carreras, que depois de progredir pela esquerda deixou a bola no Kökçü na zona central, e este com um grande passe solicitou a entrada do norueguês, descaído sobre a direita. O remate saiu perfeitamente colocado à base do poste mais distante para fechar o resultado.
O homem do jogo, sem qualquer dúvida, é o Tiago Gouveia, que desatou um nó cada vez mais complicado com uma assistência e um golo. O jogo foi completamente diferente quando passámos a jogar pelas alas, e ele próprio até poderia ter feito melhor, não fossem algumas más decisões que tomou em situação privilegiada. Muito bom jogo do Carreras, sobretudo depois das substituições - acabou por estar nas jogadas dos três golos. Gostei também do Bah, em boa forma física e sempre muito em jogo, e a entrada do Kökçü foi importante por ter dado critério na construção de jogo. Pessoalmente, fiquei muito feliz com o regresso do António Silva à titularidade.
Estivemos perto de ter mais uma desagradável surpresa, que aumentaria ainda mais a contestação e instabilidade em redor da equipa. Bastaram aquelas alterações para tudo mudar. A pergunta que fica é se elas terão sido suficientes para também alterar a forma do nosso treinador abordar os jogos, ou será que no próximo jogo frente ao Estrela voltaremos a entrar em campo como que dispostos a dar avanço ao adversário? Parece-me que é escusado o masoquismo.
Bravo, Herr Schmidt. Entrámos na nova época novamente com uma derrota, a exemplo do ano passado. E se escrever que perdemos contra o Famalicão de forma inteiramente merecida (e o resultado até poderia ter sido ainda mais dilatado) acho que isso diz tudo sobre aquilo que jogámos hoje. Foi um jogo muito pouco inspirado e conseguido da nossa parte, mas quando se persiste de forma quase autista em coisas que já está por demais comprovado que ou não funcionam bem ou não resultam mesmo de todo, estamos a chamar o desastre.
No fundo, o jogo de hoje foi um desfilar dos greatest hits de Roger Schmidt ao leme da nossa equipa. Ao ponto de não ser sequer necessário estar a escreve muito sobre o futebol jogado, porque quem quer que tenha visto um jogo típico do Benfica a época passada já viu tudo aquilo que vimos hoje. A começar pela imutável e absurdamente incompreensível persistência no João Mário. A coisa já atingiu um ponto em que se eu vejo o João Mário no onze inicial, imediatamente fico com o pressentimento de que o jogo vai correr mal. Mas houve mais. António Silva no banco para jogar o Morato, uma decisão inteiramente lógica. Afinal de contas, o António regressou de férias mais tarde e ainda não deve estar entrosado ou em forma. Mas depois vemos o Di María a passar directamente da praia para o campo. Regressou, praticamente não treinou, foi convocado, entrou no jogo. Presumo que faça sentido para quem percebe muito mais disto do que eu. Em Lisboa ficou o Neres, de quem pelos vistos iremos abdicar para podermos proporcionar um farewell tour mais descansado ao Di María. Persistência em jogar sem alas, metendo médios-centro a fazê-las em ambos os lados, também é um clássico que a audiência já antecipa. Passando ao jogo propriamente dito, sofremos um golo relativamente cedo e não estarei a exagerar se disser que logo aí fiquei com a sensação de que o jogo estava perdido. Jogámos um futebol horrível e sem ideias, como habitualmente a tentar furar pelo meio contra uma equipa que, naturalmente e já sabendo que é essa a forma do Benfica jogar, acumulou jogadores na zona central. Depois, assim que a bola é recuperada e se consegue ultrapassar a primeira linha de pressão (que hoje não funcionou de todo) ficamos completamente expostos. Nem um remate conseguimos acertar na baliza durante toda a primeira parte, e acho que chegámos ao final com apenas um. Na altura de fazer alterações, ainda e sempre a casmurrice de manter o João Mário os noventa minutos em campo. Assim que o Di María saltou lá para dentro, era também previsível a constante procura em meter a bola nos pés dele para ver se ele inventava alguma coisa, porque era exactamente o que fazíamos a época passada. Nos minutos finais, com um meio campo com o João Mário e o Kökçü e a sua mais do que natural falta de agressividade defensiva, numa jogada simples e muito bonita entre três jogadores (bastou uma simples tabela para deixar pelo caminho uns cinco jogadores nossos) o Famalicão chegou ao segundo golo e sentenciou o encontro. Uma vez mais, de forma inteiramente justa. Nem consigo fazer um destaque na nossa equipa, de tão desinspirados que estiveram todos.
