Um jogo bem mais difícil do que o resultado final de 4-2 poderá fazer crer. O Lech Poznan foi um osso duro de roer, nunca baixou os braços, mas o talento do Darwin acabou por prevalecer e permitir ao Benfica entrar com o pé direito na Liga Europa.
Não houve nenhuma revolução no onze, ao contrário do que chegou a ser anunciado em alguns jornais. Com o André Almeida indisponível foi o Gilberto a ocupar essa vaga, e depois apenas mais uma alteração, com a saída do Rafa e a entrada do Taarabt, passando o Pizzi para a ala direita. O jogo foi demasiado caótico, com o Benfica a nunca ser capaz de agarrá-lo e assumir um claro controlo, mesmo quando se colocava em vantagem, acabando por permitir sempre uma reacção forte dos polacos. A entrada do Benfica até foi positiva e não fazia crer que passássemos por tantas dificuldades. Chegámos ao golo cedo, logo aos nove minutos, através de um penálti do Pizzi a punir um corte com a mão a um passe atrasado o Waldschmidt, depois de uma boa jogada da equipa. Infelizmente a vantagem durou apenas pouco mais de cinco minutos, já que uma bola colocada nas costas da nossa defesa pelo lado esquerdo permitiu um contra-ataque rápido e uma finalização fácil à boca da baliza. Este golo pareceu fazer o Lech Poznan perder o respeito e acreditar que podia jogar de olhos nos olhos com o Benfica, e na sequência de um pontapé de canto estiveram muito perto de chegar à vantagem, atirando a bola à barra. O jogo manteve uma toada de equilíbrio durante a primeira parte, parecendo até que o sinal mais tendia para os polacos, mas quase sobre o intervalo começou o espectáculo Darwin, ele que até aí e ao contrário dos últimos jogos nem tinha estado particularmente inspirado. Um grande cruzamento do Gilberto resultou num autêntico fuzilamento de cabeça por parte do nosso ponta-de-lança, que antecipando-se a toda a gente subiu ao terceiro andar e cabeceou a bola sem qualquer possibilidade de defesa, deixando o guarda-redes pregado ao chão. E depois disto, só não chegámos a mais um golo antes do intervalo porque num contra-ataque o Everton adiantou demasiado a bola quando estávamos numa situação de dois para um.
A segunda parte começou com o Rafa no lugar do Pizzi, provavelmente para dar mais alguma solidez ao lado direito, já que o Benfica se revelou bastante permeável pelas alas. E começou também com Benfica a falhar uma ocasião flagrante de golo, de forma escandalosa. Primeiro foi o Darwin, que ficou isolado depois de uma bonita tabelinha com o Taarabt e depois não conseguiu controlar bem a bola e rematou de forma defeituosa. Depois, ainda conseguiu recuperar a bola e tocá-la de cabeça para o Waldschmidt, que rematou e viu a bola ser cortada em cima da linha por um defesa. Não marcou o Benfica, marcou o Lech Poznan praticamente na resposta. Uma tabela pela direita da nossa defesa deixou um adversário isolado, o Vlachodimos ainda defendeu o primeiro remate mas depois a bola sobrou para o sueco Ishak, que já tinha feito o primeiro golo, empurrar de cabeça para a baliza vazia. Ficou intranquilo o Benfica e aproveitou o Lech Poznan para ficar por cima no jogo. Só que aos sessenta minutos, e um pouco contra a corrente, o Darwin apareceu de novo para voltar a colocar-nos em vantagem. Recebeu um passe do Everton no centro da área, tirou o seu marcador da jogada com um toque de classe, e colocou a bola para o poste mais distante. Mais um belíssimo golo de um avançado que tem tudo para dar muito que falar. Pela terceira vez no jogo estávamos em vantagem e acreditava-se que não cometeríamos o erro de a deixar escapar novamente. Trocámos quase de seguida o Taarabt e o Waldschmmidt pelo Weigl e o Pedrinho, pouco depois o Grimaldo pelo Nuno Tavares, e as coisas pareciam estar bem encaminhadas. Só que a cerca de vinte minutos do final o Lech Poznan também efectuou algumas substituições e a partir daí tudo mudou. De repente os polacos cresceram muito no jogo e começaram a carregar na busca do empate. Durante alguns minutos perdemos o controlo e não fomos capazes de acalmar o jogo e meter um travão no entusiasmo adversário. Depois seguiu-se um período algo anárquico em que o golo parecia poder aparecer para qualquer uma das equipas. Até que já perto do final o JJ resolveu mudar para um esquema de três centrais e finalmente as coisas estabilizaram. De tal forma que ainda deu para o Darwin chegar ao hat trick no último minuto do tempo de compensação, limitando-se a empurrar de cabeça já quase sobre a linha depois de um bom trabalho e cruzamento do Rafa.
Só pode haver um destaque no jogo, obviamente o Darwin. Já procurava (e merecia) o primeiro golo pelo Benfica há alguns jogos, e hoje tirou a barriga de misérias. Foram logo três os golos, com os dois primeiros a serem muito bonitos e a revelarem enorme qualidade. Depois de termos visto os primeiros jogos dele percebia-se que era apenas uma questão de tempo até surgirem os golos, mas mesmo assim acho que não esperávamos logo três de uma vez.
Ao contrário daquilo que o nosso treinador disse no final, não achei que fosse 'uma vitória categórica do Benfica, sempre por cima do jogo e do resultado'. Foi uma boa vitória do Benfica, mas não estivemos sempre por cima do jogo. O Lech Poznan foi um adversário bem difícil, que em vários períodos do jogo conseguiu ser-nos superior. A qualidade dos nossos jogadores, e em especial do Darwin, acabou por revelar-se decisiva. Quanto à questão de, depois da saída do Pizzi ao intervalo, vermos o Otamendi envergar a braçadeira de capitão, não querendo alargar-me muito digo apenas que estou em completo desacordo com o nosso treinador e que não me revejo de forma alguma na argumentação dele.
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