O assunto é incontornável, a pré-época do Benfica passou a ser assunto de falatório nacional. Como todo o benfiquista minimamente consciente, tenho a noção de que nos jogos de pré-época não se ganham pontos, nem competições daquelas que nos fazem festejar. Ou seja, tenho a noção de que a pré-época é exactamente o tempo de experimentar possibilidades, identificar problemas e criar condições para entrar na “época” com as melhores soluções para alcançar os objectivos. Ainda assim, como todo o benfiquista minimamente consciente, é impossível não ter ficado preocupado com algumas das situações (e as situações ultrapassam os resultados) que fomos testemunhando. Não me preocupam as saídas de futebolistas que se assumiram como importantes nas brilhantes conquistas da época passada. As minhas preocupações derivam do valor ainda duvidoso de muitos dos reforços que vieram com o intuito de suprir as lacunas dos tais excelentes futebolistas que saíram. É neste deve e haver que se vão construindo expectativas mais ou menos optimistas para o futuro. O tempo urge e o que nós benfiquistas exigimos é, no imediato, a conquista de uma Supertaça que possa servir de ignição para um bi-campeonato que não se pode adiar, sob o risco de estarmos a adiar a consolidação do Benfica como líder do futebol nacional. Esta preocupação é, no entanto, bastante atenuada pelas competências de gestão do Clube, orientação e treino do plantel, e capacidade de deteção de talentos que já testemunhámos nos profissionais do Benfica. Fica uma nota final sobre esta pré-época para agradecer ao Cardozo as quase duas centenas de vezes que me fez festejar golos do Benfica. Soube-se construir na História do Glorioso.
_____
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 04 de Gosto, para publicação na edição de 08/08/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Há uns anos, o Benfica contratou maioritariamente reforços em Espanha e na América Latina. Na opinião publicada dizia-se que não podia ser, que era um balneário que falava espanhol e que, desde a redação da pasquinagem lusa até ao túmulo da Padeira de Aljubarrota, a pátria sofria em agonia o ultraje. Depois, bem recentemente, criticava-se a vinda da “armada sérvia”. Temia-se a balcanização do balneário e gritava-se a plenos pulmões que o Clube, os adeptos, os futebolistas e a Águia Vitória estavam irremediavelmente traumatizados com o final da tal época 2012-13. Pelo meio, zurzia-se a bom zurzir na decisão de Vieira ter mantido Jesus e ainda se antecipava o descalabro pela decisão financeiramente suicida de não vender os principais activos do plantel. Antes que me esqueça, devo lembrar que ainda se apresentava o vizinho SCP como exemplo a seguir, pois apostava inequivocamente na formação.
Os mesmos opinadores, na actual pré-época, não comentam a quantidade de falantes de língua espanhola que legitimamente os nossos rivais do FCP contrataram. Do mesmo modo, deixaram de comentar o facto de o SCP contratar futebolistas estrangeiros e “já feitos” que retiram espaço à tal aposta na formação da casa. Agora, passaram a comentar o facto de no Benfica se contratar muitos brasileiros. Passada a patética conversa sobre a incapacidade de sobreviver ao “trauma”, iniciaram a criação do chavão de que o Benfica desmembrou o plantel e que não será possível a reconstrução. Aproveitam e, pelo caminho, desancam nas vendas e no facto de não se ter feito uma política de não venda de activos. É, enfim, o esplendor das certezas absolutas dos habituais cata-ventos sazonais. Apesar de inúteis, ajudam a dar um tom pitoresco à sensaborona modorra da pré-época.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 28 de Julho, para publicação na edição de 01/08/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Na contabilidade desta pré-época contabilizámos quantos futebolistas da equipa principal ficam e quantos saem. Especulámos sobre o assunto e alternámos entre o apocalipse e a descontração. Tendemos a esquecer que acabámos de fazer uma época de excelência e o que passou parece ter deixado de entrar na contabilidade. No entanto, nesta contabilidade do que foi a época desportiva do Benfica importa ir um pouco além do óbvio. Importa perceber que há Benfica para além do excelente ‘triplete’ do futebol e que o nosso emblema triunfa num conjunto de actividades que têm tanto de eclético como de estruturantes em termos de formação e garantia de alicerces para o futuro. Há poucos dias tivemos dois atletas medalhados nos Europeus de Canoagem. A medalha de ouro de João Ribeiro e o bronze de Teresa Portela terão obrigatoriamente de ser motivo de orgulho e realce. Terão obrigatoriamente de entrar no ‘deve e haver’ do sentir