O que espero agora é o aumentar exponencial da instabilidade e contestação em redor da equipa, o que é perfeitamente natural dadas as condições em que arrancámos para a nova época. Tendo isso em conta, seria de particular importância fazer tudo para evitar uma má entrada na mesma, porque isso só proporciona uma grande oportunidade para aproveitar a onda de insatisfação e dificultar ainda mais a nossa tarefa. Infelizmente, não me pareceu que tenhamos entrado em campo com a atitude certa para vencer este jogo, isto para além da falta de qualidade no futebol exibido. A época já se afigurava difícil, e com esta entrada em falso acabámos de a fazer ainda mais.
Foi um final de época apropriado. Um jogo frustrante que terminou num empate bastante injusto quase exclusivamente por culpa própria, e em especial da nossa falta de eficácia - um problema que nos atormentou a época inteira sem que tenhamos sido capazes de encontrar uma solução.
Foi um Benfica bastante desfalcado que se apresentou em Vila do Conde. As ausências (inesperadas) do Rafa e do Di María, a juntar aos indisponíveis Neres, Bah, Cabral e Marcos Leonardo significaram um onze diferente do normal, com ainda mais algumas opções surpresa por parte do Roger Schmidt. A começar na baliza, onde apareceu o Samuel Soares. o centro da defesa, o António Silva foi relegado para o banco para entregar a titularidade ao Morato. Mais para a frente o Rollheiser foi titular, julgo que pela primeira vez. Como o jogo já não valia de muito e estamos no final da época, não me vou alongar muito sobre o mesmo. O Benfica foi superior durante a maior parte do tempo, e aproveitando o facto do Rio Ave não se ter apresentado com extremas cautelas defensivas, usou o espaço que que tinha para criar diversas situações de ataque que em condições normais deveriam ter resultado em golo. Não o conseguimos fazer na maior parte das vezes, excepção feita quando o Tengstedt se desmarcou bem após um passe do Aursnes sobre a direita, e já dentro da área fez o passe atrasado para um remate seco e colocado do Kökçü. Uma boa finalização do turco, que para variar não deu quaisquer hipóteses de defesa ao guarda-redes do Rio Ave que, fazendo o seu primeiro jogo da época, defendeu o possível e até o impossível, num festival de desperdício do Benfica. Muitas vezes nem teve trabalho, porque em boa posição os nossos jogadores ou atiravam para fora, ou em situações de extrema vantagem, como superioridade numérica face à defesa, definiam mal as jogadas.
Esta semana saiu um estudo que apontava o Benfica como a equipa que mais ocasiões de golo desperdiça em Portugal, e a quarta em toda a Europa. Acho que neste jogo fizemos um esforço para atacar o primeiro lugar deste ranking europeu. Não querendo fazer o papel de advogado do diabo, também não me é fácil estar a acusar o treinador de ter muitas culpas no empate quando vejo o Otamendi, de baliza escancarada, a meter a bola no pinhal, ou o Tengstedt por três vezes à frente do guarda-redes a rematar à figura deste, ou o Rollheiser no interior da área com o guarda-redes no chão e a baliza à mercê fazer um remate rasteiro e com pouca força para que um defesa o interceptasse. Claro que com tanto desperdício ficamos logo à espera que o lugar-comum do 'quem não marca sofre' se aplique e nos minutos finais do jogo o Rio Ave acordou (até então tinham sido quase inofensivos), e como rei dos empates foi à procura de mais um. Marcou um golo que foi anulado, e em cima dos noventa viu o VAR assinalar um penálti por mão do Florentino completamente escusada, num pontapé de canto em que tinham enviado a bola ao poste (eu acho que o VAR também podia antes ter perfeitamente assinalado um penálti a nosso favor por uma cotovelada na cabeça do Tengstedt, mas se calhar é apenas mau feitio meu). Empataram, e nos instantes finais ainda houve tempo para conseguirmos ver o guarda-redes estreante do Rio Ave a sacar mais uma defesa quase impossível para negar o golo ao estreante Prestianni (o Gustavo Varela também se estreou neste jogo) e na resposta o Rio Ave quase a conseguir a injustiça atroz que seria ganharem o jogo.
O melhor em campo seria se calhar o Tengstedt, não fosse o pequeno detalhe de se esperar que um avançado marque golos. E quando um avançado dispõe das ocasiões que ele teve e não marca nenhum, não é possível considerá-lo o melhor, mesmo tendo em conta a assistência (excepto para a sumidade do futebol que comentava o jogo, que conseguiu escolhê-lo à frente do guarda-redes do Rio Ave que defendeu quase tudo). Por isso acho que me refugio na banalidade de considerar o João Neves como um dos melhores. Continuo a gostar de ver o Morato na posição dele, e o mesmo se aplica ao Kökçü, ainda que tenha também uma boa dose de culpa na questão da má finalização ou definição de algumas jogadas.
