Neste quinto aniversário da Tertúlia, e num momento que nos põe à prova o benfiquismo, é sempre muito agradável receber mensagens de amigos.
O Ricardo Araújo Pereira, que anda lá por fora a lutar pela vida, acabou de nos enviar esta mensagem:
Da nossa parte, um grande bem-haja, um abraço e aquele “Viva o Benfica!” dito em conjunto.
Não tenho o hábito de andar a copiar e publicar textos alheios, mesmo quando são textos geniais do grande benfiquista Ricardo Araújo Pereira. Quebro hoje esse hábito (já o fizera uma outra vez), porque subscrevo integralmente estas suas ideias.
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A Selecção de quem Carlos Queiroz quiser
Por Ricardo Araújo Pereira
De que falamos quando falamos da Selecção Nacional? Curiosamente, falamos de Scolari. Os apreciadores de Scolari gostam de recordá-lo e os seus críticos não conseguem esquecê-lo. Pessoalmente, tenho acerca de Scolari uma opinião muito particular que é não ter opinião nenhuma. Nunca soube nem me interessei por saber se era bom ou mau treinador. Não dou assim tanta atenção à Selecção Nacional. De Scolari, sei apenas o que os números fazem a gentileza de indicar: que é o treinador mais bem sucedido de sempre da selecção portuguesa. Além de ter sido campeão nacional e sul-americano de clubes e campeão mundial de selecções. De Carlos Queiroz, sei que, como treinador principal de seniores, nunca foi campeão de coisa nenhuma. E, na minha opinião, nota-se. No entanto, os apoiantes de Queiroz falam como se ele tivesse o currículo de Scolari e Scolari tivesse os resultados de Queiroz. O próprio Queiroz fala como se, tendo conquistado o direito a ir ao Campeonato do Mundo, tivesse conquistado o Campeonato do Mundo. Apesar de tudo, há diferenças. Em princípio, a final do Campeonato do Mundo não será contra a Bósnia. Isso não impede Queiroz de se comportar como dono da Selecção. Esta já não é a Selecção de todos nós, é a Selecção de quem Carlos Queiroz quiser. A ida ao Campeonato do Mundo é para celebrar apenas com aqueles que sempre acreditaram. Os hereges que tiveram a desfaçatez de não acreditar que uma Selecção incapaz de ganhar a dez albaneses conseguiria ir ao Mundial, estão excluídos dos festejos. É bem feita. Quem ousa criticar a Selecção por bagatelas como um empate em casa contra uma Albânia desfalcada tem o que merece.
Os apoiantes de Queiroz, os únicos devidamente autorizados a festejar o apuramento da Selecção, estão, infelizmente, incapacitados de celebrar. A Selecção joga mal, pelo menos tão mal como eles diziam que jogava a de Scolari. A Selecção tem sorte, pelo menos tanta sorte como eles diziam que a de Scolari tinha. A vitória da Dinamarca sobre a Suécia e as três bolas no ferro contra a Bósnia parecem obra da Senhora do Caravaggio. A única diferença em relação à Selecção de Scolari é que, antigamente, conseguíamos a qualificação directa, e agora temos de ir ao play-off. Mas isso não chega para fazer com que os apoiantes de Queiroz deixem de sentir que estão, de facto, a festejar uma vitória à Scolari. Um deles disse que esta Selecção é tão mais fraca do que a de Scolari, que o apuramento foi um milagre. Juro: um milagre. Que conjugação de astros foi necessária então para que a Dinamarca, que não tem o melhor do mundo, nem jogadores do Real Madrid, Chelsea e Manchester United, se tivesse qualificado à nossa frente? Como se chama um milagre que é maior do que os milagres?
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