benfiquista. No atletismo, a hegemonia de conseguirmos excelentes resultados (títulos!) na formação (juvenis, juniores e sub-23) deve significar mais do que uma nota de rodapé nas conversas entre benfiquistas. Diga-se que, na formação, o nosso Benfica obteve 28 títulos: 12 no atletismo; 5 no Hóquei em Patins; 4 no Futsal; 3 no Basquetebol; 3 no Voleibol; 1 no Andebol. Cada um destes títulos tem o nosso nome, o nosso símbolo, o esforço de muitos atletas, treinadores e dirigentes. Cada um destes títulos é sinal de esperança num futuro eclético de um Benfica que, sendo na essência futebol, é muito mais do que apenas futebol. Cada um destes títulos deve, obrigatoriamente, entrar na contabilidade de uma época brilhante e que mais brilho tem se soubermos ver o Benfica para além do óbvio.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 14 de Julho, para publicação na edição de 18/07/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Oiço, recorrentemente, amigos benfiquistas esgrimirem opiniões contrárias (e a diferença civilizada de opiniões é de supina importância para o nosso Benfica) sobre a vida passada, presente e futura do Glorioso. Muitas das vezes a argumentação termina com aquela espécie de sentença categórica e irrefutável de que “ninguém me dá lições de benfiquismo”. Quantas vezes não disse eu isso? Quantas vezes (ainda que o não admitindo) já aprendi algo sobre o benfiquismo, ouvindo e vendo o benfiquismo alheio? Há benfiquistas que pela sua paixão, razão, vivência, experiência, saber ou entrega nos dão lições de benfiquismo. Sempre que no passado vi um benfiquista ser alvo de injustiças cometidas por alguém com passageiro poder dentro Benfica e, em nome do Benfica, calar a revolta e a razão, não as tornando públicas, vi uma lição de benfiquismo. Sempre que vi um dirigente abdicar da sua vida pessoal / familiar para servir abnegada e incondicionalmente o Benfica, vi uma outra lição de benfiquismo. Sempre que vejo um avô emocionado por poder levar o neto à Luz, vejo a lição do benfiquismo assente no passar do testemunho. Esta última lição de benfiquismo é, de todas, a mais importante, porque garante uma renovação do benfiquismo com memória. De todos os benfiquistas, são exactamente os benfiquistas com memória que mais lições têm para dar. Há benfiquistas como Arons de Carvalho, Alberto Miguéns, Manuel Seabra, Ricardo Palacin, Luís Fialho, Rui Costa, João Paulo Guerra, José Jorge Letria, Luís Filipe Vieira, Manuel dos Santos, Ricardo Araújo Pereira, António Melo e tantos outros mais ou menos anónimos que, directa ou indirectamente, me deram lições de benfiquismo. Resta-me apenas agradecer-lhes. No entanto, continuarei convicto a insistir que, tal como a todos os outros benfiquistas, “ninguém me dá lições de benfiquismo”.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 07 de Julho, para publicação na edição de 11/07/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Sabemo-lo, porque ninguém se preocupou em escondê-lo, que a Liga de Clubes foi esvaziada de poderes. Tudo, a seu tempo e de forma obscenamente às claras, foi passado para o feudo da Federação Portuguesa de Futebol. Mesmo em termos disciplinares, a Liga ficou com uma pífia Comissão de Instruções e Inquéritos assente numa alínea a) que lhe garante o poder de “instaurar processos disciplinares ou de inquérito, por iniciativa própria ou na sequência de participação”. Uma alínea que serve apenas para que a FPF dela escarneça, fazendo publicamente tábua-rasa dos inquéritos dela emanados. Ou seja, a Liga foi esvaziada, mas não ficou vazia. Nas últimas semanas foi ver como muitos (tantos e tão fracos) se juntaram, separaram, conluiaram, traíram, conspiraram e envergonharam o futebol numa ânsia de cadeiras e microfones (como diria o poeta Jorge de Sena). Afinal, parece que naquele osso bem rapado da Liga sobra ainda um belo naco de carne que vale tanto como todo o resto de carne que a FPF já de lá comeu. Os chacais prepararam-se para filar o naco que respeita aos direitos televisivos do futebol português. E foi em torno destes direitos que tantos jogaram xadrez, escolhendo equipas para jogar num tabuleiro há muito dominado pela oligarquia que atirou o futebol português para isto, esta coisa em forma de interesses privados que se aproveita da coisa pública. A luta em torno dos direitos televisivos é a luta em torno do dinheiro e do poder. Manter os direitos televisivos como um feudo privado dos mesmos que durante anos influenciaram campeonatos, escolheram presidentes da Federação e selecionadores é ajudar a perpetuar um poder bafiento e ultrapassado. Garantir que os direitos televisivos ficam fora da alçada desta gente é a única esperança de que o futebol português possa voltar a ser algo de digno.