O melhor que podemos dizer desta época é mesmo que acabou. Não foi sequer remotamente boa, e é bizarro ouvir o nosso treinador a classificá-la como tal enquanto os seus jogadores a rotulam de má. Agora resta-me ficar na expectativa dos passos que serão dados para corrigir aquilo que contribuiu para este desfecho. É que não é fácil conseguir fazer pior do que isto.
Uma despedida da época na Luz muito tranquila, coincidente com a despedida ao Rafa. Foi uma goleada que até peca por escassa, com dois golos dele, numa tarde que para além disso só terá ficado marcada pela excelente operação de relações públicas pelo nosso treinador lançada pela principal claque do Benfica. Com o seu habitual tacto, conseguiram virar praticamente todo o resto do público contra eles, e o Roger Schmidt certamente terá agradecido o desviar das atenções.
Duas equipas sem objectivos, num jogo de final de época. Mesmo assim não houve lugar a experiências. No Benfica, e com as ausências forçadas do Marcos Leonardo e o Cabral, o Rafa foi o jogador mais avançado. Também previsível era que com a indisponibilidade do Neres, o nosso treinador aproveitasse para enfiar mais uma vez o João Mário no onze. De uma forma simples, o jogo pode descrever-se pelo falhanço completo da defesa em linha do Arouca. A tentativa de jogar com a defesa muito subida e a armadilha de fora de jogo falhou completamente e providenciou o cenário ideal para a despedida do Rafa, que normalmente agradece todo aquele espaço livre à sua frente. Os primeiros minutos até deixaram antever que teríamos uma exibição vintage do Rafa, já que primeiro desperdiçou uma ocasião ao não fazer o passe para o Di María, e depois falhou ele uma oportunidade isolado, permitindo a defesa ao guarda-redes. O Arouca ainda conseguia equilibrar na posse de bola, já que tem uma equipa com bons jogadores e bem organizada, mas com a defesa a falhar constantemente a casa começou a ruir assim que o primeiro golo entrou, aos vinte e cinco minutos, quando o Benfica já tinha desperdiçado outras boas ocasiões, incluindo . Penálti por mão na área, o Rafa recusou marcá-lo e o Di María tratou do assunto. O segundo apareceu pouco depois da meia hora e outra vez de penálti, depois de mais uma bola metida nas costas da defesa arouquense, pelo Di María. A tentativa do fora de jogo falhou e o Kökçü isolou-se, chegando primeiro do que o guarda-redes à bola e sendo derrubado. O turco encarregou-se de converter o penálti desta vez (mais uma vez o Rafa não quis marcá-lo) e tal como o Di María enviou a bola para um lado e o guarda-redes para o outro. O momento alto apareceu já quase sobre o intervalo: o Rafa combinou com o Aursnes na direita e apareceu solto na área, perto da esquina. De forma até surpreendente, decidiu-se pelo remate e colocou a bola bem junto do ângulo mais próximo, num remate quase à futsal. Grande golo.
E o Rafa começou a segunda parte como terminou a primeira, a marcar. Foi logo no segundo minuto, em que recebeu de costas para a baliza a bola vinda do Carreras, virou-se sobre o defesa que o marcava, aguentou a falta, evitou um segundo defesa e à saída do guarda-redes, picou a bola. Mais um grande golo, que foi festejado com dedicatória ao Pizzi, já que ao marcá-lo o Rafa igualou o Pizzi na lista de marcadores pelo Benfica. Se o jogo já estava praticamente resolvido antes, ainda mais ficou. A única dúvida seria mesmo quantos golos mais conseguiria o Benfica marcar, porque o Arouca foi pouco menos que inofensivo no ataque - se a memória não me falha, o Trubin apenas teve que fazer uma defesa durante todo o jogo, e foi um remate inofensivo. Esteve mais em jogo só porque os colegas lhe passavam a bola e o envolviam na saída de bola, caso contrário não teria tido nada mais para fazer. Houve mais ocasiões para marcarmos (um falhanço inacreditável do João Mário, sem exagero a um metro da linha de golo) e em algumas situações a armadilha do fora de jogo até funcionou mesmo - o que por exemplo resultou num golo anulado ao Di María, a passe do Rafa (e seria mais um bonito golo, com um chapéu ao guarda-redes). A quinze minutos do final o Benfica fez mais duas substituições (antes já tinha entrado o Morato e o Tiago Gouveia para os lugares do António Silva e Florentino) e entraram o Rollheiser e o Tengstedt para os lugares do Di María e do Kökçü, e na primeira vez que o dinamarquês tocou na bola desmarcou-se a passe do Rafa (mais um passe para as costas da defesa), contornou o guarda-redes e marcou de ângulo apertado, sobre a direita. Até final, tempo para a substituição já perto do final do Rafa para o merecido aplauso - entrou para o seu lugar o jovem João Rêgo, para fazer a estreia pela equipa principal. E ainda estivemos muito perto do sexto golo pois o Rollheiser, uma vez mais isolado, falhou o golo de forma incrível atirando ao lado, e mesmo a fechar o João Rêgo teve por duas vezes na mesma jogada o golo nos pés.
