O meu avô era do Sporting. O meu avô era a melhor pessoa do Mundo - só era pena ser do Sporting. O meu avô tinha um casaco com um símbolo do Sporting bordado por dentro. O meu avô, a quem nunca na vida tinha ouvido dizer uma asneira, uma vez mandou-me ir bardamerda por eu estar a gozar com o Sporting - seguido do momento em que, nos manifestamente poucos - dezasseis ou dezassete - anos que tive de convivência com ele, foi o que lhe reconheci de maior vergonha. Puxou-me para ele, pediu-me desculpa e um abraço, chamou-me malandro. E tudo isto enquanto eu não parava de rir. Foi o momento em que percebi que ele era mesmo sportinguista. Mas que tinha um bocadinho de Benfiquista - meu e do meu irmão, que éramos as pessoas de quem ele mais gostava no mundo.
Eu hoje em dia tenho pena do Sporting que já não é clube que era o do meu avô, que ele relembrava com saudade, ao tentar levar-me para o lado esverdeado, contando as histórias dos Violinos; as histórias dos grandes derbies lisboetas, de uma rivalidade que sempre foi feroz mas salutar, que não se compadecia com a gentinha de merda que aí anda hoje a desejar a morte uns aos outros - treinador bicampeão incluído.
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Agora que te foste embora, Jesus, é que percebi que és mesmo sportinguista. Já tinha vislumbrado uns laivos disso, com uns dolorosos campeonatos mal perdidos e tudo mais, só que nos últimos dois anos, eu desculpei-te. Pedi a tua cabeça mais que uma vez, mas tu lá mostraste que sabes mais disto do que eu. Era só eu a ser adepto, coisa que tem pouco de racional.
Agora que vais treinar a lagartage, há uma coisa que de não te livras, que é esse bocado de Benfica que levas dentro de ti. É por isso que tens tanto lagarto a dizer que não te grama - sportinguistas talvez haja menos. Espero que um dia não olhes para trás e te arrependas - não de teres saído, mas de teres alinhado com gente que não presta. Que um dia não olhes para trás e digas que o momento de que mais te arrependes na vida é o de teres saído da Nossa Casa.
Vai lá treinar esse clube menor, que o Nosso é o Maior do Mundo, e não te desejo nada de bem por aí. Nem preciso de o desejar com muita força, porque quem se mete com napoleões com ilusões de uma grandeza perdida há muito, tende a ver a cabeça ser-lhes cortada. Às vezes mais depressa do que estava à espera.
A partir de hoje já não gosto de ti outra vez. Porque quando chegaste não te achava piada nenhuma, e mesmo enquanto foste o nosso treinador, sempre te senti como um corpo estranho, por mais que tivesse que reconhecer o teu valor. Quem tiver deixado de o fazer hoje, é desonesto e tão mitómano como o outro. O passado não se apaga, muito menos um que há tão pouco tempo também nos foi Glorioso.
Por tudo isso, quando voltares a esta Casa, que foi um bocadinho tua, mas só emprestada, eu não vou insultar-te, não vou achincalhar-te, não vou assobiar-te: vou levantar-me e bater-te palmas. É essa a lição que te vou dar.
É essa a lição de Benfiquismo que todos devíamos dar-te. Para teres ainda mais saudades da Nossa Grandeza. É que, convenhamos, nunca mais na vida a irás sentir, se não for assim.
Posto isto, olha... vai mas é bardamerda! Seu malandro.
30 de Abril de 2010 - Pinto da Costa atesta que, no plantel encarnado, ninguém lhe interessa nem que estivesse livre. Do Sporting, no entanto, admite que João Moutinho é um "jogador à Porto" e que gostaria de o contratar mas que, para a SAD lagarta, o capitão é um jogador "inegociável" - com uma cláusula de rescisão de 22.5 milhões de euros.
A imprensa avençada, conivente com uma estratégia delineada e cujos contornos alguns atentos começavam já a descortinar, faz repetidamente passar a noção de que o gnomo de jardim está a fazer uma má época, quando dentro da mediocridade gritante da lagartada ainda é dos mais regulares, um jogador de qualidade, um atleta livre de lesões, porventura desmoralizado (quem não estaria jogando na agremiação das camisolas parecidas com barracas da Nazaré?).
10 de Maio de 2010 - Carlos Queirósz arruina o que resta da reputação de João Moutinho, convocando em vez disso grandes nomes do futebol mundial como o Ricardo "Passador" Costa, Zé Castro ou um jogador parado há 6 meses, que vai jogar fora da sua posição natural e que - asserções de qualidade à parte - precisava de ritmo competitivo para estar ao seu melhor... e nunca teve tempo para estar. Perde cotação Moutinho, cuja presença no Mundial de 2010 daria margem de manobra negocial ao sportem para se aproximar da cláusula de rescisão e vender de forma digna, sem ter que abrir a pernoca e oferecer um jogador "inegociável" a um dos seus supostos "rivais", concorrente directo pela supremacia como maior potência desportiva nacional.
Convençam-me agora que Queirósz é o treinador da selecção portuguesa de futebol e não da FPF/braço federativo da porcalhagem, ou ainda não perceberam por que é que o minorca não foi convocado? É que em...
3 de Julho de 2010 - ... a clubeta regionalóide do norte contrata João Moutinho por 11 milhões de euros.