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 09 de Junho, para publicação na edição de 13/06/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Neste período de uma pós-época que ainda está longe do começo da pré-época, prepara-se a construção de plantéis e equipas técnicas nos diferentes clubes. É um período de renovação da esperança para os mais optimistas e, simultaneamente, uma época de desassossego e ansiedade para os adeptos mais pessimistas. No entanto, independentemente de feitios e estados de espírito, é um período em que os adeptos vivem na expectativa de que algo mude para melhor nos seus respectivos clubes. Ainda assim, há neste período algo de preocupante e que deveria preocupar quem dirige o futebol português. Avizinha-se uma luta eleitoral pela cadeira de Presidente da Liga de Clubes e de entre todas (e sublinho que são mesmo todas) as candidaturas apresentadas não há nenhuma em quem os adeptos confiem (falo do adepto comum, que paga bilhete e consome informação sobre futebol). Desconfiamos dos interesses que estão a montante das boas intenções que nos são prometidas a jusante. E esta desconfiança é transversal aos adeptos de todos os clubes. Ou seja, preparam-se os 'donos' da bola para entregar mais uma vez um órgão de poder a alguém em quem os consumidores do espectáculo (no sentido amplo do termo) não confiam. Isto é um facto, independentemente da cegueira que os dirigentes tenham ou não para o encarar.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 27 de Maio, para publicação na edição de 30/05/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Vencer, no Benfica, sabe a Benfica. Ou seja, sabe bem, sabe a justiça, a sofrimento e a prémio. Sabe, ainda, a Mística e a História. Por fim, vencer, no Benfica, sabe a futuro. Estas três vitórias nacionais [mais aquela outra da Liga Europa que um árbitro alemão na final, um inglês na meia-final e bastante desacerto na finalização conseguiram evitar] trazem com elas a justiça aos méritos de uma equipa técnica de excelência que no final da época passada foi crucificada na imprensa, no estádio e nas redes sociais (local por excelência em que se assiste ao esplendor da legitimação da imbecilidade) por muitos dos que agora os louvam, esquecendo-se de que já se preparavam para jogar aos dados a túnica do crucificado. Esta vitória sabe, e de que maneira, ao sofrimento dos que diariamente trabalharam mais do que todos os outros para que a máxima latina “ad augusta per angusta” se pudesse realizar no presente. De entre estes, à cabeça está Luís Filipe Vieira. Sabe a Mística, porque a Mística do Benfica é feita de vitórias honradas, limpas e sem a mácula de sabujos que garantem vitórias em troco de viagens ao Brasil, conselhos matrimoniais e prostitutas baratas em lupanares frequentados pelos agora profissionais da arbitragem. Esta vitória sabe, essencialmente, a futuro, na medida em que só faz verdadeiramente sentido se for potenciada como alicerce das vitórias futuras. Quando vemos jovens adeptos a dizer de viva voz que este Benfica é aquele de quem os pais e avós lhe narram façanhas épicas do passado, devemos perceber que é essencial que estes jovens possam no futuro ser testemunho vivo de muitas jornadas de glória como a que vivemos este ano. O resto é o agradável sabor de discutir entre benfiquistas se esta época é de cariz épico ou de cariz bíblico.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 20 de Maio, para publicação na edição de 23/05/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
“Fantasmas é não chegar à final! Fantasmas!? Deixem-se dessas tretas.” Estas foram as palavras de Jorge Jesus quando, em momento de vitória do Benfica, foi confrontado pela enésima vez com os resultados das finais e momentos decisivos da época transacta. Estas foram as palavras que tantas e tantas vezes me apeteceu que fossem ditas pelos dirigentes / futebolistas / treinadores do Benfica sempre que foram confrontados com o “trauma” e os “fantasmas” da época passada. Se há coisa para a qual já não há paciência é para essa conversa ‘ad nauseam’ por parte de jornalistas e comentadores do futebol português. Diga-se, aliás, que esta ladainha carpideira permanente de recordar constantemente o momento da derrota passada e acentuá-lo no momento da vitória presente diz muito mais sobre as fraquezas do comentador do que sobre a força do comentado. Se Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira enfermassem dessa lusitana tendência para a lamentação doentia e mesquinha, estaria ainda hoje o Benfica enterrado nessa espécie de fado do desgraçadinho de que tanto parecem gostar os apocalípticos com espaço e voz na comunicação social. Cheguei a ver num canal televisivo, 48 horas após a conquista do campeonato, um balanço do mesmo em que a primeira meia hora foi passada a dissecar o… pior momento da época. A meia hora seguinte foi para recordar os momentos finais (os tais “fantasmas”) da época passada e sobrou meia hora para perorar sobre as dificuldades que o Benfica terá no futuro em repetir as vitórias do presente. Amanhã (escrevo esta crónica antes da final da Liga Europa) estarei em Turim, com o Benfica, sabendo que, independentemente do resultado, no final do jogo seremos Benfica, sem traumas, sem fantasmas e sem tretas. Essas ficam para os comentadores.