O homem do jogo é o Rafa, que quando tem pela frente tanto espaço para explorar agradece. Marcou dois golos, fez uma assistência (e podiam ter sido ainda mais, pois foram dele os passes para a bola do João Mário ao poste ou para o golo anulado ao Di María) e deixou-nos com uma imagem do melhor Rafa. Está longe de ser um jogador unânime, por vezes sofre apagões inexplicáveis, mas falando por mim, é um dos meus jogadores preferidos e vou sentir saudades. Foram oito épocas a vê-lo com a nossa camisola e em muitos jogos a esperar que viesse dele o rasgo que resolveria um jogo, o que fez por diversas vezes e em jogos importantes. Outras boas exibições do inevitável João Neves e do Kökçü, que andámos a maior parte da época a desperdiçar em posições mais recuadas. Acrescento ainda que se possível, se deixem de inventar na posição de lateral esquerdo. Que se contrate mais um, para termos uma opção, mas que se mantenha o Carreras, que provavelmente se tivesse começado a jogar regularmente mais cedo já estaria ainda melhor. Parece-me estar claramente a progredir à medida que ganha experiência e confiança e tem muita margem de progressão. Gosto da largura que ganhamos ao jogarmos com um lateral de raiz.
A Luz fechou as portas por esta época, uma época nada memorável. Há muitas decisões a tomar, que acima de tudo devem ser tomadas com ponderação e não a reboque de gritaria, cuspidelas, garrafadas e tochas. Não espero também autênticas revoluções no plantel, na minha opinião existe qualidade em quantidade, apenas necessitamos de alguns retoques em posições específicas. Revoluções normalmente significam recomeçar do zero, e eu sei que esta época não foi boa mas também não foi propriamente zero. Lá estarei de regresso ao meu lugar em Agosto.
P.S.- Parabéns às nossas mulheres, que conquistaram com todo o mérito o tetracampeonato apesar de uma personagem fechada numa cabine ter tentado o que podia para o entregar a outra equipa. Desde que esta equipa nasceu que só sabe ganhar, primeiro na segunda divisão, depois na primeira - e poderia ser pentacampeã se o campeonato não tivesse sido anulado na época da COVID. Falta apenas mais um jogo para conseguirem o pleno das competições nacionais esta época, o que seria mais um marco memorável na história desta equipa.
Vergonha absoluta. Um bando de incompetentes, que tudo fizeram para oferecer o título antecipadamente ao Novo Banco no sofá. E conseguiram-no. Com incompetência em toda a linha, começando no banco e estendendo-se para dentro do campo, da baliza ao ataque. Nem um pingo de brio em toda a equipa junta.
Nem vou escrever muito mais, porque o desprezo que sinto neste momento só me levaria a escrever asneiras. Uma primeira parte má, uma ligeira melhoria no início da segunda parte com um festival de incompetência no ataque (finalização e definição) e a partir do meio da segunda parte deixaram de jogar. Ficaram perdidos e desligados como equipa e depois bastou um frango do Trubin (é inadmissível que um guarda-redes não só seja batido no poste mais próximo, como que nem sequer se faça ao lance - e isto foi o que me deixou furioso, porque é exemplificativo da atitude com que se encarou este jogo) para fazer tudo desabar. Não jogámos absolutamente nada a partir daí, o jogo limitou-se a ser passar bolas para o Di María para este as chutar para a frente, e um dos passes do Florentino para o Di María foi interceptado e abriram-se alas para que o Famalicão marcasse o segundo. O Benfica conseguiu perder 2-0 contra o Famalicão, que não ganhava há quatro jogos e não vencia o Benfica há uns trinta anos. Acho que isto diz tudo sobre o grau de incompetência exibido. Não só não conseguiram, tendo as melhores condições possíveis, perder um campeonato que seria relativamente fácil de reconquistar, como conseguiram fechá-lo com esta chave de ouro. Não sei o que vai acontecer neste final de época, mas para mim é completamente incomportável manter o presente estado de situação. Que alguém com responsabilidades as assuma sobre esta absoluta vergonha de época.