É assim que o polvo se move. É assim que um clube outrora digno se prostitui definitivamente assumindo uma parceria que lhe traz proveitos tão fantásticos quanto a aquisição inquinada de um jogador magnífico como é o Hélder Postiga e a venda por metade da cláusula de rescisão de um capitão-gnomo-mal-amado pela lagartage pelo qual já teriam recebido propostas mais elevadas vindas do estrangeiro.
E a lavagem cerebral está tão bem feita que entre spaghetti (massa daria a ideia que era maior) adepta o negócio lhes pode parecer proveitoso porque, como se sabe, é muito melhor despachar um benfiquista como o João Moutinho para trazer para o clube sportinguistas desde pequeninos como o portentoso triple-chin "Maniche" (ler ch como x, para não confundir com a antiga glória benfiquista Manniche que terá estado na origem da alcunha).
Estamos em tempo de guerra. Está na altura de cerrar fileiras, de armar as tropas e partir para a batalha.
A provar o que muitos de nós já por aqui temos escrito, para sermos os melhores tivemos que ser, durante todo o ano, muito melhores. Incrivelmente superiores. Como já não éramos há muito tempo.
Em conversa com a família da Tertúlia, à mesa, ouvi e anuí: no Domingo, quero ver gladiadores dentro de campo. A suar sangue, a dar tudo, com a raça e o querer que faz de Nós Benfica. Porque a ambição da nossa grandeza não está só no mérito técnico, na nota artística, por mais que este ano tenhamos conseguido aliar o útil ao (muito) agradável, sem reminiscências dos cinismos práticos de quem teve que esticar a muito pouca ferramenta disponível para cinzelar pedra bruta.
Acima de tudo, porque o nosso campeonato não se reduz a uma vitória, espero que Domingo seja uma machadada final e simbólica. O triunfo de uma potência que está agora a renascer inquebrantável para uma hegemonia contra a mesquinhez, a falsidade, a manipulação e a prostituição reles dos valores como meios para atingir fins.
É preciso que haja consciência de tudo o que os trapaceiros nos vão colocar à frente mas enfrentar a refrega com a habilidade dos guerreiros-vermelhos-poetas, de forma digna e honrada. Mesmo com a certeza que há lições que nem com os exemplos podem ser apreendidas, por quem não tem estrutura e nunca saberá fazê-lo da mesma forma.
Por isso, para os fatalistas que inacreditavelmente esperam o pior: esperem-no dos outros, esperem tudo e mais do que conseguem conceber. Dos Nossos, não esperem menos do que aquilo que já nos deram e têm dado até agora: os nosso gladiadores não o merecem.
Aquela palhaçada a que se assistiu por parte dos jogadores do porto fez-me lembrar aquela anedota dos animaizinhos todos reunidos na selva porque os bichos com boca grande andavam a comer demasiados bichos pequeninos.
Juro que, a determinado ponto do "comunicado" pleno de indignação - e, acima de tudo, muita falta de vergonha na cara - estava só à espera que algum hipopótamo* gritasse, lá do fundo... "'Tadinhos dos sapinhos!".
P.S.: Ó Nunito, uma coisa te garanto, filho: NINGUÉM se esquece de que são o porto. A memória não é assim tão curta. Ninguém se vai esquecer tão depressa dos anos e anos de corrupção comprovad(íssim)a através de prova cuja forma de obtenção só a torna ilegítima num estado de direito... que anda muito torto.
* Gracias, D`Arcy.
... mas venham-me cá agora com aqueles moralismos de merda dizer que não se deve falar das arbitragens.
... via Estádio da Luz.
José Mota: vai para o "órgão sexual masculino"*.
(O que me custa reproduzir, porque para a personagem em questão será desejar-lhe profundo prazer)
* inserir impropério adequado.
Os nativos Mini-Drunfes é que a sabiam toda quando há vários anos atrás dedicaram uma musiquinha à equipa da cidade.
"Foi no Século 21 que o meu Braga nasceu / E então daí p'á frente / Só perdeu, perdeu e perdeu".
Com o Choramingos à frente da equipa, e o Salvador por trás - e que fique a imagem que ficar - é tudo o que lhes desejo.
Moniz não avança. Até aqui tudo bem. O que se questiona é a necessidade de convocar uma conferência de imprensa para anunciar essa intenção.
Desconfio que o verdadeiro motivo é ter a oportunidade, perante a nação benfiquista, de achincalhar de forma (pouco) subtil a Direcção, com as ditas "ameaças sibilinas" (de quem é que ele não disse) trazidas a público e a velhaca menção ao "golpe estatutário" no mesmo triste espectáculo a que se assistiu.
Não se faz do sportem um exemplo, mas se candidatos - que eram candidatos - às eleições da dita agremiação recuaram sem necessidade de convocar quaisquer conferências de imprensa, porque é que, no Universo Benfiquista, há espaço a que convidados a candidatos tenham que o anunciar desta forma?
A agenda, para mim é, muito clara. Só não vê quem não quer.
P.S.: Antes de começar o ataque dos habituais snipers de comentários na Tertúlia, que vão, certamente, dizer que a minha agenda também é muito clara ao publicar este post: desenganem-se. Não estou a soldo de ninguém, e a minha opinião é 100% independente. Sou contra oportunistas da treta e contra os rejeitados e abutres do costume que depois da esmola rejeitada se viram contra quem não lha deu, em desfiles de beijinhos e abraços a mercenários que não querem, não são, não podem ser Sport Lisboa e Benfica.
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