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 13 de Maio, para publicação na edição de 16/05/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Ser sócio do Benfica não é, obrigatoriamente, um atestado de amor ao Clube (muitos dos mais acérrimos benfiquistas que conheci não eram sócios). É, antes, oficializar uma relação de amor. É neste momento de euforia pelo presente e optimismo no futuro que surge uma interessante campanha de captação de novos sócios para o Benfica. O amor incondicional, a generosidade dos benfiquistas, o apelo do benfiquismo e a missão de ajudar o Benfica a crescer é, certamente, um desígnio a que saberemos responder. Como sócios, participamos mais activamente na vida do Clube e ganhamos uma legitimidade extra para podermos ser exigentes para com os profissionais que servem o Benfica. Como sócios, pedimos aos profissionais do Benfica que sejam competentes no seu espírito de missão, na mesma medida em que os profissionais pedem aos legitimamente amadores (aos que amam) que participem, apoiando, na vida do Clube. Assim, é essencial que os profissionais que servem de apoio aos sócios acompanhem os excelentes níveis de desempenho que observamos nos outros sectores do Clube e que não repitam demonstrações de amadorismo como as que testemunhámos na organização da venda de bilhetes para a Final da Liga Europa. É nesta exigente e apaixonante relação de pertencer ao que nos pertence que se vive o Clube. É nesta medida que se percebe a mensagem repetida e vivida permanentemente pelo presidente Luís Filipe Vieira de que o Benfica é dos benfiquistas e de que são os sócios a pedra angular do nosso Clube. Nesta cultura benfiquista de nos darmos na medida do que pedimos, chegaremos aos trezentos mil sócios, numa demonstração ímpar de oficialização do amor pelo Benfica.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 07 de Maio, para publicação na edição de 09/05/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
No final do jogo em que eliminámos o FCP na meia-final da Taça da Liga (tal como na meia-final da Taça de Portugal com 10 jogadores durante mais de uma hora) Jardel, o nosso 33, disse que “a época de sonho já começou na época passada, quando chegámos às finais”. Foi uma frase marcante que nos demonstra como o Benfica fez o que teoricamente é mais difícil: alicerçou as vitórias desta época nos insucessos do final da época passada. Ou seja, a gestão do insucesso foi essencial na conquista do sucesso. A questão, agora, é como lidar com o sucesso. Como gerir o sucesso, para garantir novo sucesso? Aquando da conquista do primeiro campeonato da era Jorge Jesus, a gestão do sucesso foi feita olhando mais para o caminho percorrido do que para o caminho a percorrer. E neste erro de perspectiva radicou algum do insucesso que se lhe seguiu. Neste momento, é essencial que a consciência benfiquista se obrigue a perceber que a época em curso não é um ponto de chegada, não é uma meta, mas apenas um alicerce importante na construção do futuro. Exige-se que se festeje sem soberba, que se conquiste com ambição e que se faça do momento da vitória um anseio de ir mais além. Que não acreditemos na ladainha de que o nosso principal rival está em fim de ciclo, pois no hipotético menosprezo da força do adversário pode residir a nossa maior fraqueza. Em suma, percebamos que, tal como escreveu Zeca e cantou Sérgio Godinho, «Quando uma cobra tem sede (…) corta-lhe logo a cabeça (…) encosta-a bem à parede». Neste caso, esta época vitoriosa encostou-a à parede, mas ainda faltam muitas vitórias nossas para que a cobra seja decapitada.
_____
Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 29 de Abril, para publicação na edição de 02/05/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
bola nossa
-----
-----
Diário de um adepto benfiquista
Escolas Futebol “Geração Benfica"
bola dividida
-----
para além da bola
Churrascos e comentários são aqui
bola nostálgica
comunicação social
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.