Após uma entrada em falso e uma primeira parte desperdiçada, uma mudança de atitude na segunda parte somada ao emendar de mão por parte do nosso treinador foi suficiente para dar volta ao resultado e levar de vencida o Braga, garantindo com isto matematicamente o segundo lugar e obrigando o Novo Banco a retardar a festa.
Não me agradaram as escolhas iniciais, pelo regresso à aposta no Aursnes para lateral esquerdo, mas sobretudo pelo regresso à titularidade do Rafa, que na prática significava abandonarmos os três médios para jogar contra uma equipa que joga precisamente dessa forma. Significava isto jogarmos com um meio campo a dois, no qual um deles era o João Mário, contra três adversários naquela zona. Nada contra o Rafa, que é um jogador que eu admiro e cujo valor eu não coloco em causa, simplesmente acho que nesta altura ele já não deverá estar com a cabeça no Benfica, e talvez por isso o seu rendimento nos últimos jogos tem deixado a desejar. Aquilo a que assistimos durante a primeira parte foi mais ou menos esperado, porque já o vimos acontecer demasiadas vezes esta época. Até entrámos com alguma vontade mas o nosso jogo geralmente chegava perto da área e complicava, faltava objectividade e acabávamos a voltar para trás ou a trocar a bola nas suas imediações até a perder, sem que a bola lá entrasse. Pelas alas, o Aursnes acabava sempre a puxar a bola para dentro e para o seu pé direito e a passar a bola para trás. Do outro lado, o Di María também puxava a bola para dentro e andava a tentar encontrar espaço para fazer algum passe em diagonal, o que raramente conseguia e portanto começava a acumular as tradicionais perdas de bola, potenciadas pelo facto da equipa andar constantemente à sua procura para lhe meter a bola nos pés, já que era dos poucos que arriscavam alguma coisa. O lance de maior perigo criado foi logo na fase inicial, quando o Cabral já dentro da pequena área cabeceou à barra da baliza, na sequência de um pontapé de canto. Após uns minutos iniciais mais retraídos o Braga começou a responder em transições. O Horta deu o primeiro aviso, num remate de fora da área que obrigou o Trubin a aplicar-se, e pouco antes de chegarmos à meia hora marcou mesmo. Aproveitando um buraco do lado esquerdo da nossa defesa, a bola foi ali colocada, e depois o Otamendi somou mais um disparate igual aos tantos outros que tem cometido esta época. Acho que com a idade que ele tem já deveria ter percebido que não tem velocidade para abordar sempre os lances à queima. Fê-lo outra vez, foi batido em antecipação, e o Djaló ficou com caminho livre para ir até à linha de fundo e fazer o passe atrasado para a entrada da área. O Braga nem atacou com muitos, mas todos os nossos defesas foram arrastados atrás do Banza, e o Horta surgiu sozinho para rematar. O remate nem foi grande coisa, mas o Banza estava para aí um metro à frente do Trubin e acabou por atrapalhar - pensei que estivesse em posição irregular, mas o golo valeu mesmo. Este golo afectou o Benfica, que ficou muito perdido em campo. A partir daí o Braga, que já não tinha grande vontade em deixar jogar, passou a quebrar ainda mais o ritmo de jogo em qualquer ocasião que pudesse aproveitar, mas quando atacava fazia-o com perigo e só não chegou ao segundo golo porque o Trubin conseguiu defender o remate do Djaló, que lhe surgiu isolado à frente (mais um disparate inacreditável do Otamendi na marcação). A resposta do Benfica foi já perto do intervalo: (mais) um cruzamento do Di María a partir da direita, corte defeituoso de um defesa do Braga, e o Aursnes em posição privilegiada, a pouco mais de um metro da linha de golo, assustou-se com a saída do guarda-redes e atirou por cima.
Nada mudou no onze ao intervalo, mas a atitude com que regressámos foi melhor. Pelo menos mais velocidade e capacidade para empurrar o Braga para a sua área, mas durante os primeiro minutos faltavam situações de finalização. A primeira alteração que ajudou a mudar o rumo do jogo aconteceu logo nos primeiros minutos e foi forçada: o Bah teve que sair, o que levou à entrada do Carreras para a esquerda e à passagem do Aursnes para o lado oposto. Não é que o Carreras tenha enchido o campo, simplesmente o facto de se ter o jogador certo no lugar certo ajuda: ter ali um jogador que tem pé esquerdo deu largura ao nosso jogo e ajudou a evitar o excessivo afunilamento que por vezes chega a ser exasperante. A segunda mudança, e a mais importante, deu-se a vinte minutos do final, quando trocámos o Cabral e o Rafa pelo Marcos Leonardo e o Kökçü. Até porque teve efeitos imediatos. Logo na jogada seguinte o Kökçü abriu para o Aursnes na direita, que foi travado em falta quando ia para a linha de fundo. Do livre resultante, marcado pelo Di María, o Matheus afastou a bola a soco para a zona frontal da entrada da área, o João Mário tentou o remate, que levou a bola a embater num jogador do Braga e sobrar para o Marcos Leonardo, descaído sobre a esquerda. De forma espontânea e inesperada, ele desferiu um remate de primeira de pé esquerdo, já de ângulo apertado, mas com a colocação exacta para levar a bola a ir embater no poste mais distante e entrar na baliza. Um grande golo, pleno de oportunidade, obtido com o primeiro toque que ele deu na bola. Empate conseguido e ainda muito tempo para jogar e ir à procura da vitória. Depois do golo, outra alteração, que também teve influência no desfecho do jogo: Di María na esquerda e Neres na direita. Como deve ser. Os cruzamentos do Di María a partir da esquerda, onde podem ser feitos de forma mais tensa, podem ser mortíferos, como já o provou diversas vezes, e muito mais úteis à equipa do que as constantes vindas para o meio para cruzar bolas em balão que são mais fáceis de abordar pelas defesas adversárias. E o Neres rende sempre mais na direita. O Benfica nesta fase estava completamente por cima no jogo mas chegou à vantagem, apenas a cinco minutos do final, num lance de contra-ataque. A bola foi recuperada pelo Carreras ainda dentro da nossa área, seguiu para o João Mário, este colocou-a nos pés do Kökçü, e daí foi lançada para a corrida do Di María pela esquerda. Levantando a cabeça, viu o Marcos Leonardo e o Neres a entrar pelo outro lado e arrancou um cruzamento largo perfeito que fez a bola ir cair direitinha no lugar certo para o Neres finalizar de cabeça, junto ao poste do lado contrário. Um lance muito bonito e exemplar de transição ofensiva. Apanhando-se em desvantagem o Braga pela primeira vez mostrou ter pressa no jogo, mas no último minuto ficou reduzido a dez depois de uma entrada má do Gomez sobre o Di María e o jogo ficou praticamente decidido. Só não ficou fechado porque o Marcos Leonardo ainda conseguiu voltar a marcar no quinto minuto da compensação, num lance em que o mérito é praticamente todo seu: recebeu a bola dentro da área vinda de um lançamento lateral do Carreras, rodou sobre o defesa que o marcava, perdeu a bola para outro defesa, não desistiu e pressionou-o, e com a ajuda do Kökçü recuperaram-na, rematando de pronto já na pequena área e fazendo a bola passar entre as pernas do guarda-redes.
O homem do jogo é o Marcos Leonardo porque marcou dois golos. Mostrou mais uma vez um enorme sentido de oportunidade, mas repito aquilo que escrevi a semana passada: acho que a vida do nosso avançado fica mais fácil quando jogamos com o Kökçü no apoio, porque o trabalho que tem que fazer quando jogamos com o Rafa é completamente diferente. Mas se tivesse que escolher aquele que para mim foi o nosso melhor jogador, escolheria o Florentino. Acho que fez um jogo enorme, ainda mais potenciado pelo facto de ter sido ele praticamente sozinho a lutar contra o meio campo do Braga durante a maior parte do jogo. O Di María voltou a ser decisivo e gostava de o ver jogar mais na esquerda. As entradas do Carreras e do Kökçü foram importantes para virar o jogo. O Otamendi tem que perceber que se continua a jogar desta forma, estará constantemente a comprometer a equipa defensivamente.
A coisa mais negativa no jogo foi a intervenção da nossa claque, que com uma chuva de tochas para dentro do campo na primeira parte acabou por provocar a interrupção do jogo. Vamos, obviamente, pagar por isto. Compreendo que haja insatisfação, mas mais uma vez, não é forma de protestar, até porque só prejudica o nosso clube - mesmo dentro do campo, porque me pareceu que depois da interrupção jogámos ainda pior. Não gostei da nossa primeira parte, mas gostei que a equipa na segunda parte tenha mostrado vontade de lutar e inverter o resultado. Mérito também para o Roger Schmidt por ter tido capacidade para identificar o que estava errado e emendar a mão, ainda a tempo de chegarmos à vitória. Não sei qual será o seu futuro no Benfica, mas a sensação que tenho é a de que a sua relação com uma fatia significativa dos nossos adeptos poderá já ter passado um ponto de não retorno, ainda que o final do jogo tenha sido tranquilo (aquele golo mesmo no final terá ajudado).
Num jogo em que, para não estarmos a dizer que foi apenas para cumprir calendário, podemos sempre dizer que tínhamos por objectivo retardar a festa do Novo Banco e deixar a questão do segundo lugar praticamente arrumada, o Benfica deslocou-se a Faro para conseguir uma vitória relativamente tranquila e deixar-nos mais uma vez a perguntar porque motivo passámos, única e exclusivamente por opção, a maior parte da época sem utilizar a vantagem de termos um plantel com tantas opções, o que nos permitiria não só gerir o desgaste nos jogadores mas também abordar diferentes jogos com diferentes soluções.
Mudámos metade da equipa, e foram cinco as alterações, que significaram até algum surpresa por vermos jogadores como o João Neves ou o Rafa começarem no banco. Os outros jogadores que saíram do onze foram o Aursnes, o Neres e o Tengstedt. Nos seus lugares, João Mário, Kökçü, Carreras, Tiago Gouveia e Cabral. Isto na prática significou jogarmos numa disposição táctica mais próxima do 4-3-3, o que eu admito que é uma solução que geralmente me agrada mais (sobretudo por estar farto de ver adversários a conseguir superioridade na zona central). A primeira parte ofereceu-nos um jogo aberto, com ambas as equipas a tentarem sair rapidamente para o ataque - ao contrário do exercício de nervos que tinha sido o jogo da primeira volta, no qual assistimos a uma espécie de tiro ao alvo perante uma equipa que passou o jogo todo enfiada na sua área. Da parte do Benfica, foi agradável ver-nos jogar a toda a largura do terreno, graças à vantagem de ter dois laterais de raiz a dar profundidade em ambas as alas - e não consigo esquecer-me que, uma vez mais por opção, passámos uma boa parte da época a jogar sem laterais. Ao optarmos por não ir buscar ninguém para substituir o Gilberto, a lesão do Bah implicou termos andado a jogar com o Aursnes ali (que deu muito boa conta do recado, mas não é a posição natural dele) e com a opção incompreensível pelo Morato na esquerda. O meio campo a três permitiu-nos também fazer uma pressão mais efectiva, com uma ocupação mais eficiente dos espaços. O sistema é também mais apropriado para um ponta-de-lança como o Cabral, que assim conta com um jogador como apoio directo, enquanto que quando jogamos com o Rafa a função principal do ponta-de-lança passa mais por ser capaz de fazer movimentações que arrastem os defesas de forma a abrir espaços para as entradas do Rafa (e eu continuo a pensar que gostaria de ver-nos jogar com os três médios, mas com o Rafa encostado à esquerda e a fazer diagonais para o meio, o que abriria espaço para a subida do lateral).
O primeiro golo do Benfica surgiu por engano, pouco depois do primeiro quarto de hora. A bola foi recuperada pelo Florentino, que se enganou e fez um grande passe em profundidade desde o meio campo defensivo até à ponta direita, onde encontrou o Di María solto (é sabido que o Florentino é incapaz de fazer tais passes - aliás, na segunda parte enganou-se outra vez e fez outro igual para o Carreras, portanto imagino que em ambas as ocasiões a sua intenção seria aliviar a bola). O Di María segurou a bola à espera da subida do Bah e soltou-a na altura certa, com o cruzamento tenso do nosso lateral a encontrar o Kökçü solto à entrada da pequena área para finalizar com um toque de primeira. O Benfica jogava de forma agradável, recuperava bolas altas e estava tranquilo no jogo, mas mais uma vez bastou que o adversário se aproximasse da nossa baliza para que marcasse, no primeiro remate que acertou na baliza. Apenas sete minutos após o nosso golo e na sequência de um pontapé de canto, o Bah não afastou a bola de forma eficiente e esta sobrou para um adversário sobre a direita, que de ângulo já apertado conseguiu acertar uma bomba de primeira que levou a bola a entrar junto ao ângulo da baliza desse lado. Mas o Benfica não pareceu acusar o golo e manteve-se tranquilo, pressionando alto e ainda e sempre com os dois laterais muito em jogo, aparecendo diversas vezes até em posições mais centrais para dar superioridade numérica e criar dúvidas nos marcadores directos. O golo que nos recolocou em vantagem apareceu aos trinta e quatro minutos e foi numa jogada semelhante à do primeiro golo. Nova bola colocada no Di María na direita, desta vez pelo António Silva, e este a solicitar a entrada do Bah (que desta vez, ao contrário do primeiro golo, apareceu por dentro) que fez o cruzamento tenso para a entrada da pequena área, onde o Cabral ganhou a frente ao marcador directo e finalizou com um toque fantástico de calcanhar. A jogar com confiança, o nosso ponta-de-lança esteve perto de marcar outra vez poucos minutos depois, num grande remate espontâneo de fora da área que levou a bola a embater na base do poste. A vantagem ao intervalo era merecida, mas parecia-me um pouco curta.
Na segunda parte o Benfica procurou claramente acalmar um pouco o ritmo do jogo, o que conseguiu fazer de forma relativamente eficaz. A qualidade do jogo pareceu-me pior, marcada por muitos passes errados e perdas de bola de parte a parte. Houve menos situações de perigo, em especial na fase inicial, mas ficou na retina uma iniciativa do Tiago Gouveia sobre a linha de fundo a colocar a bola na marca de penálti a pedir uma finalização fácil, só que o Bah chegou um tudo nada atrasado à bola (mais uma vez um lateral a surgir pela zona central). Perto da hora de jogo fizemos duas alterações, retirando o amarelado Florentino para a entrada do João Neves, e trocando o Tiago Gouveia pelo Neres. E chegámos ao golo da tranquilidade pouco depois. Mais uma vez o Di María na jogada, a fazer um passe a rasgar da direita para a esquerda, onde encontrou o Carreras desmarcado na área. O lateral espanhol tirou um defesa da frente e rematou de pé direito, fazendo a bola entrar junto ao poste mais próximo. Foi uma sensação agradável voltar a ver um lateral esquerdo espanhol a marcar pelo Benfica. O mais negativo do jogo foi que o João Neves foi obrigado a sair poucos minutos depois de estar em campo, depois de um choque de cabeças com um jogador do Farense que se calhar lhe poderá ter fracturado o nariz (entrou o Aursnes para o seu lugar). Depois de sofrer o terceiro golo o Farense procurou reagir e foi mais agressivo no ataque, conseguindo acertar o seu segundo (e último) remate do jogo na nossa baliza, que obrigou o Trubin a uma defesa mais apertada. Pouco depois, nova situação de algum perigo, com o remate cruzado do avançado algarvio a fazer a bola passar muito perto do poste quando o Trubin já estava batido. Da nossa parte, a confiança do Cabral dava para tentar até um pontapé de bicicleta que obrigou o guarda-redes a uma boa defesa. Seria um golo fantástico, mas conhecendo o nosso futebol imagino que caso a bola entrasse, arranjariam alguma forma de anular o golo por jogo perigoso do nosso avançado. Nos instantes finais, já com o Rollheiser e o Marcos Leonardo em campo nos lugares do Di María e do Cabral, duas situações criadas pelo Kökçü, a primeira mal finalizada pelo Bah, e a segunda pelo Neres.
O melhor em campo para mim foi o Bah, que fez duas assistências e nos deixou mais uma vez a lamentar o facto de termos passado tanto tempo sem poder contar com ele esta época. Esteve imparável pela direita, em constantes subidas, aparecendo ou a dar profundidade pela ala ou a criar desequilíbrios pela zona central, terminou o jogo com duas assistências e só ficou a faltar-lhe um golo, que teve oportunidade para fazer. Outra grande exibição foi o Di María. Depois dos 120 minutos em Marselha, nos quais chegou à fase final do jogo em evidentes dificuldades físicas, apareceu neste jogo muito solto e com aparente frescura física, tendo-o visto até diversas vezes a correr atrás do lateral adversário em missão defensiva. Esteve nas jogadas dos três golos do Benfica, assistindo no terceiro, o que mostra o quão influente foi. Pena que aquela iniciativa individual em que ele dentro da área consegue ultrapassar quatro adversários para depois tentar colocar a bola de pé direito no poste mais distante não tenha acabado em golo. Outros destaques para o Carreras (se calhar dá jeito jogarmos com um lateral esquerdo a sério, em vez de andar a inventar e a adaptar jogadores à posição), o Otamendi, que esteve imperial na defesa, Florentino, Kökçü e Cabral, que como disse parece beneficiar deste sistema.
No final houve manifestações de desagrado por parte dos nossos adeptos. Acho que a insatisfação é natural e perfeitamente justificada; esta época só se pode classificar como um fracasso. Mas a forma como alguns se manifestaram foi claramente incorrecta, e não me identifico com ela. Por outro lado, as declarações do nosso treinador sobre o assunto no final são simplesmente desastrosas sob o ponto de vista da comunicação. Aliás, nem percebo como é que a nossa comunicação permite que o nosso treinador se exponha desta forma; isto simplesmente não pode acontecer. Antagonizar os adeptos, seja em que clube for, seja em que situação for, é um erro enorme e algo que nunca se deve fazer. Fazê-lo apenas resultará num escalar da situação, o que me faz pensar que o ambiente que o nosso treinador poderá enfrentar no próximo jogo poderá ser francamente adverso. E o Benfica em nada beneficiará disso.
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